O PRAZER DO CEO
img img O PRAZER DO CEO img Capítulo 4 Surpresas do destino
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Capítulo 6 Proximidade Perigosa img
Capítulo 7 Proximidade tentadora img
Capítulo 8 O primeiro pecado img
Capítulo 9 Rendição em silêncio img
Capítulo 10 O jogo da obsessão img
Capítulo 11 Eu pertenço a ele img
Capítulo 12 O prazer da posse img
Capítulo 13 Entre o medo e a entrega img
Capítulo 14 O Peso dos segredos img
Capítulo 15 Pecado e obsessão img
Capítulo 16 O passado grita img
Capítulo 17 O jogo da verdade img
Capítulo 18 No meu jogo... Eu sempre venço img
Capítulo 19 O nome que sangra img
Capítulo 20 Me perdoe img
Capítulo 21 O bilhete img
Capítulo 22 Entre sombras e verdades img
Capítulo 23 Perigo eminente img
Capítulo 24 O preço do Silêncio img
Capítulo 25 Tempestade entre nós img
Capítulo 26 A primeira fenda img
Capítulo 27 Verdades que despedaçam img
Capítulo 28 Desejo e sombras do passado img
Capítulo 29 Quando o Silêncio quebra img
Capítulo 30 Entre sangue e escolhas img
Capítulo 31 Entre dois abismos img
Capítulo 32 O jogo começa img
Capítulo 33 Tudo por ela img
Capítulo 34 Correntes Invisíveis img
Capítulo 35 O veneno de Lucas img
Capítulo 36 Veneno e posse img
Capítulo 37 Reféns do Passado img
Capítulo 38 Ecos da Vingança img
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Capítulo 4 Surpresas do destino

Helena Assunção

Boulogne-Billancourt | França

Algum tempo atrás

- Senhora Helena, sinto muito, mas o senhor Edgar Assunção sofreu um grave acidente de moto e não resistiu aos ferimentos.

Sinto o meu corpo estremecer e na hora perco o comando das minhas pernas ao ouvir a pior notícia que eu poderia receber por telefone. Era uma enfermeira do Hôpital Bicêtre, localizado em Boulogne-Billancourt, na França, local onde resido há menos de um ano com o meu marido, Edgar Assunção.

- O que houve, Helena? - pergunta Josy, uma amiga do Brasil, que conversava comigo atrás de uma vídeo chamada.

- Jo... Jo...

Eu não consigo falar nada. Deixo o telefone cair da minha mão e desabo a chorar. O chão parece sumir sob meus pés. Tento me agarrar à mesa, mas minhas mãos tremem demais. A realidade ainda não entra na minha cabeça. Edgar... morto? Como assim? Isso não é possível. Não pode ser possível. Ele estava aqui a poucas horas sentado tomando café e comendo croissant, rindo de algo bobo, com vários planos para o nosso futuro e agora...

- Helena! - ouço distante a voz de Josy aflita atravessando o meu choro que não parava.

Ela volta a falar desesperada

- Helena! Por Deus! Me fala! O que aconteceu?

Automaticamente abro a minha boca, e tento dizer algo, mas tudo o que sai é algo desconexo seguido apenas de um soluço abafado.

- Ele... - minha voz falha, estava quebrada - Edgar sofreu um acidente... não... ele... Meu Deus!

As lágrimas não param. Caio sentada no chão frio da cozinha com o telefone caído ao meu lado com a tela ainda aberta. As palavras da enfermeira ecoam na minha cabeça: "não resistiu aos ferimentos", "sinto muito". As mesmas frases que ouvi anos atrás com a morte repentina de meus pais, também em um acidente, mas aéreo. Edgar havia se tornado a minha âncora e o meu porto seguro desde então. E agora o que será de mim sem o homem que me ensinou ama-lo e respeitá-lo a cada dia?

Como é possível que eu nunca mais vá ouvir a risada do Edgar, sentir o seu abraço e olhar nos olhos dele?

- Não, não pode ser... - murmuro para mim mesma, tentando negar a dor que me consome. - Isso não pode estar acontecendo. Não comigo.

Por que todos que amo de repente desaparecem? Primeiro foi o meu amigo de infância que jurou sempre me proteger, mas simplesmente desapareceu sem deixar vestígios. Anos depois foram os meus pais, e agora, o Edgar.

"Meu Deus, por quê?"

Volto a chorar copiosamente. Enquanto a minha amiga Josy continua do outro lado da tela do computador, desesperadamente tentando me acalmar.

- Helena, respira! Pelo amor de Deus, você precisa se acalmar. Eu sei que é impossível, amiga, mas você precisa respirar. Me conta exatamente o que aconteceu. O que te disseram nesse telefone?

Naquele momento eu não consigo pronunciar nenhuma palavra. Cada tentativa de falar é cortada pelo nó na minha garganta e pelo peso esmagador no peito. Só consigo sentir o vazio, a falta que ele já está me fazendo antes mesmo de eu me acostumar com essa ausência definitiva.

Olho para a janela e vejo a luz cinza de fim de tarde, indiferente à minha dor. A vida e o mundo inteiro continuava vivendo, mas para mim, tudo parece ter parado, exceto o meu coração, que insiste em se despedaçar em silêncio.

- Eu... eu não sei se consigo viver sem ele, Josy... Edgar é muito importante pra mim - sussurro, mais para mim do que para Josy, que agora apenas respira do outro lado da tela, tentando me dar força que eu tanto precisava.

Eu não queria palavras, porque nesses momentos de luto, eu sabia, que nenhuma palavra dita seria capaz de diminuir a dor da perda, principalmente da maneira como tudo aconteceu. Quando algum familiar está doente, acamado, aí sim, nós vamos dia após dia nos preparando para o momento da perda, não que isso diminua a nossa dor, mas o impacto da partida é menor. Mas perder alguém inesperadamente como perdi meus pais e agora o Edgar, estraçalha o nosso coração em mil pedaços.

A cidade de Boulogne-Billancourt continuava lá fora, barulhenta e viva, e eu aqui, paralisada, tentando encontrar algum sentido em um mundo que perdeu sua cor desde que Edgar se foi.

Após longos e sufocantes minutos, enfim, consigo parar de chorar. E com calma, começo contar a Josy o que aconteceu. Ela me diz palavras reconfortantes, mas nada naquele momento de dor diminuiria o que eu estava sentindo. Perdi a única pessoa que era importante na minha vida, e agora, me sentia vazia.

- Amiga, você pode contar comigo para o que precisar. Mesmo distante farei o que tiver ao meu alcance para amenizar a sua dor. - Josy dizia com os olhos encharcados de lágrimas.

- Muito obrigada, Josy. Sinceramente eu nem sei por onde começar. - respiro fundo tentando assimilar o que estava acontecendo - Talvez o reitor da universidade onde Edgar lecionava me ajude com a burocracia para o traslado do corpo dele.

- Pretende fazer o sepultamento aqui no Brasil?

- Sim, Josy. Acredito que essa seria a vontade de Edgar, está próximo a família e amigos - dizia cada palavra fungando.

- Vou conversar com Denise, ela entende muito sobre documentação e essas burocracias que o governo inventa para atrapalhar a nossa vida. Tenho certeza que te ajudará muito.

- Novamente obrigada por tudo Josy. Creio que em breve nos reencontraremos no Brasil.

A chamada de vídeo é concluída. E eu começo a reunir forças para tomar as providências necessárias para voltar ao Brasil, mas dessa vez, sozinha.

Os dias foram passando, e com a ajuda da Denise, companheira da Josy, e do reitor da universidade Pôle Supérieur d'Enseignement Paris Boulogne-Billancourt, onde Edgar lecionava, consegui despachar todos os documentos necessários para o traslado do corpo de Edgar para o Brasil.

Uma semana depois eu já havia conseguido dar o meu último adeus para o homem que me ensinou muito mais do que palavras pudessem expressar: amar de verdade.

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Dias atuais...

São Paulo | Brasil

O tempo passou e a minha vida continuava na mesma. Eu não tinha expectativa ou ânimo para mudanças. Até que num dia ensolarado ouço algo que mudaria a minha vida completamente.

- O que pretende fazer agora, Helena? - Josy pergunta enquanto tomávamos um café em seu apartamento.

- Seguir em frente. E... Procurar um emprego. Já está mais do que na hora de reagir. Mas não sei nem por onde começar. - falo desanimada

- Eu sei onde você pode trabalhar e recomeçar. - Denise que estava de costas cozinhando disse com um sorriso maroto no rosto.

- Onde? - pergunto, sem suspeitar do que ouviria a seguir

- Amanhã vou me demitir da empresa onde trabalho.

- Sério? Mas, por que? - pergunto

Denise se afasta do fogão por alguns instantes, e abraçada a Josy que sorria, disse:

- Porque vamos nos casar, e nos mudaremos para Londres.

Bato palmas e corro para abraçar as duas. Tanto Josy quanto Denise se tornaram grandes amigas, e se não fosse por elas, eu não saberia o que seria de mim.

- Fico muito feliz por vocês. A felicidade de vocês sempre será a minha. - falo emocionada.

Denise volta a atenção para o fogão e fala:

- Então, voltando ao assunto do emprego, eu vou sair e vai surgir uma vaga. Se você quiser pode ser a minha substituta. Sei que concluiu o seu bacharelado com louvor em administração de empresa, e que é fluente em vários idiomas. Então, sem sombra de dúvida, você é a melhor candidata para o cargo, além de ser a minha amiga.

- E seu chefe, sabe disso?

Denise dá de ombros.

Pelo visto ela não tem um bom relacionamento com o chefe.

Será que ele é um velho ranzinza?

Deus é mais.

- Aquele babaca egocêntrico não precisa saber de nada, porque eu sempre resolvo os pepinos dele. - todas sorrimos juntas com a espontaneidade de Denise -Amanhã vamos juntas para a empresa, e assim que eu me demitir já te apresento para ele, assim o filhote de Mufasa não vai ter tempo para perguntas.

- Filhote de Mufasa? - gargalhei alto - Tudo bem. Já tenho tudo preparado. Mas, como é o nome da empresa onde você trabalha?

- Ah! Se chama Diniz Cosmetics. E o nome do meu ex-chefe e seu futuro carrasco é Felipe Diniz.

O meu corpo inteiro estremece.

Não pode ser.

- Felipe Diniz? - pergunto, assustada e sentindo um nó se formar na minha garganta.

- Sim. Esse é o nome dele. Por que? Você o conhece? - Denise pergunta curiosa

- Não. Se ouvi não me lembro. - a minha voz soou fraca, tamanho o impacto que senti ao ouvir justamente o nome dele.

- Vou te dar apenas um conselho: fique longe dele o máximo que puder. Porque ele não é o ser inofensivo que parece ser.

- Denise tem razão. Ele é conhecido como devorador de mulheres. Tem a fama de seduzir, usar e depois as descartar como se fossem um nada. - Josy confirma

Eu permaneço quieta, segurando a xícara de café nas mãos e pensando o porquê do destino gostar de brincar comigo.

Porque a vida tinha que colocar no meu caminho, e como o meu novo chefe, justamente o meu amigo e grande amor de infância Felipe Diniz?

Isso só pode ser uma brincadeira. E algo me diz que não será uma diversão inocente que me espera, mas algo perigoso, e que talvez mude a minha vida para sempre.

            
            

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