O imperador ficou radiante. Ele segurou minha mão e prometeu que, assim que meus filhos nascessem, eu seria nomeada princesa herdeira.
Eu acreditei nele. Acreditei na felicidade que parecia estar ao meu alcance.
No dia do parto, a dor era insuportável, mas eu estava feliz. Finalmente, meus filhos viriam ao mundo.
Mas foi o príncipe, meu marido, quem entrou no quarto, não a parteira. Ele carregava uma espada longa e fria.
O sorriso em seu rosto era cruel.
"Finalmente chegou a hora", ele disse.
Antes que eu pudesse perguntar o que ele queria dizer, ele enfiou a espada na minha barriga.
A dor foi tão intensa que me tirou o fôlego. Ele abriu meu ventre, tirou meus dois filhos ensanguentados e, sem nem mesmo olhar para eles, jogou-os pela janela para os cães selvagens que esperavam lá embaixo.
Eu ouvi os ganidos famintos.
O sangue jorrava de mim, manchando os lençóis de seda. Eu olhei para ele, sem entender.
"Por quê?", eu sussurrei, a vida se esvaindo de mim a cada segundo. "Eles são seus filhos."
Ele riu, um som oco e terrível.
"Eles, e você, me impediram de ficar com a mulher que eu amo. Por sua causa, Clara morreu. Você arruinou minha vida."
Com a ponta da espada, ele destruiu meu útero por dentro, garantindo que eu nunca mais pudesse ter filhos.
Depois, ele me arrastou para fora da cama e me jogou no caixão de um general que havia morrido recentemente. O corpo frio do homem estava ao meu lado.
"Você vai morrer com ele", ele cuspiu as palavras.
A tampa do caixão foi fechada e pregada.
No escuro, o cheiro de morte e meu próprio sangue me sufocavam. Eu gritei até meus pulmões arderem, mas ninguém me ouviu.
Morri sufocada, presa na escuridão ao lado de um estranho.
Não demorou muito para que a notícia da minha "traição" se espalhasse. Sob a acusação de enganar a família imperial, todas as mulheres da minha comunidade foram arrastadas de suas casas e executadas. Nenhuma sobreviveu.
Mas então... eu abri os olhos.
A luz do sol entrava pela janela do grande salão do palácio. Eu estava de pé, vestida com um simples vestido branco.
Diante de mim, sentada no trono, estava a imperatriz.
Sua voz era exatamente como eu me lembrava, cheia de uma autoridade fria.
"Maria, ouvi dizer que você vem de uma comunidade de mulheres muito férteis e que você é a mais abençoada de todas. Diga-me, esses rumores são verdadeiros?"
Era o mesmo dia. O mesmo momento que selou meu destino terrível.
Desta vez, eu não sorriria e confirmaria.
Com um movimento rápido, ajoelhei-me no chão frio de mármore.
"Majestade", eu disse, minha voz firme, sem um pingo de hesitação. "Isso é apenas um boato. Uma mentira."