Traição na Noite de Núpcias: Um Coração que se Apaga
img img Traição na Noite de Núpcias: Um Coração que se Apaga img Capítulo 7
7
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
img
  /  1
img

Capítulo 7

O som da orquestra do salão de festas era uma onda de ruído que se chocou contra Catarina enquanto ela caminhava pelo corredor vazio. Ela sentiu uma perseguição fantasma, o peso dos últimos anos a perseguindo, e apressou o passo.

Ao virar uma esquina, ela colidiu com um homem corpulento que fedia a uísque.

"Olha por onde anda!", ele arrastou as palavras, agarrando o braço dela.

"Desculpe", disse Catarina, tentando se soltar. "Eu pago pela sua lavagem a seco."

Os olhos do homem percorreram seu vestido simples, um sorriso de escárnio no rosto. "Lavagem a seco? Você acha que isso é suficiente? Ajoelhe-se e limpe meus sapatos, e talvez eu te perdoe."

Os olhos de Catarina se estreitaram. "Não. Apenas me diga quanto eu te devo."

Ele riu, um som áspero e feio. "Você vai fazer o que eu digo." Ele começou a arrastá-la em direção às portas do salão. "Você se acha boa demais para mim?"

"Solte-me", disse ela, a voz baixa e perigosa. "Estou com Caio Montenegro."

O homem riu ainda mais alto. "Caio Montenegro? A esposa dele está lá dentro agora, dançando com ele. Você deve ser uma das aspirantes a amante dele."

Ele a puxou para a entrada do salão. Catarina olhou para dentro. E lá, no centro da pista de dança, estava Caio. Ele dançava a valsa de abertura com Jade.

Jade usava um vestido novo, um vermelho escarlate brilhante que cintilava sob as luzes. Ela também usava o colar de rubis. Aquele que era para Catarina. Eles eram um casal deslumbrante, uma combinação perfeita. Moviam-se juntos com graça, os olhos fixos um no outro, sorrisos de pura felicidade em seus rostos. Pareciam ser as duas únicas pessoas no mundo.

Qualquer desejo que Catarina tivesse de lutar, de gritar, de exigir uma explicação, morreu. Qual era o sentido? A verdade estava bem ali, dançando na frente dela.

Lentamente, deliberadamente, ela se ajoelhou. Pegou o lenço do bolso do peito do homem e limpou cuidadosamente a mancha de sujeira de seu sapato de couro polido.

A valsa terminou. Os olhos de Caio percorreram a multidão, e então ele a viu. Ele a viu de joelhos aos pés de outro homem.

Seu rosto se contorceu de fúria. Ele abriu caminho pela multidão e, sem uma palavra, deu um soco no queixo do homem bêbado. O homem desabou no chão.

"Como ousa?", rugiu Caio, de pé sobre ele. Ele então puxou Catarina para seus pés e, ignorando os olhares chocados de seus convidados, a arrastou para longe.

No elevador, sua raiva se voltou para ela. "Por que você não me chamou?", ele exigiu, a voz baixa e furiosa.

Catarina olhou para ele, um sorriso amargo nos lábios. "Eu não queria interromper sua dança com a nova 'Sra. Montenegro'."

"Ela foi uma substituta de última hora para a dança, Catarina. Só isso."

"Pare", disse ela, levantando a mão. "Apenas... pare. Não quero ouvir mais nenhuma de suas desculpas." Ela o olhou nos olhos. "Por que você mandou tirar minhas coisas de casa?"

Ele congelou. Um assistente o havia ligado mais cedo, dizendo que Catarina havia jogado fora a foto do casamento deles. Ele presumiu que ela o estava deixando. Em um acesso de raiva e mágoa, ele ordenou que as coisas dela fossem colocadas em um depósito.

"Estou indo embora, Caio", disse ela, a voz calma e final.

O elevador ficou em silêncio.

Ele agarrou o pulso dela, o aperto dolorosamente forte. "Não brinque comigo, Catarina."

Ela não tinha mais palavras.

As portas do elevador estavam prestes a se abrir no térreo quando o telefone dele tocou novamente. Era seu assistente, a voz frenética.

"Sr. Montenegro! É a Jade! Ela foi sequestrada!"

O rosto de Caio ficou branco. Ele agarrou Catarina e correu, não para baixo, mas para cima, em direção ao telhado.

No terraço, um homem segurava uma faca na garganta de Jade. Era o convidado bêbado do corredor.

"Montenegro!", gritou o homem. "Você me humilhou! Agora você vai pagar!"

A respiração de Caio estava ofegante. "Deixe-a ir. Ela não tem nada a ver com isso." Ele tentava parecer calmo, mas Catarina podia sentir o pânico irradiando dele.

"Nada a ver com isso?", o homem riu. "Todo mundo sabe que ela é a pessoa mais importante do mundo para você!"

"Caio, me ajude!", gritou Jade.

Caio deu um passo involuntário para a frente. O homem pressionou a faca com mais força contra a pele de Jade. Caio congelou.

"O que você quer?", perguntou Caio, a voz tensa.

"Eu quero você de joelhos!", rosnou o homem. "E eu a quero", disse ele, apontando a faca para Catarina. "Mande sua verdadeira esposa para cá em troca do seu bichinho de estimação."

Catarina sentiu a mão de Caio afrouxar na dela. Ele olhou para ela, os olhos suplicantes. Então, ele a empurrou para a frente, em direção ao sequestrador.

"Por favor", implorou Caio, a voz embargada, dirigida não ao sequestrador, mas a Catarina, ou talvez ao universo. "Jade não pode se machucar. Ela não pode."

Então, pela segunda vez naquela noite, ele se ajoelhou. Não por Catarina, mas por Jade.

O sequestrador riu e soltou Jade, que imediatamente correu para os braços de Caio.

Ao mesmo tempo, o sequestrador avançou sobre Catarina. Um braço envolveu seu pescoço, e uma lâmina afiada pressionou sua pele. Ela foi arrastada para a beira do telhado.

De repente, a porta do terraço se abriu e policiais invadiram o local.

O sequestrador que segurava Catarina entrou em pânico. Ela o sentiu levantar a faca. Sua última visão foi de Caio e Jade, envoltos em um abraço protetor.

Então ela ouviu a voz de Caio, clara e decisiva, ecoar pelo terraço.

"Atirem!"

                         

COPYRIGHT(©) 2022