O CEO  e a Florista
img img O CEO e a Florista img Capítulo 5 Ethan Cooper
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Capítulo 11 Sophia Mariani Ethan Cooper img
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Capítulo 5 Ethan Cooper

Capítulo 4

Ethan Cooper

Havia algo de errado comigo. Eu raramente notava rostos. Estava acostumado a corredores lotados de funcionários, hóspedes e investidores - todos passavam diante de mim como peças de um tabuleiro previsível. Mas, naquele dia, uma única mulher conseguiu prender minha atenção.

A garota da caixa de flores.

Eu deveria ter esquecido. Um esbarrão banal nos corredores de um hotel não significava nada. Mas havia algo no jeito como seus olhos verdes se arregalaram ao encontrar os meus, algo na fragilidade teimosa com que segurava aquela caixa pesada, que não me deixou em paz.

Agora, do outro lado do saguão, eu a via de novo. Tentava se encolher atrás de um rapaz magro que falava com a recepção, como se pudesse desaparecer. Não conseguia. A luz da tarde atravessava as vidraças e tocava seus cabelos ruivos, fazendo-os brilhar como chamas contidas.

Meus assessores continuavam falando, despejando relatórios e números. Eu não ouvi uma palavra.

- Deem-me cinco minutos. - Minha voz foi firme o bastante para fazê-los calar.

Atravessei o saguão, sentindo a tensão dela aumentar a cada passo que me aproximava. Ao longo do caminho vim observando a garota, cabelos ruivos como o fogo, olhos grandes e verdes e um avental gasto compunham o visual dela que mais parecia querem sumir do saguão à medida que eu ia me aproximando. Quando cheguei perto, ela baixou os olhos para o chão, mas não consegui deixar passar.

Deveria ter esquecido. Um simples esbarrão nos corredores de um dos meus hotéis não tinha relevância alguma. Acidentes acontecem, especialmente em prédios movimentados. Mas havia algo naquela mulher que se recusava a sair da minha mente. Algo no jeito como seus olhos verdes se arregalaram ao encontrar os meus - como se tivessem capturado algo que nem eu mesmo reconhecia.

E agora, ali do outro lado do saguão principal, ela estava de novo.

Eu deveria estar focado nos números que meus assessores despejavam ao meu redor. Contratos, previsões, relatórios trimestrais. Era meu mundo. Um mundo que eu controlava com precisão cirúrgica. Mas, pela primeira vez em anos, as palavras se dissolviam antes mesmo de chegarem ao meu cérebro.

Tudo o que eu via era ela.

Não era a beleza exuberante a que eu estava acostumado. Mulheres sempre rondaram meu caminho: modelos em vestidos caros, socialites em festas exclusivas, atrizes em busca de manchetes. Todas impecáveis, perfumadas, lapidadas para brilhar sob os holofotes. Eu me divertia com elas, mas nenhuma jamais me surpreendeu.

Usava um avental gasto sobre roupas simples, segurava a caixa de flores com esforço visível, as mãos delicadas levemente marcadas pela terra e pelo trabalho. E, mesmo assim... ou talvez justamente por isso... eu não conseguia tirar os olhos dela.

Era irritante.

- Senhor Cooper, como eu dizia, os acionistas aguardam... - A voz de um dos meus assessores ecoou ao lado.

Levantei a mão, cortando-o.

- Deem-me cinco minutos.

Eles se calaram no mesmo instante. O peso da minha autoridade nunca falhava.

Atravessei o saguão com passos firmes, sentindo a tensão dela aumentar a cada movimento meu. Observei-a no caminho: a postura retraída, como quem quer desaparecer, contrastava com uma aura estranhamente magnética. Quanto mais tentava se esconder, mais chamava minha atenção.

Cheguei perto. Ela baixou os olhos para o chão, mas isso só aguçou minha vontade de arrancar um olhar dela.

- Você. - Minha voz saiu mais dura do que eu pretendia, mas não corrigi.

Ela se sobressaltou, levantando o olhar de súbito. Os olhos verdes me atingiram de frente, e por um instante esqueci o que ia dizer.

- E-eu? - a voz dela tremeu.

Inclinei a cabeça, estudando-a. De perto, era ainda mais intrigante. Delicada, sim, mas havia firmeza naquela fragilidade. Uma chama escondida atrás da superfície tímida. Era o tipo de força que nem mesmo executivos treinados exibiam diante de mim.

Cruzei os braços, impondo presença.

- Não costumo ver rostos novos por aqui. Quem é você e o que faz no meu hotel?

Antes que ela respondesse, o rapaz ao lado se adiantou, ansioso.

- Senhor Cooper, desculpe. Eu sou Joseph, trabalho na Floricultura Osvaldo's. Esta é Sophia Mariani, minha colega. Estamos apenas fazendo a entrega semanal das folhagens para o saguão, já que minha mãe não conseguiu vir hoje.

Sophia Mariani.

O nome se prendeu em mim de um jeito desconfortável, como se tivesse sido escrito em algum canto da memória. Eu o repeti mentalmente, saboreando as sílabas simples, mas carregadas de algo que eu não sabia explicar.

- Entrega. - Repeti, medindo cada palavra. - É isso, então?

Ela apertou os lábios, claramente incomodada com a intensidade do meu olhar.

- Sim, senhor. Só isso.

A resposta deveria encerrar o assunto. Mas não encerrava nada. Pelo contrário, me provocava. Eu, que sempre desvendava intenções em segundos, não conseguia decifrar aquela mulher. Sua simplicidade me irritava. Sua presença me desarmava. E isso me deixava ainda mais interessado.

- Muito bem. - Dei um passo para trás, mantendo os olhos nela. - Cuidem para que as flores estejam sempre no padrão que exijo. Não aceito menos que a perfeição.

Joseph assentiu rapidamente, quase suando sob minha autoridade. Mas não foi nele que reparei. Foram nos olhos dela.

Por um instante - apenas um instante - Sophia sustentou meu olhar. Havia receio, sim, mas também havia firmeza. Não era desafio aberto, mas tampouco submissão. Era como se dissesse em silêncio: não vou me curvar totalmente diante de você.

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