Eu morri. Fui assassinada por uma multidão furiosa, incitada pelos filhos que eu amava mais que a minha própria vida.
A dor lancinante e o frio do asfalto foram a última coisa que senti antes da escuridão.
Mas então, abri os olhos novamente, na segurança da minha cama, um ano antes do inferno começar, com o cheiro de café na cozinha.
Lá fora, os filhos que adotei e dediquei minha vida, Pedro e Paulo, cresciam para se tornar os monstros que destruiriam tudo.
Eles me acusariam de algo hediondo, virando o mundo contra mim e Ricardo, meu marido, que os amava.
Nossa vida virou um pesadelo de calúnias, humilhação pública e ostracismo, culminando em uma morte brutal nas mãos de uma turba enfurecida.
Como pude ser tão cega? Como eles puderam me trair de forma tão cruel? O que havia por trás de tanta maldade?
Desta vez, não serei a vítima. Com cada memória dolorosa da minha vida passada, eu jurei que as coisas seriam diferentes. Eu seria a caçadora.