Quando saí do escritório do advogado, o acordo de divórcio na minha bolsa parecia pesar uma tonelada.
As notícias do incêndio na cidade ainda mostravam meu pai em estado crítico, e meu ex-marido, Pedro, um "herói" que salvara uma vizinha e o gato dela.
Liguei para Pedro, esperando algum consolo, mas ele me recebeu com irritação: "Que foi agora, Sofia? O fogo já foi apagado! Passei os últimos três dias nisto!"
Ele estava ocupado a ser aclamado, enquanto meu pai, o homem que o tratou como filho, lutava pela vida.
Mal tive tempo de processar a dor, e ouvi a voz da vizinha, Lúcia, agradecendo a Pedro por tê-los salvado primeiro. Meu sogro, Diogo, também estava a consolar a Lúcia.
Então, Pedro estava a salvá-los, enquanto meu pai, no décimo andar, era deixado para morrer?
Anunciei que o divórcio estava tratado. A sua reação foi a de um homem irado: "Não podes querer divorciar-te de mim só por causa disto, pois não? Não tens um pingo de compaixão? Sabes que a Lúcia tem uma vida difícil!"
Compaixão? O meu pai estava em coma, e eu tinha uma vida fácil?
Pedro desligou-me na cara e bloqueou o meu número.
Enfrentei meu sogro, Diogo, que me ligou do hospital do meu pai. "És uma filha ingrata! O Pedro arriscou a vida para ser um herói e tu crias problemas? Ele disse que o acusaste de ter um caso!"
Eu nunca disse que ele tinha um caso! Só perguntei por que ele a salvou em vez do próprio sogro!
Ele exigiu que eu pedisse desculpa, mas eu recusei: "O divórcio está assinado. É definitivo."
Ele me ameaçou: "Tu vais arrepender-te. Vais voltar a rastejar."
Com meu pai entre a vida e a morte, e uma conta médica astronómica, eu não tinha nada.
Foi então que recebi uma ligação de uma advogada: "O Sr. Ricardo Aguilar quer que se case com ele."
Casar com um estranho, um bilionário lendário, para salvar meu pai? Que escolha eu tinha?