Amor Roubado, Liberdade Encontrada
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Capítulo 4

A primeira vez que um garoto demonstrou interesse por mim foi na oitava série. O nome dele era Daniel, e ele sentava atrás de mim na aula de ciências. Um dia, ele me passou um bilhete.

"Você é a menina mais bonita da sala. Quer ir ao cinema comigo no sábado?"

Meu rosto ficou vermelho na hora. Eu nunca tinha recebido um bilhete assim. Fiquei olhando para as palavras, um misto de vergonha e excitação borbulhando dentro de mim. Guardei o bilhete no bolso e não respondi.

Na saída da escola, Gabriel estava me esperando no portão, como sempre. Ele percebeu que eu estava quieta.

"O que foi, baixinha? O gato comeu sua língua?"

Mostrei o bilhete para ele. A expressão dele mudou instantaneamente. O sorriso desapareceu, e seus olhos escureceram. Ele pegou o bilhete da minha mão, amassou e jogou no lixo.

"Você não vai sair com ele."

A voz dele era dura, quase uma ordem.

"Por quê?", perguntei, confusa.

Ele me pegou pelo braço, não com força, mas com firmeza.

"Porque não. Ele não é o cara certo para você."

"E como você sabe?", retruquei, começando a ficar irritada.

"Eu sei. Apenas confie em mim." Seus olhos queimavam de uma intensidade que eu nunca tinha visto. "Laura, me prometa uma coisa. Prometa que você não vai namorar ninguém antes de entrar na faculdade. Namoro na escola é coisa de gente que não tem o que fazer."

Fiquei olhando para ele, atordoada. Por um lado, me sentia controlada. Por outro, uma parte de mim se sentia... especial. Ele estava cuidando de mim. Estava me protegendo. Na minha cabeça adolescente, aquilo era uma prova de amor, como nos filmes que eu assistia.

"Tá bom," concordei, com o rosto ainda quente. "Eu prometo."

"Ótimo." Ele sorriu, o alívio claro em seu rosto. "Agora vamos tomar um sorvete."

A partir daquele dia, minha devoção por ele se intensificou. Se antes eu era sua seguidora, agora eu era sua guardiã. Eu levava lanche para ele no treino de futebol, ajudava com os deveres de casa que ele tinha preguiça de fazer, e até o esperava por horas na porta de lan houses enquanto ele jogava com os amigos. Eu era feliz em fazer isso. Para mim, cuidar dele era a minha forma de amá-lo, de cumprir a nossa promessa silenciosa. Eu estava esperando por ele, e tinha certeza de que ele também estava esperando por mim. Aquele pacto de "não namorar" era, na minha mente, a confirmação de que éramos feitos um para o outro.

                         

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