Meu Passado, Minha Vingança
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Capítulo 1

A escuridão me engoliu, e a última coisa que ouvi foi a voz de Sofia, minha meia-irmã, cheia de desprezo.

"Como poderia uma bastarda como você me superar? A culpa é sua e desse seu bastardo por estarem no meu caminho!"

O fogo consumiu tudo, meu corpo, minhas esperanças, e a pequena vida que crescia dentro de mim. A dor era insuportável, mas o ódio era ainda maior. Ódio de Sofia, a filha legítima que sempre me viu como uma mancha na reputação da família, e ódio de Pedro, o homem com quem me casei, meu marido, que caiu nos encantos dela.

Eu me casei com Pedro em nome da família, substituindo Sofia quando ela fugiu para viver um grande amor que não durou nada. Eu dei a ele um herdeiro, e por um momento, pensei que teria paz. Mas Sofia voltou, arrependida e invejosa, e não descansou até tirar tudo de mim.

Ela seduziu Pedro. Juntos, eles me destruíram.

De repente, uma lufada de ar encheu meus pulmões. Abri os olhos, atordoada. A luz do sol entrava pela janela do meu quarto, o mesmo quarto na mansão da família Costa. Meu corpo estava inteiro, sem queimaduras, sem dor.

Levei a mão à minha barriga, ainda lisa. O pânico me invadiu por um instante, mas então a clareza veio como um raio.

Eu estava viva. Eu tinha voltado.

Olhei para o calendário na mesa de cabeceira. A data confirmou. Era o dia em que, na minha vida passada, eu tinha descoberto a gravidez. O dia em que a minha breve felicidade começou, e o dia que marcou o início do meu fim.

Uma risada baixa e amarga escapou dos meus lábios. Desta vez, seria diferente.

Desta vez, eu não seria a vítima.

O que não se tem é sempre o mais desejado, não é? Na vida passada, Pedro se sentiu atraído por Sofia porque ela era a noiva que o rejeitou, o fruto proibido. Pois bem, desta vez, eu mesma serviria a fruta para ele numa bandeja de prata.

Eu orquestraria o reencontro deles. Eu os empurraria um para o outro.

Afinal, uma vez que o desejo é satisfeito e a ilusão do "amor verdadeiro" se desfaz, o que resta é apenas a feiura da ambição e da falsidade. E eu estaria lá para garantir que todos vissem.

A porta se abriu e Pedro entrou, com o sorriso superficial que eu agora conhecia tão bem. Ele valorizava o poder e o prazer acima de tudo, e sua lealdade era tão firme quanto areia movediça.

"Luana, querida, você parece pálida. Está tudo bem?"

Na minha vida anterior, eu teria sorrido e contado a ele a grande notícia, selando meu destino. Hoje, não.

Hoje, a vingança começava.

"Estou bem, Pedro. Só um pouco cansada", respondi, minha voz calma, escondendo a tempestade dentro de mim. "Na verdade, estava pensando em Sofia. Sinto falta dela."

Ele pareceu surpreso, mas um brilho de interesse surgiu em seus olhos.

"Sua irmã? Pensei que vocês não se davam bem."

"Bobagem. Somos irmãs, afinal. Acho que deveríamos convidá-la para passar um tempo conosco", sugeri, com a mais inocente das expressões. "Seria bom ter a família por perto, não acha?"

Pedro me observou por um momento, desconfiado, mas a ideia claramente o agradava.

"É uma boa ideia. Vou pedir para sua mãe trazê-la", ele disse, já se movendo em direção à porta.

Eu o observei ir, um sorriso frio se formando em meu rosto. Sim, Pedro. Traga-a. Traga a mulher que vai te levar à ruína.

Quanto à notícia da minha gravidez, ela podia esperar. Eu a guardaria como minha arma secreta, meu trunfo. Este bebê não seria uma vítima. Ele seria a razão da minha força, o herdeiro de tudo o que eu estava prestes a conquistar.

Eu protegeria meu filho, e para isso, destruiria todos que ousassem nos ameaçar.

            
            

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