João Silva encontrou um panfleto perturbador na gaveta da cozinha, anunciando uma "escola de reabilitação comportamental" para crianças. Seu filho Pedro, de apenas seis anos, não precisava de reabilitação, mas a voz gélida de sua esposa Maria confirmou que ela havia matriculado o menino por ter quebrado o relógio caro do amigo dela, Miguel.
O mundo de João desabou ao chegar à "escola": um prédio cinzento e cercado por arame farpado. Ele invadiu o local, encontrando Pedro inerte, pálido, com fios conectados à cabeça e braços, e uma máquina de eletrochoque ao lado da cama. Seu filho estava em coma. Um enfermeiro gaguejou desculpas, mencionando "protocolo de contenção" e "dosagem alta demais".
Em meio ao desespero, João ligou para Maria, mas só obteve sua caixa postal. Ao ligar para Miguel, ouviu a risada de Maria ao fundo. "Diz que eu não posso falar, amor. Estamos comemorando", sussurrou ela. No mesmo instante, uma mensagem de Maria para um grupo de amigas, que o incluiu por engano, mostrava uma foto dela sorrindo, abraçada a Miguel, com a mão na barriga e a legenda: "Finalmente vamos ter nossa própria família! Grávida do homem da minha vida!"
João caiu de joelhos, segurando a mão de seu filho em coma. A traição brutal e a destruição de sua família o afogaram em uma dor indescritível e em um profundo sentimento de injustiça.
Naquele momento, uma fúria fria começou a borbulhar, substituindo a dor avassaladora. João sabia o que precisava fazer. Ele tiraria seu filho dali, acabaria com seu casamento e garantiria que Maria e Miguel pagassem por tudo que haviam feito.