O Teste de 0%: Minha Vingança Pela Verdade
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Capítulo 1

O médico entregou-me o relatório do teste de paternidade.

"Senhora, o resultado saiu. O feto não é do seu marido."

As suas palavras foram calmas, mas atingiram-me com força.

Agarrei o papel com os dedos a tremer, os meus olhos fixos na linha final: "Probabilidade de paternidade: 0%".

O meu marido, Pedro, estava mesmo ao meu lado, o seu rosto escureceu instantaneamente.

"O que é que isto significa?"

A sua voz era baixa e perigosa.

Eu olhei para ele, confusa e assustada.

"Não sei... Pedro, eu nunca te traí."

Ele arrancou o relatório da minha mão, o papel a amassar-se com a sua força.

"Não me traíste? Então como explicas isto? Dizes-me que este bebé apareceu do nada?"

"Eu não sei!" A minha voz tremeu. "Isto é impossível. Tem de haver um erro."

O médico interveio, o seu tom profissional e frio. "Os nossos testes são extremamente precisos, senhora. A margem de erro é quase nula."

Pedro riu-se, um som amargo e cheio de desprezo.

"Precisos. Claro. Então a única coisa imprecisa aqui és tu, Sofia."

Ele virou-se para sair, mas parou à porta.

"Vamos para casa. Temos de 'falar'."

A palavra "falar" soou como uma ameaça.

Segui-o para fora do hospital, o sol da tarde a parecer demasiado brilhante. O ar estava pesado e o silêncio no carro era sufocante.

Em casa, a mãe dele, a minha sogra, Laura, estava à nossa espera na sala de estar. Ela viu a expressão de Pedro e soube imediatamente que algo estava errado.

"O que aconteceu? O bebé está bem?"

Pedro atirou o relatório amachucado para a mesa de centro.

"Pergunta à tua nora maravilhosa. Pergunta-lhe de quem é o bastardo que ela carrega."

Laura apanhou o papel, os seus olhos percorreram-no rapidamente. O seu rosto contorceu-se numa máscara de nojo.

"Sofia! Como te atreves? Como te atreves a trazer esta vergonha para a nossa família?"

Eu recuei, sentindo-me encurralada.

"Eu não o fiz! Eu juro, eu nunca faria uma coisa dessas. Pedro, tens de acreditar em mim."

Pedro aproximou-se, o seu rosto a centímetros do meu.

"Acreditar em ti? Eu dei-te tudo, Sofia. Uma casa, uma vida. E é assim que me retribuis? Engravidando de outro homem?"

"Não é de outro homem! Eu não sei como isto aconteceu!"

Laura interveio, a sua voz aguda e cortante.

"Claro que não sabes! As mulheres como tu nunca sabem. Pensaste que podias enganar o meu filho? Fazer-nos criar o filho de outra pessoa?"

Ela agarrou-me no braço, as suas unhas a cravarem-se na minha pele.

"Vais abortar este bebé. Agora."

O meu sangue gelou.

"Não. Eu não vou fazer isso."

Pedro agarrou-me no outro braço, a sua força a fazer-me estremecer.

"Não tens escolha. Não vou ter um bastardo a levar o meu nome. Ou abortas, ou divorciamo-nos e ficas sem nada."

O meu coração partiu-se. Não pela ameaça de divórcio, mas pela crueldade nas suas palavras. O bebé que eu amava, o nosso bebé, ele chamou-lhe bastardo.

"Pedro, por favor..."

"Não há 'por favor', Sofia. A decisão é tua. O bebé ou eu."

Ele soltou-me com um empurrão.

Fiquei ali, entre os dois, o relatório na mesa a ser a prova da minha suposta traição.

Uma traição que eu não cometi.

Mas como podia eu provar isso?

            
            

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