Esposa Traída, Vingança Ardente
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Capítulo 8

"Eu não vou pedir desculpas", repetiu Denise, a voz firme e forte. "Eu não fiz nada de errado. E vou prestar queixa contra cada pessoa que encostou um dedo em mim hoje."

Ela se virou para seu mentor. "Elcio, por favor, chame a polícia."

Uma onda de pânico percorreu a multidão. Alguns dos agressores olharam para Chayene, que agora parecia decididamente menos presunçosa.

"Denise, não vamos nos precipitar", disse Chayene, dando um passo à frente com um olhar de falsa preocupação. "Estes são nossos colegas. Foi apenas um mal-entendido. Podemos resolver isso."

"Um mal-entendido?", a risada de Denise foi aguda e frágil. "Você chamaria de mal-entendido se estivessem atirando pedras na sua cabeça, Chayene?"

O rosto de Chayene corou. Ela abriu a boca para falar, mas Caio a interrompeu.

"Já chega!", ele latiu para a multidão. "Todos, dispersem! Voltem ao trabalho!"

Ele tentou assumir o controle da situação, mas Denise não havia terminado.

"Não", disse ela, sua voz cortando a dele. "Eles não vão a lugar nenhum até a polícia chegar."

Elcio assentiu sombriamente e pegou o telefone.

Denise, apoiando-se em Elcio, afastou-se da cena, deixando Caio e Chayene para enfrentar as consequências da turba que haviam criado.

Na pequena clínica da empresa, uma enfermeira limpou e enfaixou o corte em sua testa. Elcio sentou-se ao lado dela, sua expressão sombria.

"Aquele homem é um tolo", disse Elcio, balançando a cabeça. "Não entendo por que você simplesmente não conta a todos a verdade. Que você era a esposa dele primeiro."

Denise suspirou. "Qual é o sentido, Elcio? Minha certidão de casamento é falsa. Os registros do estado foram alterados. Seria minha palavra contra a deles. Eles apenas me pintariam como uma ex-colega ainda mais louca e obsessiva."

Ela olhou pela janela. "Ele não é mais meu marido. Não importa."

Elcio suspirou, reconhecendo a finalidade em seu tom. "Bem, sua nova missão está toda acertada. O transporte que arranjei estará aqui em uma hora. Levará você diretamente para a instalação do Quimera. Suas coisas já foram embaladas e enviadas da sua casa."

"Obrigada, Elcio", disse ela, uma onda de gratidão a invadindo. "Por tudo."

Pela primeira vez em meses, ela sentiu um lampejo de esperança. Ela estava escapando.

Mais tarde, enquanto esperava na clínica, Caio entrou sozinho. Ele parecia cansado e derrotado.

"Como está sua cabeça?", ele perguntou, a voz baixa.

"Está bem", disse ela, sem olhá-lo. A falsa preocupação revirou seu estômago.

"Denise, sinto muito pelo que aconteceu", disse ele, sentando-se na cadeira ao lado dela. "Eu não sabia que eles iriam tão longe."

Ele suspirou. "Esta promoção, meu retorno à cidade... é tão importante. Só preciso que você seja paciente. Sei que pedi muito de você..."

Ele ainda estava tocando a mesma música. Ainda pedindo seu sacrifício, seu silêncio.

"Chayene também sente muito", acrescentou ele.

"Você está se desculpando em nome dela?", perguntou Denise, a voz perigosamente suave. "Como marido dela?"

Ele se encolheu. "Não foi o que eu quis dizer."

"Poupe-me, Caio", disse ela, levantando-se. "Estou cansada de suas mentiras."

Ele se levantou também, um olhar desesperado no rosto. "Só... só mais uma coisa. Aqueles seus cadernos. Aqueles com todas as suas anotações de arquitetura e algoritmos para o novo sistema."

Denise o encarou, horrorizada.

"Chayene está tentando se atualizar", explicou ele, um rubor vergonhoso subindo por seu pescoço. "Ela precisa mostrar que é competente. Se ela tivesse suas anotações, a ajudaria muito. Me ajudaria muito."

A audácia. A pura e parasitária coragem. Ele havia tirado sua vida, sua reputação, e agora queria pegar os frutos de seu trabalho, seu próprio intelecto, e entregá-los à mulher que a substituíra.

Ela olhou para ele, para seu rosto desesperado e suplicante, e uma decisão fria e dura se formou em sua mente.

"Tudo bem", disse ela. "Você pode ficar com eles."

Um olhar de imenso alívio inundou seu rosto. "Obrigado, Denise. Obrigado. Passarei para pegá-los com você mais tarde esta noite."

"Não", disse ela. "Vou deixá-los na mesa de cabeceira. Você pode pegá-los amanhã."

Ele assentiu ansiosamente, como um cachorro a quem se promete um petisco, e se apressou em ir embora, sem dúvida para dar a Chayene a boa notícia.

Denise recostou-se na parede, o coração uma pedra fria e pesada.

Uma hora depois, o carro que Elcio havia enviado chegou. Era um sedã preto discreto. Ela entrou sem olhar para trás.

Enquanto o carro se afastava da clínica, da empresa, da cidade que guardava tanta dor, ela finalmente se permitiu uma única lágrima. Não era uma lágrima de tristeza. Era uma lágrima de libertação.

Ela estava livre.

Enquanto isso, Caio, exultante com sua vitória, foi ao hospital para contar a Chayene a boa notícia sobre os cadernos. Encontrou o quarto dela vazio.

Ele correu para o posto de enfermagem. "Onde está a paciente deste quarto? Chayene Melo?"

"Ah, ela?", disse a enfermeira, seu tom desdenhoso. "Ela teve alta horas atrás. Não havia nada de errado com ela."

                         

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