Por amor a minha filha, me tornei uma noiva falsa
img img Por amor a minha filha, me tornei uma noiva falsa img Capítulo 4 Alianças e Estratégias
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Capítulo 6 Ninguém nunca esta img
Capítulo 7 A farsa img
Capítulo 8 Herdeiro img
Capítulo 9 Não saia sozinha img
Capítulo 10 Eu não preciso img
Capítulo 11 Sacrifício para você img
Capítulo 12 E se eu jogasse o jogo dela img
Capítulo 13 Uma conversa img
Capítulo 14 Mais informações img
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Capítulo 4 Alianças e Estratégias

Narrado por Mason Dasílis

Quando entrei na sala do cartório, desejei que seria apenas um evento rápido, sem significado emocional e era, apenas a formalização de um acordo.

Mas quando Ezra entrou, o ar pareceu mudar, seus pais já estavam presentes, ela surgiu com um vestido pouco justo que abraça as suas curvas com precisão, tecido pouco grosso e refinado, cor branca que contrastava com a palidez de sua pele. Cada passo dela soava como se houvesse medo, indefesa, mas seus olhos... os olhos me fizeram parar.

Não estavam como antes, aqueles olhos sagazes, capazes de tudo, não havia frieza. Nem controle. Apenas um cansaço triste, um brilho quase quebrado, e ainda assim, um calor, que eu não havia percebido antes.

A mulher que antes olhava para mim com altivez agora parecia... vulnerável.

E essa vulnerabilidade, de algum modo, me despertou algo perigoso.

Ezra sempre me pareceu bonita, mas naquele dia havia algo a mais, sem excesso de maquiagem, havia algo cru.

Sem o batom vermelho habitual, sem a maquiagem exagerada, ela parecia mais real. A suavidade natural de seus lábios, o toque sutil do perfume que se misturava ao ar, tudo nela gritava o tipo de beleza que não se pode fabricar, e de alguma maneira, parecia ser outra mulher, destacando um pouco os ossos da sua clavícula e ombro nu, o vestido cobria apenas um lado, a sua pele clara fez a minha mandíbula se contrair, o meu ego desejou tamanha fragilidade imediatamente, talvez esta fosse a razão de seu sucesso entre os homens.

A curvatura dos seus lábios sem exageros, até mesmo a forma como deslizou a língua no lábio inferior, e em seguida buscou por ar, sem olhar-me, foi inconstante, eu não poderia negar, ela é linda!

E por mais que eu tentasse me manter racional, o corpo reagiu de imediato, faltou-me saliva na boca, a minha circulação sanguínea apressou-se rapidamente em meu corpo.

A tensão se fez presente, discreta, mas firme, percorri o seu corpo com os olhos, adornando o tecido sobre o seus seios, até a curvatura do seu abdômen coberto, ela respirava com mais esforço, como quem buscasse todo ar para si, seu peito subiu e desceu violentamente, enquanto a observei, a ponta do seu nariz avermelhado. Seus lábios pintados, rosados.

Quando nossos olhares se encontraram, percebi o medo em seus olhos escuros. O pavor quase infantil, ao percorrer o meu rosto com os olhos, como se ela finalmente entendesse o peso do que estava fazendo. Seu rosto perdeu a cor, e por um instante achei que recuaria, por medo, temor, e pura fragilidade.

Estava nítido o seu pavor em seus olhos, a descrença em me olhar, mas não recuou.

Durante a cerimônia, ela manteve o silêncio, com a mão trêmula ao assinar o documento. Quando coloquei a aliança em seu dedo, a sua mão exalava o calor do seu corpo, e ali percebi que por inteiro ela tremia, e mal a pus, o metal dourado mal se sustentou, caindo ao chão, o som metálico que ecoou na sala e fez todos prenderem a respiração.

Ela tentou se abaixar, apressada, e naquele instante, ao vê-la se curvar para pegá-la, o tecido do vestido deslizou de leve, revelando o contorno dos seus quadris, desenhando as suas nadega, sem delicadeza ou menor escrúpulo, olhei por puro interesse, até que ela se voltou para cima, exibindo a delicadeza de sua clavícula e o contorno suave de seu pescoço. A pele clara, que destaca as suas veias azuis com urgência, eu me senti como um lobo disposto a morder a sua pele, em busca de sugar toda a sua energia e vitalidade para mim.

O ar pareceu rarefeito.

Tão frágil, tão contida, logo seria minha.

Foi um pensamento que me atravessou sem aviso, e eu o permiti ficar.

Quando a cerimônia terminou, saímos juntos, mas ela manteve a cabeça baixa, como quem ia ao abate, e iria. Eu, ao contrário, mantive a postura de quem sabia o que estava fazendo.

O sol se punha sobre Carleon, dourando os prédios, e eu sabia, aquilo era apenas o começo, por algum tempo, eu teria sexo por quantas vezes quisesse em casa, uma mulher sem exigências em casa, para me satisfazer o quanto quisesse.

O casamento com Ezra era uma transação, sim. Um movimento estratégico dentro do império que eu vinha construindo há anos. Mas enquanto a observava entrando no banco do carro de Walter Muller, com os dedos entrelaçados nervosamente no colo e o vestido marcando a pele de maneira quase poética, algo em mim começava a mudar.

A curiosidade deu lugar ao desejo.

E o desejo, para mim, sempre foi uma forma de poder.

Ela não fazia ideia do que me despertava.

O modo como respirava, como desviava o olhar, como parecia se encolher sob a própria pele, tudo nela me provocava.

Eu queria entender o que havia por trás daquela máscara.

Queria quebrar cada defesa, arrancar cada verdade.

E, se no processo eu a fizesse gemer o meu nome... que assim fosse.

Mais tarde, já no meu escritório, a mente tentava voltar ao trabalho. Blackwood Enterprises pulsava com sua energia habitual, telas acesas, relatórios, assistentes. Mas por mais que eu me concentrasse nos negócios, a lembrança dela insistia em se infiltrar.

O som da aliança caindo.

O perfume discreto que ela usava.

Os olhos marejados, me evitando.

Desejo e curiosidade se misturavam.

Ezra seria minha esposa, sim, mas também seria algo que eu ainda não compreendia totalmente, uma espécie de desafio. Pois ela havia feito tal proposta em busca de solução para a família, e agora, estava calada, quieta.

Peguei um copo de uísque e sentei-me diante da janela. Lá fora, a cidade brilhava, mas minha mente estava em outro lugar.

Imaginava suas mãos delicadas segurando o tecido do vestido, a desejei em cada gesto.

Imaginava o toque da minha pele na dela, o contraste entre o meu controle e a sua entrega voluntária.

O pensamento era perigoso e irresistível.

Não era apenas sobre prazer.

Era sobre domínio.

Sobre entender o que a tornava diferente, e então tomar posse disso, como eu fazia com tudo que desejava.

Quando Diane entrou na sala, trazendo relatórios, o ar entre nós pareceu cortar a tensão. Eu me recompus, frio, prático.

Mas por dentro, o fogo continuava aceso.

Ramão, meu sobrinho, era o problema da vez, um garoto insolente que brinca com fogo em negócios que não compreendia.

Liguei para os conselheiros, dei ordens, controlei tudo como sempre fazia. Mas mesmo enquanto ditava ordens, minha mente voltava para Ezra.

Ela, com seu olhar assustado e o vestido que parecia feito para ser arrancado.

Ela, que agora carregava meu sobrenome e, cedo ou tarde, meu toque.

Fechei o relatório e deixei o copo vazio sobre a mesa.

Não havia pressa.

O império eu já tinha.

Agora, só me faltava o herdeiro.

            
            

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