O Amor Doentio e a Redenção Impossível
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Capítulo 3

Depois de horas naquele armazém fétido, Ricardo finalmente a soltou.

Ele a olhou com desprezo.

"Espero que tenha aprendido a lição," ele disse, a voz fria.

Clara não respondeu.

Seu rosto estava pálido, os olhos fundos.

Sentia-se entorpecida, como se uma parte dela tivesse morrido ali dentro.

Naquela noite, começou a administrar a poção de Benigna.

A primeira dose.

Com as mãos trêmulas, misturou o líquido escuro na bebida de Ricardo.

E também na sua própria.

Seu coração batia descompassado.

Era um caminho sem volta.

No dia seguinte, Ricardo tentou uma aproximação diferente.

Talvez um resquício de culpa, ou apenas mais uma forma de controle.

Ele lhe deu uma joia cara. Um colar de diamantes.

"Para minha linda esposa," ele disse, com um sorriso falso. "Você merece o melhor."

Clara olhou para o colar.

Frio, brilhante, sem vida.

Como o amor que ele um dia dissera sentir por ela.

Ela aceitou o presente em silêncio.

O valor material não significava nada.

Não podia apagar a dor, a humilhação.

Dias depois, houve um leilão de caridade.

A elite do agronegócio reunida, exibindo sua riqueza.

Verônica estava lá, claro.

Sempre no centro das atenções.

De repente, um burburinho.

Verônica estava sendo "leiloada".

Não por uma obra de arte, ou uma joia.

Ela mesma.

O leiloeiro, um amigo de Ricardo, anunciou com um sorriso zombeteiro:

"Quem dá mais por esta bela peça? Uma noite com a deslumbrante Verônica!"

A humilhação foi instantânea.

O valor oferecido foi irrisório.

Alguém gritou: "Três sacas de soja!"

Risadas ecoaram pelo salão.

Verônica ficou lívida, mas tentou manter a compostura.

Clara observava de longe, confusa.

Não entendia o que estava acontecendo.

Mas a culpa, como sempre, recaiu sobre ela.

Ricardo a agarrou pelo braço, os olhos faiscando de raiva.

"Isso é obra sua, não é?" ele sibilou. "Você armou isso para humilhá-la!"

Clara negou com a cabeça, tentando explicar em sinais que não tinha nada a ver com aquilo.

Mas ele não quis ouvir.

Estava cego pela fúria e pela lealdade distorcida a Verônica.

Ele a arrastou para casa, prometendo mais uma punição.

            
            

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