O Violino Dela, a Vingança Dele
img img O Violino Dela, a Vingança Dele img Capítulo 4
4
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
img
  /  1
img

Capítulo 4

Anabela se arrastou de volta para a mansão. A casa estava vazia e silenciosa. Tudo o que ela queria era rastejar para a cama e dormir, para escapar do pesadelo em que sua vida havia se tornado.

Ela mal havia chegado ao topo da escada quando a voz de Joca ecoou da porta de entrada.

"Nem pense nisso."

Ele entrou na casa, Evelyn agarrada ao seu braço como uma trepadeira decorativa.

"Evelyn está com fome", ele anunciou. "Ela quer sua massa com trufas negras. Vá fazer."

Era outra humilhação, outra maneira de lembrá-la de seu lugar. Ela não era mais a dona da casa; era a empregada.

"E como você tem estado tão... fraca", ele acrescentou com um toque cruel em seus lábios, "vou permitir que você coma um pouco das sobras."

Ela não disse nada. Caminhou para a cozinha, seu corpo se movendo no piloto automático. Suas mãos estavam firmes enquanto cozinhava, mas seu coração era um bloco de gelo. O aroma rico das trufas encheu o ar, um cheiro que antes significava celebração e amor. Agora, apenas cheirava a cinzas.

Eles comeram na grande sala de jantar. Evelyn beliscou sua comida, depois pousou o garfo com um suspiro.

"Estou entediada", ela anunciou, olhando para Anabela. "Dance para mim."

Anabela a encarou. "O quê?"

"Quero que você dance. Seria tão divertido."

Anabela sentiu uma nova onda de tontura. Havia perdido muito sangue. Seu corpo gritava em protesto. Ela olhou para Joca, um apelo silencioso em seus olhos.

Ele encontrou seu olhar, sua expressão inflexível. "Faça, Anabela. Não estrague o humor dela."

Ela se levantou, suas pernas parecendo chumbo. Moveu-se para o centro da sala, seu corpo se sentindo desconectado, como uma marionete cujas cordas eram puxadas por um mestre cruel. Ela começou a se mover, uma imitação lenta e desajeitada de uma dança.

Então, uma dor aguda e lancinante atravessou seu abdômen. Foi tão intensa que lhe roubou o fôlego. Ela ofegou, agarrando o estômago.

Uma umidade quente se espalhou entre suas pernas. Ela olhou para baixo. Uma mancha vermelha escura estava florescendo em sua calça clara.

Evelyn recuou com nojo. "Eca, que nojento! Joca, olhe para ela! Ela é repugnante."

O rosto de Joca era uma máscara de fúria e repulsa. "O que há de errado com você?", ele rugiu. "Você está fazendo uma bagunça! Você estragou o apetite de Evelyn!"

Ele não perguntou se ela estava bem. Não demonstrou um pingo de preocupação.

"Limpe isso", ele ordenou, sua voz gotejando desprezo. "Agora."

Ele pegou Evelyn nos braços, que fingia um desmaio delicado, e a carregou para fora da sala como se Anabela não fosse nada mais do que uma sujeira em seu tapete caro.

Ela foi deixada sozinha, no chão, em uma poça de seu próprio sangue. A dor era insuportável, mas a dor em seu coração era pior. Ela não chorou. Havia aprendido que lágrimas eram inúteis com ele. Chorar não traria seu bebê de volta. Chorar não traria de volta o homem que ela um dia amou.

Mais tarde naquela noite, a dor havia diminuído para uma dor surda e constante. Ela estava deitada em sua cama, olhando para o teto, quando a porta de seu quarto rangeu ao se abrir.

Era Evelyn. Em sua mão, ela segurava uma faca pequena e afiada da cozinha.

"Você acha que pode vencer?", Evelyn sussurrou, sua voz um silvo venenoso. "Ele é meu. Ele sempre deveria ter sido meu."

Ela se lançou. Anabela reagiu por puro instinto, agarrando o pulso de Evelyn. A faca caiu no chão. Evelyn gritou, um grito agudo e teatral.

"Ela está tentando me matar! Joca, socorro!"

Joca irrompeu no quarto, seu rosto uma tempestade de raiva. Ele viu Evelyn no chão, agarrando o pulso, e Anabela de pé sobre ela. Ele não perguntou o que aconteceu. Não precisava. Em sua mente, Anabela era sempre a vilã.

Ele arrancou o cinto de suas calças. O couro assobiou no ar antes de atingir suas costas. A dor foi aguda, elétrica. Ele a golpeou de novo e de novo.

"Sua vadia!", ele gritou, sua voz rouca de fúria. "Eu vou te matar!"

Ele a chutou. Com força. No estômago.

Uma dor diferente de tudo que ela já conhecera explodiu dentro dela. Era uma agonia dilacerante, que revirava as entranhas. Ela desabou, um grito estrangulado escapando de seus lábios.

O sangue jorrou de entre suas pernas, uma torrente de vermelho que encharcou suas roupas e formou uma poça no tapete branco.

Seu bebê.

Seu bebê se fora.

"Joca", ela ofegou, estendendo a mão para ele, sua visão se afunilando. "O bebê... por favor... salve meu bebê..."

                         

COPYRIGHT(©) 2022