Jogo do Destino
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Capítulo 5 Capitulo 05

Ronny Falcon

Quando a maca sumiu por entre as portas duplas da emergência, eu podia simplesmente dar as costas e ir embora, mas por algum motivo, eu não consegui. Então dei meia volta encaminhando-me para a sala de espera no mesmo instante em que Drake e uma atendente, possivelmente uma recepcionista, se aproximavam buscando informações da paciente recém-chegada. A mulher pôs-se a falar:

― Senhor, preciso que venha até a recepção preencher o formulário médico da paciente ― ela soou meio temerosa, me olhando com cautela.

Olhei diretamente em seus olhos, que de imediato se desviaram dos meus. Não fazia ideia de como dar informações sobre uma completa estranha, apenas havia acabado de lhe socorrer, e foi exatamente isso o que falei quando questionado. Não fazia a mínima ideia do que essa jovem havia passado ou quais perigos tinha enfrentados. Apenas a socorri em frente à sede de minha empresa, omitindo a parte do segurança, pois esse certamente conheceria a força do meu braço.

― Deixe que eu resolva isso ― Drake se antecipa. Aceno com a cabeça em concordância e me encaminho para sala ao lado.

Os minutos parecem se arrastar. Esperar não é algo de que me agrade, ainda mais quando tenho tantas coisas para resolver. Drake retorna informando que está tudo resolvido e que se for da minha vontade, podemos ir. O dispenso com um gesto de mão e ele sai dizendo que vai esperar no carro. Pouco mais de meia hora se passou e um homem jovem, vestindo uma bata hospitalar surgiu na sala. Antes que ele dissesse algo, me aproximei, o questionando.

― Como ela está? ― olhei o nome escrito ali: Dr. Mick Velmont.

― Foi o senhor quem trouxe a paciente fugitiva? ― cruza os braços esperando minha resposta, franzo o cenho diante de suas palavras. Fugitiva? O que isso significa? Ele trata de explicar. ― Dias atrás, eu estava de plantão no Mount Sinai Hospital, quando esta mesma mulher deu entrada, vítima de atropelamento.

― Atropelamento?

― Sim. Porém, ela não teve nada grave, ao menos no âmbito físico, apenas algumas escoriações que foram tratadas. Mas quando recobrou a consciência, não sabia o nome, onde morava, nem nada de que desse indício de quem é. Absolutamente nada. Sua mente era uma folha em branco. E por um descuido da equipe de segurança, ela fugiu do hospital.

― Não estaria fingindo o esquecimento?

― É possível. Mas não acredito nisso, ela teria que ser uma excelente atriz, enganando até mesmo o neurologista que estava de plantão.

― Então por que fugiu?

― Isso só ela mesma poderá responder. Vamos ter de aguardar que acorde.

― Poderei vê-la? ― ele me olha como quem quer saber minha relação com a desconhecida. ― Só quero saber se ficará bem.

Recrimino-me por minha resposta soar como uma justificativa.

― Tudo bem.

Ele me informa o quarto para o qual ela foi levada e durante o caminho, me deixo levar por perguntas sem respostas.

"Quem é essa garota? Por que será que fugiu? Teria de fato perdido a memória ou fingiu?"

Entro no quarto e meus olhos repousam na figura pequena e pálida em cima da cama. Não consigo evitar me aproximar, mesmo contra minha vontade. Ela é uma completa estranha, providenciei tratamento, o certo seria que desse as costas e fosse embora. Mas ao contrário disso, me sento e fico admirando seu rosto. A pele branca, tão alva como um floco de neve, os lábios finos e ao mesmo tempo tão apetitosos.

"O que estou pensando? Que idiotice foi essa? De onde saiu uma asneira como essa?"

Trato de mudar a linha de pensamento e me concentro em responder alguns e-mails pelo celular, enquanto ela não acorda. Os minutos se passam e rapidamente transformaram-se em uma hora, uma enfermeira esteve aqui dizendo que o horário de visitas havia se encerrado, mas diante de minha cara feia, ela saiu sem dizer uma palavra. Quando o médico reapareceu para outra avaliação e diante do fato de ela permanecer desacordada, eu o questionei.

― Por que ela não acorda?

― Cada pessoa tem uma forma diferente de reagir aos traumas sofridos. Talvez diante das sensações e emoções que ficaram contidas em sua mente, essa foi a forma que o cérebro encontrou de se proteger.

― Acha que ela pode estar em um estado de coma?

― Eu não diria isso, acredito que amanhã ela acorde. Fisicamente está muito bem, apesar da lesão nas costelas, por pouco não houve fratura, não me recordo desse ferimento no outro atendimento.

Claro que não, esse foi feito pelo infeliz que logo receberá uma visita minha para aprender a seguir as regras.

― Então eu já vou indo e amanhã eu volto para saber se houve alguma mudança.

― Tudo bem. Até logo senhor...

― Falcon ― respondo.

― Falcon da...

― Sim, eu mesmo ― o interrompo.

― Meu irmão se inscreveu no programa de estágio da sua empresa ― eu não sou uma boa pessoa, mas às vezes é preciso atuar. Com isso, pego um cartão da carteira e o entrego.

― Ligue-me caso ela acorde e me envie uma mensagem com o nome do seu irmão. Verei com meu pessoal o que posso fazer.

― Obrigado Sr. Falcon. Pode deixar que aviso ― esboça um largo sorriso.

― E... ― Digo fazendo-o se voltar para mim. ― Espero que absolutamente nada sobre ela seja dito ou relatado as autoridades.

Minhas palavras não deixam dúvidas sobre o que estou falando. O médico assente e sai. Eu pego o celular ligando para Drake, que atende no primeiro toque, disparo as ordens sem esperar que ele diga nada.

― Quero que coloque homens em todas as saídas e certifique-se de que eles saibam que se ela fugir, acertarão contas comigo.

― Sim, senhor!

Desliguei e em vez de ir embora como pretendia, voltei a me sentar ao lado de sua cama e fiquei a observando por alguns minutos e num ato impensado, segurei sua mão macia e inerte que repousava ao lado de seu corpo. Senti uma corrente alcançar minha mão com o contato, tive vontade de soltar e sair dali o quanto antes, mas em vez disso, me vi ajustando o cobertor sobre seu corpo e proferindo palavras que não faziam nenhum sentido para mim.

― Eu não sei quem é você, mas me certificarei de que fique bem. O desgraçado que a agrediu será punido e eu jamais permitirei que algo assim volte a acontecer.

Eu sabia que meu instinto de proteção tinha sido ativado, mas daí a me comprometer com algo assim, me deixou desconcertado.

"Que bizarrice era essa?"

                         

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