A Traição do Amor: Um Casamento Forjado
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Capítulo 4

"Sua desgraçada", Caio rosnou, sua voz baixa e ameaçadora. "Você colocou uma agulha de aço no vestido da Brenda?"

Helena encarou seus olhos furiosos, o metal frio da arma uma realidade aterrorizante contra sua pele. "Não. Eu nunca faria isso."

"Não minta para mim!", ele rugiu. "Ela foi espetada! Ela está machucada! Você foi a única que tocou naquelas roupas!"

"Eu não fiz isso", insistiu Helena, sua voz trêmula, mas firme.

Ele ignorou seus apelos. "Seguranças! Levem-na de volta para casa. Agora."

Dois homens entraram correndo, arrancando o soro de seu braço e a arrastando da cama do hospital. Eles a levaram de volta para a mansão e a jogaram no porão úmido e escuro que usavam como masmorra.

Eles a amarraram a uma cruz de madeira, seus braços e pernas abertos.

"Eu não fiz isso", ela coaxou, a garganta seca.

Um homem - um dos executores de maior confiança de Caio - saiu das sombras. Ele segurava um alicate e uma agulha de aço longa e fina.

Então, com um movimento frio e deliberado, ele forçou a agulha sob a unha dela.

Um grito rasgou a garganta de Helena enquanto uma agonia branca e quente subia por seu braço. As cordas cortavam sua carne enquanto ela lutava futilmente contra suas amarras.

"Confesse", disse o executor, sua voz plana.

"Eu... não... tenho... nada... a confessar", ela ofegou, lágrimas e suor se misturando em seu rosto.

"Você é teimosa", disse o homem, um brilho cruel em seu olho. Ele pegou outra agulha.

Um por um, eles perfuraram seus dedos. A dor era cegante, um fogo que consumia tudo e ameaçava engoli-la por inteiro. Ela entrava e saía da consciência, uma coisa quebrada pendurada em uma cruz.

Ela ficou lá por um dia e uma noite. Em um ponto, um guarda mais jovem, com o rosto pálido, sussurrou para o executor: "Senhor, talvez ela realmente não tenha feito isso. Ela é a dona da casa..."

O executor zombou. "Ela ofendeu a Srta. Cortez. Isso é uma sentença de morte. O chefe só a mantém por aparência."

Através de uma névoa de dor, Helena o ouviu. Claro. Todos sabiam. Brenda era o poder real. Ela era apenas um objeto. Um sorriso amargo e quebrado tocou seus lábios antes que ela finalmente sucumbisse à escuridão.

Quando acordou novamente, estava em sua própria cama. Sua empregada pessoal, uma jovem gentil chamada Lili, estava aplicando remédio delicadamente em seus dedos mutilados.

"A senhora acordou!", gritou Lili, aliviada. "Vou avisar o patrão!"

Antes que Lili pudesse sair, uma série de gritos horríveis ecoou do pátio da frente.

Lili voltou alguns minutos depois, o rosto branco de choque. "Senhora... o patrão... ele está chicoteando o executor que a torturou. Ele está batendo nele até quase matá-lo."

Helena a encarou, confusa.

"O patrão está gritando que a senhora é a dona da família Barros", sussurrou Lili, com os olhos arregalados. "Ele está dizendo que ofender a senhora é ofender a família inteira, que ninguém pode desrespeitar a honra da família."

Helena virou a cabeça para olhar pela janela, uma dor mais profunda que qualquer tormento físico se instalando em seu coração.

Não era por ela. Ele não a estava defendendo. Ele estava defendendo o nome de sua família. O sofrimento dela não significava nada; o orgulho dele significava tudo.

Ela fechou os olhos, seu rosto uma tela em branco, vazia.

Uma semana depois, quando finalmente conseguiu andar novamente, Caio voltou. Ele estava vestido com um terno impecável e sob medida, parecendo tão poderoso e bonito como sempre.

Ele olhou para ela, sua expressão indecifrável. "O que passou, passou", disse ele, seu tom quase gentil. "Apenas aprenda a se dar bem com a Brenda, e sua posição como Sra. Barros estará sempre segura."

Ele queria que ela esquecesse de ter sido incriminada, torturada e quase morta. Ele queria que ela continuasse a desempenhar seu papel.

"Há uma festa de gala hoje à noite", ele continuou. "Você virá comigo."

Antes que Helena pudesse recusar, Brenda, que havia aparecido na porta, agarrou seu braço e praticamente a arrastou para o carro.

Durante todo o trajeto, Brenda tagarelava animadamente, se jogando sobre Caio, beijando sua bochecha. Caio sorria, seus olhos cheios da adoração familiar que ele reservava apenas para ela. Helena sentou-se no banco da frente, silenciosa e invisível, um fantasma na celebração deles.

O clube fervilhava com a elite da cidade. Assim que os três entraram, os sussurros começaram.

"Olha, Caio Barros é um marido tão dedicado. Ele a leva para todos os lugares."

"Ela? Olhe o que ela está vestindo. Aquele vestido tem cinco anos. Acho que a verdadeira amante é a Brenda Cortez, com ele. A esposa provavelmente é a empregada."

Helena ouviu tudo. Estava acostumada. Encontrou um canto tranquilo e ficou lá, observando Caio e Brenda reinarem, o casal poderoso perfeito.

De repente, uma chuva de fotografias caiu da varanda do segundo andar.

Uma mulher perto de Helena ofegou, pegando uma. "Oh, meu Deus! É a dona da casa! Olhe estas fotos... ela mal está vestindo alguma coisa!"

            
            

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