Paixão Indomável: O CEO IRRESISTÍVEL
img img Paixão Indomável: O CEO IRRESISTÍVEL img Capítulo 3 Joseph Zhang: o nome que ela nunca esqueceu
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Capítulo 6 Você ainda tem cinco dias img
Capítulo 7 Estou aqui para ver o Sr. Zhang img
Capítulo 8 Termos e Condições img
Capítulo 9 A aparição pública do Sr. Zhang img
Capítulo 10 Eu os declaro marido e mulher img
Capítulo 11 Rose's e Ressaca img
Capítulo 12 Débitos e chás de cadeiras img
Capítulo 13 Entre Dívidas e Desejos img
Capítulo 14 Quitações img
Capítulo 15 A ajuda de Rupert img
Capítulo 16 O quarto da noiva img
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Capítulo 3 Joseph Zhang: o nome que ela nunca esqueceu

Helena observou pela vitrine da loja o homem atravessando a rua. Só quando ele sumiu na ao entrar em um carro de luxo estacionado a meio fio, que ela que sentiu o ar voltar aos pulmões.

Encostou-se no balcão e fechou os olhos, tentando entender o que acabara de acontecer.

Ele sabia quem ela era.

E, mesmo assim, fingiu que não no começo. Ele não soltará o nome dela na despedida sem alguma razão.

A lembrança da última noite no Hospital Safe-Health veio como um soco. O corpo do Sr. Zhang imóvel no leito. Os seguranças nos corredores. O monitor cardíaco disparando quando a medicação correta foi aplicada para trazê-lo de volta do seu coma induzido.

E lá estava ele, Adrian, de pé ao lado da cama, olhos fixos nela com a frieza de aço.

Foi naquela noite que tudo desabou.

Helena nunca soube exatamente o que aconteceu depois. Só sabia que o paciente havia acordado.

Ele a chamou pelo nome. Com naturalidade.

Já fazia sete meses.

Sete longos meses em que ela tentava reconstruir sua vida, passo a passo, com uma mistura de culpa, indignação e medo.

O que ele queria agora?

Por que apareceu justamente hoje, depois daquela notificação do governo?

Sentiu um calafrio subir pela nuca. Nada na vida dela acontecia por acaso. E aquela visita certamente não era coincidência.

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Joseph Zhang saiu da loja Bombom & Cia com passos calmos e expressão satisfeita. O sino da porta ainda tilintava quando ele atravessou a calçada estreita, sob o céu cinzento de uma tarde abafada.

Na rua pouco movimentada do bairro antigo, o carro chamava atenção como um diamante empoeirado entre pedras comuns: um Rolls-Royce Sweptail, preto, polido como um espelho, com detalhes cromados e a icônica estatueta Spirit of Ecstasy reluzente na ponta do capô. O motorista, vestido com sobriedade impecável, abriu a porta traseira com um leve aceno.

Joseph entrou com naturalidade. O interior do veículo era um espetáculo à parte: estofamento de couro creme, detalhes em madeira de nogueira escurecida, acabamento feito à mão. O ar-condicionado liberava uma fragrância discreta de sândalo e musgo branco. No banco do motorista estava Adrian - atento como sempre, mas visivelmente ansioso.

Lançava olhares frequentes para o retrovisor até que, por fim, Joseph falou com a voz baixa e serena:

- Ela se lembra de mim.

Adrian soltou um suspiro aliviado, como se tirassem um peso de seus ombros.

- Então será muito mais fácil.

Joseph, com a caixa dourada de bombons repousando sobre as pernas, abriu-a com cuidado. O papel brilhante estalou em silêncio quando ele desembrulhou um bombom. Mordeu. Os olhos se fecharam brevemente em aprovação.

Chocolate verdadeiro, pensou. Nada de açúcar em excesso ou gordura disfarçada. Era macio, equilibrado, com um toque sutil de licor no recheio cremoso.

Ofereceu a caixa a Adrian, que pegou um com hesitação contida.

- São bons. -admitiu o secretário, surpreso. - Muito melhor do que eu esperava.

Degustaram em silêncio o restante do caminho, embalados pelo conforto absoluto do veículo e pelas notas suaves de piano que vinham do sistema de som premium. A cidade passava pelas janelas escurecidas em flashes cinzentos e distantes.

Ao chegarem à sede da Zhang Enterprises, não seguiram para a entrada principal, envidraçada e rodeada por jardins projetados milimetricamente por arquitetos premiados.

Joseph preferia discrição.

O secretário manobrou até a entrada de serviço e desceu ao subsolo secreto da torre - o andar 0, não listado nos elevadores comuns, de acesso exclusivo.

Era um espaço silencioso e vazio, com paredes de concreto cru e câmeras que não estavam conectadas ao sistema central. Ali, no fim do corredor, havia apenas uma vaga: marcada por uma linha dourada e o brasão da empresa.

Adrian desceu primeiro. Apertou o botão do painel oculto na parede e, em segundos, o elevador presidencial desceu até eles.

O interior do elevador era revestido em couro preto e latão escovado, com iluminação suave nas laterais. Um painel biométrico confirmava a identidade do passageiro antes de subir - direto ao 43º andar.

A sala de Joseph ocupava metade do último pavimento do arranha-céu. Um espaço amplo, silencioso, com pé-direito alto e janelas que iam do chão ao teto, revelando a cidade em tons prateados sob o céu nublado.

As paredes eram revestidas em madeira escura, com quadros discretos de arte asiática contemporânea. No canto direito, uma estante envidraçada exibia edições raras de livros de negócios, filosofia e história. No centro, uma mesa presidencial de carvalho negro, maciça, apoiada sobre um tapete persa feito sob medida.

Joseph se aproximou da mesa e colocou a digital no painel embutido sob o tampo. Um compartimento invisível se abriu com um leve clique, revelando um dossiê cuidadosamente encadernado em couro.

Adrian, sempre respeitoso, permaneceu a dois passos de distância, atento mas em silêncio.

Joseph retirou o conteúdo da pasta e começou a folhear.

O histórico completo de Helena Budapeste. Um arquivo tão detalhado quanto clínico. Seu currículo, registros escolares, histórico médico, extratos bancários, chamadas telefônicas, rotas diárias, padrões de sono e até registros do que comera nas últimas semanas. Fotografias coloridas, tiradas de longe, sem que ela percebesse.

Em todas, Helena parecia a mesma mulher determinada que Adrian descrevia... só que agora mais cansada. Mais abatida. Mais sozinha.

Helena Budapeste havia salvado sua vida. E, em seguida, sumido como fumaça.

Joseph sabia que ela percebera algo que ninguém mais notou - nem mesmo Adrian.

Ela identificou que a medicação estava sendo manipulada e administrou a dose correta. Acordá-lo naquele momento significava arriscar o próprio emprego. E talvez a própria vida.

Ela fizera isso. Sozinha.

E sumira antes que qualquer escândalo explodisse.

Joseph não culpava Adrian. Ninguém poderia imaginar que um plano tão meticuloso estivesse sendo executado dentro do hospital mais caro do país.

Mas agora, a única pista restante era Helena.

O médico responsável, Dr. Sloang Chow, estava preso desde o dia seguinte ao despertar de Joseph. Sua licença fora cassada. Declarou que não sabia que havia prescrição errada no sistema. Joseph não acreditava.

Ele sabia.

Mas não tinha provas.

Durante os depoimentos, Joseph e Adrian deixaram Helena fora da história de propósito. Se ela fosse a única testemunha possível do lado deles, era melhor que continuasse onde estava - fora do radar. Fora dos holofotes.

Joseph pousou os olhos sobre uma das fotos mais recentes.

A Helena daquelas imagens era diferente da que fotos antigas mostravam: estava mais magra. As olheiras se aprofundaram. O cansaço marcava o contorno do rosto. As roupas simples escondiam o corpo em formato de ampulheta, mas nada escondia a exaustão de quem dorme pouco, trabalha demais e vive em alerta.

Durante o dia, atendia clientes, cuidava da loja, organizava embalagens.

À noite, sozinha, produzia os bombons em uma linha quase artesanal.

Dormia num quartinho improvisado, nos fundos da fabrica, onde um dia foi a antiga casa do zelador da fábrica.

Quatro horas por noite. No máximo.

E no dia seguinte, tudo recomeçava.

Apesar de tudo, ela havia conseguido pagar uma parte das dívidas. Era quase inacreditável.

Mas não seria suficiente.

Ele já tinha uma cópia da notificação fiscal enviada a ela naquela manhã. Sete dias era o que o governo lhe dava para quitar um valor tão alto para uma fábrica a beira do colapso.

Só um milagre poderia salvá-la.

Joseph fechou a pasta com firmeza e apoiou os cotovelos na mesa, pensativo.

Adrian, ainda ao fundo, pigarreou levemente.

- Vai querer que eu entre em contato com ela?

Joseph balançou a cabeça, os olhos fixos na cidade ao longe.

- Ainda não.

- Será que ela vai contar tudo?

Joseph demorou a responder. Depois murmurou:

- Penso em fazer uma barganha com ela, caso seja necessário: vou devolver tudo o que ela perdeu se ela me contar tudo o que aconteceu.

O silêncio na sala era absoluto. Só o leve zumbido da cidade, abafado pelas janelas triplas, se fazia ouvir.

Joseph voltou a olhar a foto.

Dessa vez, mais demoradamente.

Não era apenas gratidão.

Era algo mais difícil de admitir.

            
            

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