Capítulo 5 Mais uma arte para pintar.

No hospital me deram alta depois de alguns exames, quando eu estava saindo vi Noah sentado no banco da saída do hospital e logo atrás dele Bruce, eles estavam conversando.

-Oi pessoal -Eu disse me aproximando deles e eles se levantam e Noah vem me abraçar.

-Noah, como sabia que eu estava aqui? -Eu pergunto confusa.

- Bom você não esteve em nenhuma das estações hoje e todos ficamos preocupados .. você está bem? -Ele diz me olhando nos olhos o que me causa um certo desconforto e eu me afasto.

-Claro que estou, já tenho um novo quadro pra pintar então talvez eu fique fora dos trilhos um dia.

-Achou uma arte melhor que a música foi? -Ele ri.

-Nenhuma arte é melhor que a outra já te falei isso. -Eu digo séria.

-Ta bom desculpe -Ele sorri - Que bom que está bem. -Ele me dá um beijo no rosto.

-Como você conseguiu essa proeza?Como conseguiu se machucar assim hein? - Ele pergunta me puxando pra sentar no banco e Bruce fica me admirando de longe e eu sorrio pro mesmo.

-Eu também quero saber essa história Ashley, me conta também. -Ele diz se encostando no pilar cruzando seus braços fortes. Ele está sem uniforme, está de preto e de touca. Ele fica me olhando com seus olhos claros, me faz lembrar da noite anterior, seus olhos preocupados agora dão lugar a algo sereno, não consigo decifrar aquele olhar.

- Bom, tá bom. Eu estava saindo, o Calton tinha me ligado pra ir no evento que ele estava fazendo.-Eu olho pro Noah que balança a cabeça em desaprovação.

-Ele me ligou também, conseguiu me convencer de sair na chuva aquele safado. -Ele diz bravo.

-Bom, ele disse que a vida era curta pra eu ficar em casa, e eu fiquei pensando no que ele disse, e é verdade, então eu resolvi sair. -Eu digo olhando para o Bruce.

- Depois disso eu encontrei a Clara no corredor ela estava com seu cachorro, eu pedi pra ela não apertar ele, parecia que ela estava matando o coitado, mas agora sei o por que. -Eu digo rindo sozinha.

-Quando saímos do elevador, o Bob fugiu do colo da Clara e saiu pra rua, ela foi atrás dele, eu sem pensar duas vezes fui atrás dela e empurrei ela da rua. Aí só vi o Karl vindo até mim perguntar por que me joguei na frente do carro dele. - Nisso eu olho pras rosas e sorrio.

-Pera como sabe o nome de quem te atropelou? -Bruce pergunta desenconstando do Pilar e se abaixando ficando de frente pra mim. Aquele perfume, era o perfume que senti junto com a chuva quando estava me tratando. Dentro da ambulância estava bem mais forte.

-Ele veio ontem no meu quarto me pedir desculpas pelo ocorrido. -Bruce se levanta nervoso e vira de costas pra mim.

-Ele não podia fazer isso, ele quase te matou sabia? Eu sofri pra reanimar vice Ashley, você ... Seu coração parou duas vezes por conta da emorragia.

-Mas eu não morri Bruce, foi um acidente, ele não tinha como prever que uma maluca entraria na frente do carro dele, ou teria? - Eu digo pegando em sua mão

-Bom eu tenho que ir, não quero me meter nessa discução de vocês, vê se não se joga na frente de mais nenhum carro pela arte hein. Tchau, Bruce até mais.

-Ei não foi pela arte foi pra ...-Quando tentei dizer ele sumiu em seu skate.

-Ele não te ouviu eu acho é melhor gritar mais alto. -Bruce diz rindo tentando disfarçar que ainda estava bravo.

-Haha muito engraçado Bruce.-Eu digo rindo me levantando dando um abraço nele.

-Obrigado por vir, não vai trabalhar hoje?

-Bom ... Eu pedi uma folga hoje, precisava saber se você não ia se jogar na frente de nenhum carro de novo.

-Mas olha que audácia -Eu digo dando um soquinho em seu braço com a mão esquerda.

-Eu agradeço, vamos de trem? Eu amo andar de trem. -Eu digo sorrindo e ele concorda.

O caminho inteiro eu ele conversamos sobre música, quadros e demais coisas sobre artes, ele parecia interessado no assunto aliás ele era músico então gostava também de coisas relacionadas.

-Eu pareço uma tagarela quando começo falar de arte mas me diz, você tem uma filha então? -Eu pergunto me levantando pra descer na próxima estação. -Voce é casado? -Eu digo olhando pra frente.

-Que direta senhorita -Ele diz se levantando ficando de frente comigo e segurando na minha cintura o que faz eu estremecer, ele tem mãos fortes e grandes, me senti segura com ele me segurando então soltei com meu braço esquerdo somente me apoiando nele e olhando em seus olhos castanhos.

-Nao sou casado não, eu sou divorciado. Minha filha mora com a avó, a mãe ... Bem ... Deixa pra lá. -Ele diz desviando o olhar e eu puxo seu rosto fazendo ele olhar pra mim.

-Nada de fugir mocinho -Eu digo sorrindo e o beijo.

Quando eu o beijo ele me puxa pra mais perto me segurando com força e seu beijo é leve e quente, parece que tudo a nossa volta fica em câmera lenta.

A gente para quando a porta do trem abre e nos olhamos e rimos e logo saímos do trem.

-Agora sei de mais um quadro pra pintar. -Eu digo rindo sem graça.

-Esse eu quero ver hein.-Ele diz sorrindo.