O aperto de Léo no braço de Sofia intensificou-se.
"Temos um destino em comum, talvez," respondeu Sofia calmamente, o seu tom irónico passando despercebido a todos, exceto talvez a Isabella.
A atmosfera tornou-se desconfortável. Os amigos de Léo tentaram animar o ambiente, mas a tensão era palpável. Sofia sentou-se num canto, sozinha. Ela não conhecia ninguém ali.
Léo permaneceu perto dela, mas o seu olhar estava fixo em Isabella, que estava no centro das atenções, rindo e contando histórias. Quando Isabella pegou num copo de uma bebida colorida, Léo correu na sua direção.
"Não bebas isso!" ele disse, tirando o copo da mão dela. "És alérgica a pêssego, esqueceste-te?"
O ambiente ficou em silêncio.
Isabella olhou para ele, os olhos a brilhar. "Ainda te lembras."
Um amigo bêbado de Léo interveio. "Ele nunca te esqueceu, Isa! Ele era completamente obcecado por ti."
"Cala a boca!" repreendeu Léo, fuzilando o amigo com o olhar. O grupo rapidamente mudou de assunto.
Léo voltou para Sofia, oferecendo-lhe um copo de sumo. Ela aceitou em silêncio. Ele parecia inquieto, prestes a explicar-se, mas foi interrompido por mais agitação.
Alguém sugeriu um jogo de "Verdade ou Desafio". A garrafa girou e parou em Isabella.
"Verdade ou Desafio?"
"Verdade."
Um amigo perguntou, olhando de lado para Léo: "Se tivesses oportunidade, voltarias com um ex-namorado?"
Isabella olhou diretamente para Léo, o seu sorriso desaparecendo. A sua resposta foi enfática.
"Nunca."
O ambiente ficou novamente em silêncio. Todos olhavam para Léo, que estava visivelmente irritado, o seu maxilar cerrado. Isabella, por outro lado, agiu como se nada tivesse acontecido e girou a garrafa novamente.
A garrafa parou nela outra vez.
"Desafio," disse ela, antes que alguém pudesse perguntar.
"Beija a pessoa mais atraente da sala," disse um amigo.
Léo, incapaz de suportar mais, levantou-se abruptamente, agarrou Isabella pela mão e saiu apressadamente da sala, arrastando-a para a varanda.
Ninguém reagiu, como se esperassem por aquilo. Sofia observou-os a discutir do lado de fora através da janela de vidro. A sua discussão era acalorada, as suas vozes inaudíveis mas os seus gestos cheios de fúria e paixão.
Sofia refletiu que Léo, geralmente tão calmo e controlado, estava agora completamente descontrolado por causa de Isabella. Ela percebeu uma verdade amarga: "todos são igualmente lamentáveis quando não são amados."
Léo partiu com raiva no seu carro desportivo, deixando Isabella para trás. Isabella voltou para dentro, sozinha. Os outros convidados, sentindo o clima pesado, começaram a sair, inventando desculpas.
Sofia, a "aniversariante abandonada", foi à casa de banho.
Ao aproximar-se, ouviu vozes. Era Isabella e uma amiga.
"Porque é que disseste que nunca voltarias com ele se ainda gostas do Léo?", perguntou a amiga.
Isabella riu, um som frio e calculista.
"É uma tática. Tenho de o fazer lembrar da dor que sentiu quando o deixei. Tenho de o manter obcecado. A família dele nunca me aprovou, por isso tenho de o ter completamente na minha mão antes de aceitar voltar. Vou deixá-lo sofrer mais um pouco, e depois reconciliamo-nos."
Sofia sentiu o sangue gelar. Ela abriu a porta da casa de banho, confrontando-as.
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