Jogo do Destino
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Capítulo 3 Capitulo 03

DUAS SEMANAS DEPOIS...

Ronny Falcon

Enquanto o Upper East Side ia ficando para trás, o bairro onde resido, localizado ao lado leste do Central Park, conhecido como um dos mais caros e luxuosos e por abrigar famílias com bastante dinheiro, eu me perco em pensamentos e deixo minha mente vagar para um tempo em que dinheiro e status estavam longe da minha realidade...

Sempre que está perto do meu aniversário, mesmo que ainda falte pouco mais de um mês para isso, eu fico assim. O único momento em minha vida, que me permito pensar, lembrar... E desenterrar sentimentos há muito esquecidos por mim. Sentimentos que não fazem mais parte da minha vida.

A escuridão tornou-se uma boa companheira desde que a sua semente foi plantada em mim, envenenando minha mente em busca de vingança. Eu era apenas um menino, e mesmo após todos esses anos, tudo continua vivo em minha mente como se tivesse acontecido ontem. Frank foi fundamental em minha vida, sem ele, talvez já estivesse morto...

― Sr. Falcon, está me ouvindo?

― Sim! ― sou trazido de volta à realidade.

― Vou pegar um desvio, parece que houve um acidente à frente.

― Tudo bem. Vamos direto, sem manobras hoje.

― Sim, senhor...

As manobras são necessárias, não confio em ninguém que não seja de minha equipe particular, sei que muitos inimigos estão à espreita, esperando apenas, um deslize meu, por isso não permito que ninguém saiba que Ronny Vincent Falcon, na verdade é o grande "Falcão Negro", aquele que conquista o que deseja, independente do preço a ser pago. Apenas um número bem restrito de pessoas conhece as minhas duas identidades.

Olho o relógio em meu braço e constato que se passaram alguns minutos.

Enquanto o carro, guiado por Drake, corria veloz pelas ruas, embora fosse ainda muito cedo, já estava começando a ficar apinhada de gente, indo e vindo para todos os lados na grande Nova York, eu observava os imensos arranha-céus que se erguiam imponentes por entre as densas nuvens cinza que bloqueavam o sol, tornando a manhã ainda mais fria, deixando o ar sombrio como meu interior. Meu humor não estava dos melhores. Drake Cadman, também conhecido como "Dragão Guerreiro", é o que tenho mais próximo de uma família. Além de Emma e Anthony.

Ele está comigo desde o começo e se mostrou tão leal quanto minha própria sombra. Conhecemo-nos em uma noite sombria para nós dois, enquanto ele perdia tudo o que tinha – a mulher e o filho que teriam ainda em seu ventre – e quase perdeu a própria vida, por sorte, eu intervi e consegui tirá-lo daquele buraco. Eu estava fazendo justiça com as próprias mãos e por pouco também não morri. Foi com sua ajuda que concluí meu plano e de lá para cá, não nos separamos mais.

Um homem como eu, que vive na linha tênue entre dois mundos, precisa manter a fachada de sucesso como CEO admirável no mundo da tecnologia e entre as grandes empresas globais. Apesar de ter tido um início conturbado, me orgulho do nome que construí fora do submundo. Mas havia algo dentro de mim que clamava por poder e este eu tinha como líder da minha organização, uma das mais respeitadas entre as máfias, além da adrenalina que proporcionava. Infelizmente, em alguns momentos esses dois se chocavam e era preciso agir.

Estava em uma viagem de negócios em Vancouver, no Canadá, quando recebi a ligação informando sobre a fuga daquela que seria minha futura esposa, pretendia chegar apenas na hora do evento, um jantar de noivado, o qual seu pai insistiu que tivesse, mas diante das circunstâncias, voltei no mesmo instante e desde então, já se passaram 10 malditos dias, procurando-a por todos os lugares.

Assim que desembarquei, segui direto para a sua casa e nos poucos instantes, da entrada principal até a porta da mansão, observei severas falhas de segurança no lugar. Porém, para fugir, ela teria que ter tido ajuda de alguém. Um segurança talvez, se fosse este o caso, eu descobriria em breve.

Seu pai parecia transtornado. Se não o tivesse investigado, poderia ter caído em sua encenação medíocre, pois sei que o casamento é um negócio tanto para ele, como para mim, e apenas por isso está preocupado. Ninguém quer um problema ao não cumprir um acordo com a Five, que é exatamente o que acontecerá se a garota não aparecer.

"― Não sei como ela conseguiu esse feito. Ela é só uma menina, não conhece nada da vida. Estou muito preocupado" ― falou assim que entramos em seu escritório.

"― Poupe-me da sua ladainha, Kwone. Conheço muito bem gente da sua qualidade, dá para sentir o cheiro de ambição daqui. Agora vamos ao que interessa, quero todas as câmeras de monitoramento do lugar desde o dia anterior até depois que deram por falta dela."

"― Já olhamos até de trás para frente e não encontramos nada."

"― Não foi um pedido. Providencie uma cópia para mim" ― exigi.

"― Tudo bem" ― pegou o telefone em sua mesa e discou, informando o que queria assim que foi atendido. Em seguida completou. "― Faremos o possível para encontrá-la, ela receberá a punição merecida e o senhor terá sua noiva de volta."

"― Para o seu próprio bem, espero que sim. Quanto a puni-la, se tocar em um único fio de cabelo dela, conhecerá um lado meu nada agradável."

Ele me olhou espantado. E enquanto esperava os vídeos, fomos falar com alguns funcionários da casa. Eu tinha minhas próprias perguntas para eles e ao que tudo indicava, todos eram inocentes.

A mãe foi descartada, quando com olhar suplicante, me abordou na saída e pediu que encontrasse sua filha.

"― Eu não desejei esse casamento para minha filha" ― disse segurando meu braço quando ia entrar no carro e eu me voltei para ouvi-la. "― Contudo, ele é inevitável. Mas se existe alguma coisa boa no senhor e eu acredito que tenha, pois ninguém é tão mal que não tenha um pouco de bondade, eu lhe suplico que encontre minha menina, ela não saberá viver sozinha lá fora. E quando a encontrar, peço que seja um bom marido."

"― Areum, entre agora mesmo" ― o marido a repreendeu. De cabeça baixa, ela fez o que lhe foi ordenado.

No caminho para casa, me peguei pensando no quanto as mães se sacrificam pelos filhos, não tinha dúvidas de que aquela mulher abdicou de tudo pela filha, ainda mais com o que sabia do passado. Mas seria eu capaz de ser um bom marido? A resposta era óbvia. Na nossa relação não existiria paixão ou coisas do tipo. Sentimentos como esses não são para mim. Ela será apenas aquela que me proporcionará algo que almejo muito: Poder.

Nunca nos vimos, nem mesmo a vi por foto. Sei que é jovem e moldada para ser uma boa esposa. Não pretendo ter nenhum tipo de envolvimento emocional, embora o casamento deva ser legitimado, pois preciso de um herdeiro até para ter o poder que almejo. Além do mais, para mim, traição e infidelidade são abominadas. A aliança que será formada beneficiará não apenas a "The Five", como a mim mesmo. Muitas portas serão abertas e laços comerciais serão formados, e segundo a hierarquia que rege alguns negócios, serei o detentor de todo controle, obtendo vantagens em proporções superiores ao que foi alcançado por mim até este momento. Não permitirei ter meus planos arruinados por uma mulher fútil e mimada. Eu irei encontrá-la, nem que para isso eu tenha que revirar o planeta pelo avesso.

            
            

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