Renascida: O Preço da Fertilidade
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Capítulo 4

A vila para a qual fui enviada era mais uma prisão do que uma residência.

Era uma casa pequena e isolada nos arredores da capital, úmida e mal conservada. Os servos que me foram designados eram claramente leais ao príncipe Carlos e não faziam questão de esconder seu desprezo por mim.

Eles me ignoravam na maior parte do tempo, e as refeições que me traziam eram sempre frias e, às vezes, estragadas.

Por dias, eu suportei em silêncio, comendo o que podia e evitando confrontos. Eu estava focada em meu plano e não queria causar problemas que pudessem atrair a atenção do príncipe.

Mas hoje, a paciência acabou.

A serva, uma mulher chamada Lúcia, com um rosto azedo, colocou uma tigela de ensopado na minha frente. O cheiro de carne podre subiu imediatamente.

"O que é isso?", perguntei, minha voz calma.

"É o seu almoço", ela respondeu, sem sequer olhar para mim.

"Está estragado. Eu não vou comer isso."

Lúcia finalmente se virou para mim, com um sorriso de escárnio nos lábios.

"Mendigos não podem escolher. Você não é mais uma noiva em potencial do príncipe. Você não é ninguém. O príncipe Carlos nos deu ordens claras. Devemos tratá-la como a sujeira que você é."

A humilhação queimou em meu peito. Eu era uma prisioneira, sendo lentamente envenenada e maltratada sob as ordens do homem que já havia me matado uma vez.

"Eu não sou sujeira", eu disse, levantando-me da cadeira.

"Ah, não? Uma mulher que se joga aos pés da realeza e depois é chutada para longe? Isso é o que você é", ela cuspiu as palavras.

Eu não aguentei mais.

Num movimento rápido, peguei a tigela de ensopado podre e a virei sobre a cabeça de Lúcia.

O líquido nojento escorreu por seu cabelo e rosto. Ela gritou, chocada e furiosa.

"Sua vadia! Como ousa?!"

Ela avançou para me atacar, mas eu fui mais rápida. Dei-lhe um tapa forte no rosto, o som ecoando pela sala silenciosa.

Lúcia cambaleou para trás, a mão na bochecha vermelha, os olhos arregalados de surpresa. Os outros servos, que assistiam de longe, ficaram paralisados.

Foi nesse exato momento que a porta se abriu com um estrondo.

O príncipe Carlos entrou, seu rosto uma máscara de fúria. E, como sempre, Clara estava ao seu lado, agarrada ao seu braço, parecendo uma vítima inocente.

Os olhos de Carlos foram da serva coberta de ensopado para mim.

Clara ofegou dramaticamente.

"Oh, meu Deus! Maria, o que você fez?", ela exclamou, correndo para o lado de Lúcia. "Lúcia, você está bem? Essa mulher horrível te machucou?"

Ela agia como se eu fosse um monstro e Lúcia, sua serva leal, uma pobre vítima. A cena estava armada, e eu era a vilã designada.

Carlos não precisou de mais nada. Sua raiva, que já estava fervendo, explodiu.

"Sua selvagem! Você não tem vergonha? Atacar uma serva indefesa?", ele rosnou, caminhando em minha direção.

A armadilha estava montada. E eu tinha acabado de cair nela.

                         

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