Pedro era um homem de apetites. Na vida passada, ele se cansou de mim rapidamente, buscando novidades e emoções. Depois que Sofia o conquistou, ele ainda mantinha outras mulheres por perto para satisfazer seu ego e seus desejos. Ele não amava nenhuma delas, nem mesmo Sofia. Ele amava a sensação de poder, a conquista, a variedade.
Sabendo disso, um peão não era suficiente para distraí-lo. Eu precisava de mais.
Precisava transformar a mansão Costa em um palco de ciúmes e competição, um caos que o manteria ocupado demais para prestar atenção em mim ou nos meus planos.
Alguns dias depois, Juliana veio me servir o chá da manhã, seu andar um pouco mais confiante, seu sorriso um pouco mais presunçoso. Ela estava claramente sendo "favorecida" por Pedro.
"Senhora, o chá está como a senhora gosta", disse ela, com uma reverência um pouco menos profunda que antes.
"Obrigada, Juliana. Você parece feliz", comentei, pegando a xícara. "O senhor tem sido bom com você?"
Ela corou. "O senhor é muito generoso, senhora."
"Fico feliz em ouvir. Aqui", eu disse, tirando uma pulseira de ouro do meu pulso. "Um presente, pelo seu bom trabalho."
Os olhos dela se arregalaram. A pulseira era delicada e cara. Ela a aceitou com as mãos trêmulas.
"Senhora, eu não posso..."
"Pode, sim. E um conselho, Juliana. Homens como o senhor Pedro gostam de novidades. Use aquele perfume francês que eu te dei. E não tenha medo de mostrar sua inteligência. Ele gosta de mulheres que sabem conversar."
Eu a estava ensinando a ser a amante perfeita, afiando a faca que um dia a cortaria.
Na mesma semana, durante um passeio pelos jardins, "acidentalmente" encontrei Fernanda, a filha de um dos gerentes de negócios de Pedro. Ela era estonteante, com um corpo curvilíneo e um olhar ousado. Na vida passada, ela também tinha sido uma das amantes de Pedro, uma das mais audaciosas.
"Fernanda, que surpresa agradável!", eu disse, sorrindo. "Seu pai me disse que você tem um talento incrível para a dança."
Fernanda, que sempre buscou uma oportunidade para subir na vida, sorriu de volta. "A senhora é muito gentil."
"Estou planejando uma pequena reunião em breve. Talvez você pudesse nos honrar com uma apresentação?", convidei.
O convite era uma isca clara, e ela mordeu na hora. "Seria uma honra, Senhora Costa."
O plano estava se desenrolando perfeitamente. Juliana no escritório, Fernanda na sala de dança. Pedro mal saberia para onde olhar. O harém dele estava tomando forma, e eu era a arquiteta invisível de tudo aquilo.
Enquanto isso, eu me mantinha reclusa, usando a desculpa de uma "saúde frágil" para evitar eventos sociais e me concentrar em "cuidar de mim mesma". Na verdade, eu passava meus dias planejando, calculando cada passo.
Márcia me olhava com preocupação. "Senhora, a senhora não acha que ter tantas mulheres jovens perto do senhor é... perigoso?"
Eu sorri para ela, um sorriso tranquilo.
"Não se preocupe, Márcia. Eu sei exatamente o que estou fazendo."
E eu sabia. Eu estava construindo uma fogueira. E em breve, jogaria meus inimigos nela, um por um. Enquanto eles se queimavam, eu e meu filho assistiríamos de um lugar seguro, finalmente em paz.