A Traição do Amor: Um Casamento Forjado
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Capítulo 2

Os olhos frios de Caio pousaram em Helena, cheios de nojo.

"O que você pensa que está fazendo?", ele rosnou.

Helena olhou de sua perna sangrando para Caio embalando Brenda como se ela fosse uma boneca frágil. Uma dor surda se espalhou por seu peito, mais dolorosa que qualquer ferida física.

Ela lutou para manter a voz firme. "Ela tentou me bater."

"Caio!", Brenda soluçou, enterrando o rosto no peito dele. "Ela tentou machucar a Princess! Ela chutou minha pobre bebê sem motivo nenhum!"

A testa de Caio se franziu, seu olhar se tornando gelo. "Por que você atacaria um animal indefeso, Helena? Você sabe o quanto Brenda ama essa cadela."

Uma lágrima de pura frustração e desespero escorreu pelo rosto de Helena. "Você não viu! A cadela me mordeu primeiro! Olhe para a minha perna!"

A combinação da perda de sangue e da dor lancinante em suas costas finalmente a sobrecarregou. Suas pernas cederam, e ela deslizou pela parede, desabando em um monte no chão.

Por um breve segundo, os olhos de Caio piscaram para o corte em sua panturrilha, e um músculo em sua mandíbula se contraiu. Seu tom suavizou quase imperceptivelmente.

"Vamos limpar isso."

Mas Brenda imediatamente apertou seu aperto nele, seus soluços se tornando mais frenéticos. "Não! Caio, ela machucou a Princess! Minha pobre bebê está traumatizada!"

A preocupação momentânea de Caio por Helena desapareceu. Ele acariciou o cabelo de Brenda, sua voz gotejando afeto. "Pronto, pronto. O que você quer que eu faça, meu amor?"

Brenda levantou o rosto manchado de lágrimas, seus olhos cheios de veneno enquanto olhava para Helena. "Eu quero que ela peça desculpas. Para a Princess."

Caio olhou de volta para Helena no chão, sua expressão endurecendo novamente. "Você a ouviu. Peça desculpas para a cadela, e podemos deixar isso para trás."

Helena soltou uma risada fraca e amarga. Aos olhos dele, sua dor, seu sangue, sua dignidade - tudo valia menos que um cachorro mimado.

Seu rosto estava pálido, mas sua voz era resoluta. "Não."

"O que você disse?", a voz de Caio baixou, assumindo um tom perigoso.

"Eu disse não", repetiu Helena, trêmula, mas desafiadora. "Eu não fiz nada de errado."

Brenda soltou um suspiro teatral e começou a tremer nos braços de Caio.

A paciência de Caio se esgotou. "Você ousa me desobedecer?", ele trovejou.

Helena o encarou, seu coração um bloco de gelo. Ela se lembrou de todas as vezes que obedeceu, todas as vezes que engoliu seu orgulho, esperando por uma migalha de bondade que nunca veio. Não lhe rendeu nada.

"Eu ainda sou a dona desta casa, não sou?", ela desafiou, sua voz mal um sussurro. "Ou esse título é tão falso quanto nossa certidão de casamento?"

Caio ficou imóvel, seus olhos se estreitando. Então um sorriso cruel tocou seus lábios. "Não ouse usar sua posição comigo, Helena. Não vai funcionar."

Ele deu um passo mais perto, pairando sobre ela. "Peça desculpas. Agora. Ou eu vou fazer você pedir."

Helena olhou para seu rosto bonito e impiedoso e sentiu uma onda de repulsa. Ele estava disposto a humilhá-la a esse ponto por um cachorro, por Brenda.

Lentamente, dolorosamente, ela se levantou, agarrando-se ao corrimão para se apoiar. Ela encontrou o olhar dele, seus próprios olhos cheios de uma mistura de dor e pena. Pena por este homem poderoso que era tão emocionalmente atrofiado, tão completamente dominado por sua própria crueldade.

"Nunca", disse ela.

O rosto de Caio se contorceu de raiva. "Seguranças!", ele berrou. "Levem-na para o pátio. Façam-na ajoelhar. Ela ficará lá até estar pronta para se desculpar."

Dois seguranças de rosto impassível apareceram instantaneamente. Enquanto eles agarravam seus braços, Brenda, não mais chorando, lançou a Helena um sorriso triunfante e zombeteiro.

"Caio", Helena chamou, sua voz rouca, enquanto os guardas começavam a arrastá-la.

Ele se virou, sua expressão fria e impaciente. "O quê? Mudou de ideia?"

Ela queria gritar para ele que estava indo embora, que a mãe dele já havia concordado, que logo ele estaria livre dela para sempre. Mas as palavras ficaram presas em sua garganta, sufocadas por anos de lágrimas não derramadas e dor não dita.

Tudo o que ela conseguiu foi um único e desolado sussurro. "Você é um homem sem coração."

Caio apenas zombou, um lampejo de aborrecimento cruzando seu rosto. "Tirem-na da minha vista."

Ele virou as costas para ela e se afastou sem um segundo olhar.

Helena o observou ir, o aperto dos guardas cravando em seus braços. Ela sentiu a picada aguda de suas próprias unhas cravando em suas palmas.

Está quase acabando, ela disse a si mesma. Só mais um pouco, e você estará livre.

            
            

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