O Jogo Cruel de Nove Vezes
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Capítulo 4

Tentei sair, mas Leonardo me bloqueou na porta da varanda.

Ele continuou seu tormento verbal.

"Não fique assim, Mateus. Ela nunca te amou de verdade. É melhor assim, não acha? Agora você está livre."

Ele falava como se estivesse me consolando.

Mas seus olhos brilhavam com maldade.

O abuso emocional era constante.

Meu desapego crescia a cada palavra dele.

De repente, um barulho alto.

Um carro desgovernado subiu na calçada onde estávamos discutindo, perto da rua.

Isabela, que estava ao lado de Leonardo, reagiu instintivamente.

Ela o empurrou para longe do perigo.

Eu não tive tempo de reagir.

O carro me atingiu.

Senti uma dor excruciante e depois, nada.

Ela salvou Leonardo.

Deixou-me para ser atropelado.

Acordei no hospital.

Uma dor lancinante em todo o corpo.

Isabela estava ao meu lado.

Seus olhos mostravam uma preocupação superficial.

Eu percebi imediatamente.

Era uma atuação.

Meu desapego emocional dela se confirmou.

Não senti nada por ela.

Apenas amargura silenciosa.

Eu precisava me preservar.

Isabela ficou pouco tempo.

Fez alguns gestos de cuidado, performáticos.

Ajustou meu travesseiro, perguntou se eu precisava de água.

Logo depois, o celular dela tocou.

Era Leonardo.

Ela atendeu, a voz cheia de preocupação genuína por ele.

"Leo, você está bem? Se machucou?"

Ela saiu do quarto para falar com ele.

Minutos depois, recebi mensagens no meu celular.

Fotos.

Leonardo enviou.

Ele e Isabela, abraçados. Ela cuidando de um pequeno arranhão no braço dele.

A legenda: "Sua esposa é um anjo. Cuidando de mim."

Durante a semana seguinte, Isabela me visitou poucas vezes.

Visitas rápidas, formais.

Ela dizia que estava ocupada com o trabalho, com Leonardo que "ficou muito abalado com o acidente".

Enquanto isso, Leonardo me mandava atualizações constantes.

Fotos de Isabela sorrindo com ele em jantares.

Vídeos dela rindo das piadas dele em passeios.

A disparidade no investimento emocional dela era vasta, dolorosa.

Eu via a alegria dela com ele.

E a obrigação dela comigo.

Um dia, uma enfermeira perguntou sobre meu estado civil para preencher uma ficha.

"Divorciado," eu respondi, a voz firme.

No mesmo instante, Isabela entrou no quarto.

Ela ouviu.

Seus olhos se arregalaram.

"Divorciado? Mateus, do que você está falando?"

Choque e confusão no rosto dela.

                         

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