Redenção na Cidade Luz
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Capítulo 2

No dia seguinte, Darryl ligou para a universidade em Paris.

"Bonjour, je m'appelle Darryl Acosta. Liguei sobre a bolsa de estudo em design de moda. Gostaria de saber se ainda a posso aceitar."

Houve uma pausa do outro lado da linha, depois uma voz calorosa respondeu em inglês. "Monsieur Acosta! Sim, claro! Ficámos muito desapontados quando recusou. A sua vaga ainda está aqui. Pode começar no próximo semestre."

"Obrigado," disse Darryl, sentindo uma pequena centelha de alívio no meio da sua dor. "Estarei aí."

Ele desligou e olhou para o calendário na parede. O próximo semestre começava dentro de duas semanas. Duas semanas para se libertar desta vida.

Ele começou a fazer as malas, mas não havia muito para levar. Quase tudo o que possuía na mansão tinha sido comprado por Raegan. Ele abriu o seu guarda-roupa, um closet do tamanho do seu antigo apartamento, cheio de roupas de marca e sapatos caros.

Ele pegou num saco do lixo grande e começou a enchê-lo. Camisas de seda, casacos de caxemira, relógios de luxo. Tudo o que ela lhe tinha dado. Ele não queria nada disso. Cada item era uma lembrança da sua estupidez.

O fato de aniversário que ele desenhara para ela já estava no lixo. Era o item mais valioso, não em dinheiro, mas em tempo e amor. Ao descartá-lo, ele sentiu uma dor aguda, o fim definitivo das suas esperanças.

O stress e o desgosto cobraram o seu preço. Na manhã seguinte, Darryl acordou a tremer, com a testa a arder de febre. O mundo parecia desfocado e distante. Ele mal conseguiu sair da cama.

O seu telemóvel tocou. Era o motorista de Raegan.

"Sr. Acosta, a Sra. Lawrence pede que a encontre no Café Majestic. Ela tem alguns amigos que quer que conheça."

A ideia de enfrentar Raegan e os seus amigos ricos fazia o seu estômago revirar. "Não me estou a sentir bem," murmurou ele.

"A Sra. Lawrence insiste," disse o motorista, a sua voz sem emoção. "O carro estará à sua espera em dez minutos."

Arrastando-se, Darryl vestiu-se e desceu. O ar frio da manhã fez com que ele se sentisse ainda pior.

Quando chegou ao Majestic, o famoso café estava cheio de gente. Ele viu Raegan sentada numa mesa de canto, a rir com duas mulheres elegantemente vestidas e Conrad.

Ele hesitou na entrada, não querendo aproximar-se. Foi então que ouviu a conversa delas.

"Raegan, querida, o que vais fazer com o teu pequeno brinquedo agora que o Conrad voltou?" perguntou uma das mulheres, com a voz carregada de malícia.

A outra mulher riu-se. "Sim, não podes mantê-lo por perto. Seria estranho."

Darryl sentiu o seu rosto a arder de humilhação. Um brinquedo. Era isso que ele era para eles.

Raegan tomou um gole do seu café, o seu olhar passando por cima deles e fixando-se em Darryl, que estava parado perto da porta. Ela sabia que ele estava ali. Ela sabia que ele podia ouvir.

"Não se preocupem," disse Raegan, a sua voz fria e controlada, mas alta o suficiente para Darryl ouvir claramente. "O Darryl sabe o seu lugar. Ele é muito obediente. Fará o que eu lhe disser."

O desespero tomou conta dele. Ela não estava apenas a descartá-lo; estava a humilhá-lo, a reafirmar o seu controlo sobre ele na frente do seu ex-namorado e das suas amigas.

Foi Conrad quem o viu primeiro e sorriu. Ele levantou-se e caminhou até Darryl, agarrando-o pelo braço com uma força surpreendente.

"Anda, junta-te a nós," disse Conrad, arrastando-o para a mesa.

Todos os olhos se viraram para ele.

"Darryl, não pareces bem," disse Raegan, a sua voz agora cheia de uma falsa preocupação. "Estás doente?"

Ele olhou para ela, depois para Conrad, que ainda o segurava firmemente. Ele viu o jogo nos olhos deles. Raegan estava a usá-lo para provocar ciúmes em Conrad, para mostrar que ainda tinha poder. Conrad estava a usá-lo para se divertir, para mostrar a sua superioridade.

Ele era um peão no jogo emocional deles.

A amargura subiu-lhe à garganta. Ele não disse nada. Apenas ficou ali, a tremer de febre e raiva, enquanto eles continuavam a sua conversa animada, ignorando-o como se ele fosse um móvel.

            
            

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