O Jogo Cruel de Nove Vezes
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Capítulo 2

Isabela recebeu outra ligação de Leonardo.

Ele a chamava para comemorar o "novo projeto".

Ela nem olhou para o envelope que ele lhe dera, o suposto "presente".

Ela o jogou na bolsa.

"Preciso ir, Mateus. Leonardo está me esperando!"

Ela saiu apressada, os olhos brilhando pela expectativa de estar com ele.

O abandono nem mais me surpreendia.

A indiferença dela era clara.

Eu não senti nada quando ela saiu.

Nenhuma dor aguda, nenhuma surpresa.

Apenas um vazio.

Um cansaço profundo.

Fui para o quarto.

Deitei na cama e dormi.

Ou tentei.

O esgotamento emocional era pesado.

Na manhã seguinte, Isabela tentou uma aproximação.

Ela me abraçou por trás na cozinha.

"Desculpe por ontem, amor. Estava tão animada com o projeto."

Sua voz era suave, quase carinhosa.

Uma falsa esperança tentou surgir, mas eu a esmaguei.

"Você leu o 'projeto'?" perguntei, a voz neutra.

Ela pareceu confusa.

"Ainda não tive tempo. Leonardo disse que era incrível."

Suas palavras confirmaram.

Nenhum remorso genuíno.

Nenhuma mudança.

A amargura voltou.

Eu sabia, internamente, que era o fim definitivo.

Minha resolução se solidificou.

Não havia mais volta.

O relacionamento estava morto.

Eu só precisava formalizar.

Isabela tentou retomar nossas rotinas.

Sugeriu um filme à noite, como costumávamos fazer.

"Não, obrigado," eu disse. "Tenho coisas para resolver."

Ela me olhou, surpresa com minha firmeza.

Uma leve confusão passou por seus olhos.

Eu estava quebrando a dinâmica antiga.

Ela não entendia.

Ou não queria entender.

Comecei a notar pequenas mudanças em casa.

O amuleto de carro que minha avó me deu, que sempre pendurei no retrovisor do nosso carro, sumiu.

No lugar, um penduricalho moderno, do gosto de Leonardo.

Perguntei a Isabela.

"Ah, aquilo? Estava tão velho, Mateus. Leonardo me deu este, é mais a nossa cara, não acha?"

Ela disse com naturalidade, descartando algo sentimental para mim.

Minha "cara" não importava mais.

Era a "cara" deles.

Senti a última gota de apego emocional escorrer de mim.

A finalidade era palpável.

Uma dor silenciosa, mas definitiva.

            
            

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