A Verdade por Trás do Talismã
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Capítulo 3

Corri para o hospital como um louco. O trânsito parecia conspirar contra mim, cada sinal vermelho era uma tortura. A voz da minha tia ecoava na minha mente: "Ele está morrendo, e a culpa é sua!"

Cheguei à recepção, ofegante.

"Eu preciso ver meu avô, o Sr. Almeida."

A recepcionista me olhou com pena. "A família está na sala de espera do terceiro andar. Mas eles pediram para não..."

Não esperei ela terminar. Corri para as escadas, subindo os degraus de dois em dois.

Quando cheguei ao corredor do terceiro andar, vi todos eles. Meu pai, minha mãe, meus tios, minhas tias. Eles estavam agrupados perto da porta da UTI. Ao me verem, seus rostos se transformaram. A preocupação deu lugar a um ódio puro e visceral.

Meu pai foi o primeiro a se mover. Ele veio na minha direção como um touro enfurecido.

"Você ainda tem a coragem de aparecer aqui?", ele sibilou.

E então, sua mão veio com força contra o meu rosto. O estalo do tapa ecoou pelo corredor silencioso do hospital. Minha cabeça virou com o impacto, e um zumbido agudo preencheu meus ouvidos.

"Pai...", murmurei, chocado.

Ele nunca havia levantado a mão para mim.

"Não me chame de pai!", ele gritou. "Você não é meu filho! Você é uma desgraça!"

Meu tio, o irmão mais novo do meu pai, me empurrou contra a parede.

"Seu lixo! Você matou o vovô!"

Ele me deu um chute na perna. Caí de joelhos, a dor se misturando com a incredulidade. Olhei para os rostos da minha família, procurando por um pingo de compaixão. Não havia nenhum.

Minha tia, a mesma que me ligou, veio até mim e cuspiu no chão, perto do meu rosto.

"Assassino."

Até minha mãe, minha protetora, a mulher que me cobria de beijos e mimos, me olhava como se eu fosse um estranho, um inimigo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas não de tristeza pelo meu sofrimento, e sim de raiva.

"Por quê?", consegui perguntar, com a voz rouca. "Alguém pode me explicar por que estão fazendo isso?"

Ninguém respondeu. Eles apenas me cercaram, suas expressões cheias de desprezo. Enfermeiras e outros visitantes pararam para olhar, sussurrando entre si. Eu era um espetáculo de humilhação pública.

"Eu só quero saber o porquê!", insisti, tentando me levantar. "O que esse talismã significa?"

A menção ao talismã os enfureceu ainda mais.

"Cale essa boca!", gritou meu pai. "Não ouse mencionar essa coisa de novo!"

Minha mãe se aproximou de mim. Por um instante, pensei que ela ia me ajudar. Em vez disso, ela tentou arrancar o celular do meu bolso.

"Me dá esse telefone! Você precisa apagar aquela foto agora!", ela ordenou, com uma urgência desesperada.

O gesto dela foi o que me despertou do torpor. Eles não queriam que eu entendesse, eles queriam que eu me calasse. Eles queriam apagar a prova.

Reagi por instinto. Segurei o celular com força e a empurrei para trás, não com força, mas o suficiente para me libertar.

"Não!", eu gritei. "Não antes de vocês me dizerem a verdade!"

A confusão aumentou. Meus tios tentaram me agarrar. Minha mãe gritava para eu entregar o celular. No meio do caos, vi minha chance.

Empurrei quem estava na minha frente e comecei a correr. Corri pelo corredor, desci as escadas correndo, com os gritos da minha família me seguindo como uma maldição.

"Pega ele! Não deixem ele escapar!"

Um segurança do hospital tentou me parar na saída, mas eu o desviei e continuei correndo, sem rumo, apenas para longe daquele pesadelo.

Parei em um beco a vários quarteirões de distância, ofegante, com o coração batendo descontroladamente no peito. O tapa, o chute, os cuspes, os olhares de ódio... tudo aquilo era real.

Eu estava sozinho. Completamente sozinho.

Encostei na parede fria e escorreguei até o chão. Olhei para o meu celular. A tela estava trincada. Minha mãe.

Foi então que percebi. A obsessão deles em apagar a foto do talismã... não era apenas superstição. Havia um segredo ali. Um segredo terrível que eles estavam dispostos a proteger a qualquer custo, mesmo que isso significasse destruir a mim.

Meu celular vibrou. Uma notificação. Não era da minha família. Era uma mensagem direta na rede social onde eu postei a foto.

De um perfil sem foto, com um nome de usuário aleatório.

A mensagem era curta, mas fez meu sangue gelar e, ao mesmo tempo, acendeu uma chama de esperança.

"Eu sei o que é esse objeto. E sei o que eles fizeram com a Ana."

            
            

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