Minha Casa, Minha Liberdade
img img Minha Casa, Minha Liberdade img Introdução
1
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
img
  /  1
img
img

Minha Casa, Minha Liberdade

Gavin
img img

Introdução

Na noite do meu 25º aniversário, o bolo não tinha velas.

A tensão na sala era tão espessa que dava para cortar com a faca.

Há seis meses, a mãe do Pedro, Sofia, tinha-se mudado para nossa casa depois de enviuvar, e a minha vida tornou-se um inferno silencioso.

Ela não gritava, mas as suas palavras eram veneno disfarçado de cuidado: "Eva, não achas que aquela saia é curta demais?" ou "O Pedro parece tão cansado, estás a cuidar bem dele?"

O pior era que Pedro, o meu marido, nunca me defendia, sempre repetindo: "Ela está de luto, tem paciência."

A paciência tinha-se esgotado.

Naquela mesma noite, atrás de uma porta entreaberta, ouvi Sofia a choramingar para o Pedro que eu a tratava mal, que não era a casa dela.

E então ouvi o Pedro, o homem que amava, prometer: "Vou falar com ela. Vou garantir que ela a trata com mais respeito."

Como pude ser tão cega?

A manipulação dela era óbvia, mas ele caía sempre na armadilha.

Quando propus um apartamento para a mãe dele, a cara de Pedro ficou vermelha de raiva: "Estás a tentar expulsar a minha mãe? Que tipo de pessoa tu és?"

"Onde está a tua compaixão por mim?", gritei. "Ela está a destruir-nos e tu não vês!"

A resposta dele foi fria e final: "A única pessoa que está a destruir alguma coisa aqui és tu. Ela é a minha mãe. Ela fica. Fim da discussão."

Naquele momento, olhando para as costas dele ao desaparecerem escadas abaixo, soube que tinha acabado.

Ele tinha feito a escolha dele. E não era eu.

Então, na manhã seguinte, tomei uma decisão. Uma decisão radical para salvar a mim mesma, mesmo que isso significasse destruir tudo.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022