Capítulo 2 Uma Noite, Um Roubo, Nenhum Arrependimento

Por Isabela

O quarto de hotel parecia envolto em uma atmosfera carregada, como se o próprio ar estivesse denso... quente... pesado.

Mal tinha fechado a porta atrás de mim e Lucas já me puxava pela cintura, me prensando contra a parede com uma fome que eu nunca tinha experimentado em homem nenhum antes.

Seu olhar... Deus... aquele olhar.

Escuro, faminto, como se cada parte de mim fosse um convite.

Nossos lábios se encontraram com violência. Não houve gentileza. Só desejo. Um choque de vontades.

As mãos dele desceram pelas minhas costas, puxando a barra do meu vestido pra cima com tanta pressa que eu mal consegui processar. Os dedos fortes arranharam minhas coxas, e antes que eu pudesse soltar um protesto, Lucas já me erguia no colo como se meu peso fosse insignificante.

- Eu devia te perguntar se tem certeza... - Ele murmurou contra a minha boca, a respiração quente demais. - Mas... sinceramente... acho que já sei a resposta.

Respondi com um gemido baixo, envolvendo minhas pernas ao redor de sua cintura.

Fomos tropeçando até a cama, nossas bocas nunca se separando por mais de dois segundos. Meus dedos se enterraram nos fios do cabelo dele, enquanto Lucas deslizava a mão pela lateral do meu corpo com uma urgência que me fazia perder qualquer resquício de autocontrole.

Meu vestido foi parar no chão em segundos.

Ele me olhou por um instante, como se gravasse cada detalhe de mim naquela memória.

- Você é... infernalmente linda. - disse, com a voz baixa, os olhos ardendo de desejo.

Antes que eu pudesse responder, ele atacou meu pescoço, descendo pelos meus ombros, pela curva dos meus seios... e mais abaixo. Cada toque, cada beijo, cada mordida me fazia arfar como se o ar estivesse me faltando.

Lucas sabia exatamente o que estava fazendo. Cada provocação calculada, cada movimento de língua e dedos arrancava sons que eu nem sabia que era capaz de fazer.

Quando ele se livrou das próprias roupas, a visão foi quase devastadora. O corpo definido, pele quente... e a maneira como ele me dominava com o olhar.

Sem mais aviso, ele me virou na cama, posicionando-se atrás de mim, os dedos firmes segurando minha cintura. Quando me penetrou, o mundo ao meu redor simplesmente desapareceu.

Meus gritos foram abafados pelo travesseiro, enquanto ele me tomava com uma força e uma entrega que me fizeram esquecer de tudo: dos problemas, de Liam, da minha família... até de quem eu era.

Só existia ele.

E eu.

E o calor queimando por dentro.

Os movimentos eram ritmados, intensos... um misto de prazer e rendição.

A cada investida, eu sentia o controle me escapar um pouco mais.

Quando meu corpo finalmente desabou em um orgasmo arrebatador, Lucas me puxou contra o peito dele, colando os lábios no meu pescoço enquanto o próprio clímax o dominava logo em seguida.

Ficamos ali... ofegantes, suados, com os corpos grudados, como se o mundo inteiro pudesse acabar e nós não perceberíamos.

Por longos minutos, tudo o que restou foi o som das nossas respirações irregulares.

Quando finalmente criei coragem para me mover, me levantei da cama, enrolei-me no lençol e fui até o banheiro.

Me encarei no espelho.

Quem era essa mulher?

A que cedeu tão fácil?

A que deixou um estranho dominar seu corpo como se ele já a conhecesse?

Sacudi a cabeça, tentando afastar esses pensamentos.

De volta ao quarto, vesti minha calcinha, ajeitei meu vestido amarrotado e comecei a recolher minhas coisas, tentando ser o mais silenciosa possível.

Foi quando meus olhos pousaram nele... dormindo profundamente... com aquele relógio caro na mesa de cabeceira.

Hesitei.

Por alguns segundos, fiquei ali, parada, lutando comigo mesma.

Mas então... a lembrança das dívidas, da conta do hospital e da sensação de impotência voltou como um soco.

"Ele nunca vai dar falta de um entre tantos. E... depois de hoje... é provável que ele nunca mais me veja."

Com dedos trêmulos, peguei o relógio e guardei na bolsa.

Antes de sair, dei uma última olhada em direção a ele.

O peito subindo e descendo, os cabelos bagunçados...

O homem que, sem saber, acabava de se tornar o início de mais um problema na minha vida.

- Me desculpe... - sussurrei, saindo pela porta com o coração acelerado.

Mas a verdade?

Se eu dissesse que me arrependia... estaria mentindo.

            
            

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