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Naquela manhã em São Paulo, Luna saiu de casa como qualquer outra. Beijou o pai, pegou o caderno de anotações e seguiu rumo à faculdade. Queria terminar um conto que escrevera sobre um amor impossível. Era uma aluna brilhante, curiosa, com sensibilidade rara. Andava pelas ruas da cidade com fones no ouvido e a cabeça nas nuvens. Mal sabia que aquele seria o último dia de sua rotina comum.
Na volta, algo aconteceu. Um carro preto, vidros escuros, uma abordagem rápida, limpa. Tudo escureceu.
Acordou horas depois em uma suíte luxuosa, com cortinas brancas flutuando com o vento quente. A luz entrava com violência pelas janelas arqueadas. Não sabia onde estava. Tentou correr, gritou. Estava trancada. Chorou. Tentou escapar. Mas ninguém respondia.
Até que a porta se abriu.
E ele entrou.
Era um homem alto, moreno, de traços marcantes e olhos hipnóticos. Amir Al-Fahim. Vestia branco, tinha postura de rei, mas havia algo suave em seu olhar - como se estivesse diante de um milagre.
- Luna... - disse seu nome como quem o vinha guardando por anos. - Você não está em perigo. Eu juro por tudo que sou.
- Quem é você? Onde estou?! - ela gritou, com a voz partida.
- Esperei você por toda a minha vida. Eu te sonhei antes mesmo de você nascer.
Ela o chamou de louco. De criminoso. De monstro. Tentou agredi-lo. Mas ele não reagiu. Apenas a observava, como quem finalmente reencontra o que perdeu.
Ela desabou. Estava longe de casa, de seu pai, de sua vida. Tinha sido arrancada de tudo. E agora, diante de um homem desconhecido, era tratada como parte de uma história que não havia escolhido viver.