- O anel precisa de ajuste? - sua voz me tira do desgosto que sinto de mim mesma.
- Está...
- Perfeito e bonito? - ele me pisca um sorriso. - Assim como você.
Bonequinha linda.
Eu reprimo um tremor e forço um sorriso.
Seus braços chegam na minha cintura e se fecham para me manter presa contra seu peito duro. Bo finalmente desenvolveu músculos, e ele malha duro na academia para mantê-los. Ele é o maior sonho de qualquer mulher. Qualquer mulher além de mim.
Girando em seus braços, eu viro o meu pescoço e devoro os seus lábios com os meus. Empurrando no limite sua boca convidativa, eu travo um duelo com sua língua até que seu pau cutuca as minhas coxas, e ele me levanta em cima dele. Minhas pernas serpenteiam sua cintura e ele respira contra os meus lábios. - Você vai se atrasar.
Eu respondo, esfregando minha buceta contra ele e mordendo o lábio, e ele me recompensa com orgasmos que me fazem esquecer a minha culpa.
* * *
Dillon paira perto da minha mesa com a caneca de café, que faz com que o cheiro da sua respiração pareça que um barista vomitou em sua boca após a ingestão de grãos de café direto da planta. Olhando para o relógio e me dando um olhar torto com um aceno de cabeça, ele diz: - Você está atrasada.
- Coma outra rosquinha e pare de controlar os meus horários, - eu gracejo, dando a ele um sorriso falso e uma dupla saudação com as duas mãos.
- Realmente madura e estereotipada, - reclama. - Sério?
A porra do açúcar ainda está no canto da sua boca. Estendendo a mão, eu passo o dedo no pó do canto do lábio inferior e a seguro para que ele veja. Sua postura é rígida. Ultrapassar fronteiras é um problema para mim. - Não seja infantil, - eu bufo e em seguida, sugo o açúcar do meu dedo. Não são muitas vezes que eu me permito comer doces. Tiro um da caixa, um o donut meio comido que eu não coloquei na minha mesa e levanto uma sobrancelha. Apontando para trás do seu rosto e balançando a cabeça, eu digo: - Não é preciso ser um detetive para resolver este mistério.
Ele limpa sua boca com as costas da mão e, em seguida, coloca a caneca no meu arquivo, deixando um círculo sujo. Eu tiro e empurro de volta para ele. Idiota.
- Alguma notícia sobre a menina desaparecida? - pergunto, esperando que alguma nova evidência tivesse vindo à tona enquanto dormíamos.
Ele balança a cabeça e aponta para uma placa que tem todos os casos fixados a ele atrás de mim. - A mãe da menina veio e disse que elas tiveram uma discussão antes de ela ir para o shopping. Poderíamos estar procurando uma fugitiva.
- Por que ela não nos disse isso antes? - exijo.
Ele dá de ombros e pega outro donut. - Ela não queria que nós não a procurássemos.
Claro que iríamos procurá-la.
- Phillips, Scott, venham aqui, - Tenente Wallis late, e nós sinalizamos com a mão antes de desaparecer em seu escritório.
- O que você fez agora? - eu rosno, batendo o último pedaço de rosquinha de sua mão.
- Cadela, - ele sibila antes de recuar e se abaixar para pegar a massa do donut. - Regra dos cinco segundos, - ele late. Nojento.
- Feche a porta, Scott, - ordena Wallis, caindo em sua cadeira de couro atrás da mesa. - Eu tenho um homicídio que acabou de chegar. O chefe quer vocês no caso.
- É sobre a pessoa desaparecida? - eu digo, com um pouco de decepção no meu tom, ganhando um olhar penetrante de Wallis. - Jones e Henderson vão assumir o caso. É mais do que provável ser uma fugitiva que irá ficar com fome e com remorso e voltará antes do fim do dia. Eu preciso de vocês dois trabalhando neste caso. - ele enfia uma pasta sobre a mesa e gesticula em direção à porta do escritório. Agarrando o arquivo antes do meu parceiro, eu marcho para o seu escritório e resmungo baixinho: - Isso é besteira. - eu não me importo em investigar um homicídio, mas a menina ainda está lá fora, por opção ou não. E se ela estiver à espera de ser encontrada e resgatada, mas ninguém fosse procurá-la?
- Vamos, - ordena de Dillon, caminhando para minha mesa e pegando o último donut. Andando rápido para acompanhar seus passos largos, eu bato na sua mão e pego o donut para mim. Ele puxa a jaqueta e sorri por cima do ombro.
- Estamos saindo, - diz ele, afirmando o óbvio para ninguém em particular.
Chegar antes que os oficiais de uniformes estraguem o local do crime é fundamental, então eu sigo Dillon para fora, dando um último olhar para a foto de Alena Stevens de catorze anos, pregada na pasta, antes de aproveitar o donut, só para impedi-lo de saborear. Cadela.
* * *
À medida que chegamos no local onde um proprietário de loja foi assassinado, o meu interior treme e meus movimentos ficam lentos. É quase como se a sujeira dentro das minhas veias fosse solidificada e eu estou lutando para respirar.
Bonecas de porcelana decoram a vitrine, tudo arrumado em um espaço simétrico, glorificando a sua beleza. Baque, baque, baque.
Pequenas bonequinhas lindas...
- Phillips?
Um tremor ameaça ondular através de mim, mas de alguma forma eu consigo me controlar. Sacudindo os meus olhos para os dele, eu aceno um pouco rápido demais. - Eu estou bem, eu estou bem... Eu estou bem, - eu gaguejo, e suas sobrancelhas se juntam enquanto ele me estuda com olhos sombrios e intensos. Eles não são o olhar escuro de Benny, apesar de tudo. Eles são caramelos e por trás do idiota que percebo do lado de fora, os olhos me dizem que há uma versão mais suave no interior.
Ele ainda está olhando para mim e eu percebo que estou o encarando, olhando de volta.
- Eu juro. - eu seguro minhas mãos para cima, quebrando o feitiço.
Ele me examina por mais um longo momento. - Eu ia te dizer para despachar isso, não perguntar como diabos você está. Quem eu pareço, seu maldito namorado?
Um pequeno O forma em meus lábios enquanto eu percebo que acabo de quase ter um surto na frente do meu parceiro. Eu tenho que controlar meus nervos ou Dillon vai ter seu dia de glória me rasgando até que ele encontre o que está mexendo com a minha cabeça. Eu sacudo a tensão em meus músculos e encaro o idiota que agora eu estou grata. Ele sorri para os meus olhos apertados encarando ele.
- Vamos lá, - diz ele em um tom sarcástico, - O grande D vai segurar sua mão, coisinha linda. - quando eu me arrepio, desta vez com suas palavras, ele ri. - Não se preocupe, - diz ele, seu tom ficando sério, - estas coisas me abalam também.
- Isso não me abala, - eu me oponho.
É o que elas representam que faz o meu sangue esfriar.
Ele me olha e eu me viro no meu lugar.
- Continue achando isso, - diz ele em um tom presunçoso antes de sair do carro.
- Vá se fuder, - retruco, saindo do veículo com ele.
Ele esfrega o estômago e não há nenhuma evidência da sua gulodice no seu elegante quadril estreito. - Estou realmente muito cheio.
- Você comeu quase uma caixa inteira de produtos assados, - eu bufo. - Eu não estou surpresa. Você provavelmente vai ter um ataque cardíaco a qualquer minuto.
O sorriso no rosto dele permanece. - Então você vai ter que me fazer respiração boca a boca.
- Cuspir em sua boca é o que eu vou fazer.
- Pare de me paquerar, Phillips, - diz ele com uma risada. - Eu não quero compartilhar seus fluidos corporais no momento. Temos um homicídio, mostre algum respeito.
Minha boca cai à medida que a vontade de socar aquele sorriso presunçoso no seu rosto assume e eu tenho que ignorar o zumbido no meu intestino pela escolha de suas palavras. Ele caminha em direção à loja com um propósito e eu abaixo a cabeça para esconder meu leve sorriso. Eu realmente nunca olhei para ele antes; nunca mergulhei além da superfície espinhosa. Ele não é feio, eu suponho, quando ele está agindo como um ser humano normal. Mentirosa. Mentir para mim mesma é impossível. Dillon é gostoso, cru, e alfa em todos os sentidos, mas toda a sua gostosura desaparece com a sua atitude arrogante em relação a mim.
- Você está me olhando? - parando na entrada da loja, ele olha para mim, ignorando a agitação da atividade. Uma multidão se formou para além da área restrita e apesar de ser dito para ficarem de fora da cena do crime, toda vez que um homicídio acontece, um oficial uniformizado está olhando para nós a partir da loja com um corpo a seus pés. Malditos idiotas.
- Eu estava, na verdade, - murmuro antes de seguir para a minha cena do crime. - Eu estava verificando o melhor ângulo de sua bunda para chutar você.
- Ângulo da minha bunda? Agora você me surpreendeu. - ele dá de ombros e me deixa de boca aberta, mais uma vez, encarando sua forma recuar.
Isso momentaneamente me distrai dos horrores que este lugar detém e não está claro se isso é de propósito ou não. Mas agora, sem os seus insultos, isso trava em torno de mim como uma tonelada de tijolos.
Todo mundo sabe o que aconteceu com você, pequena bonequinha suja.
Meus pulmões queimam e imploram por ar enquanto eu prendo a respiração e entro na loja. Elas estão em toda parte, olhando para mim das prateleiras, dos armários. Pele pálida, lábios vermelhos de rubi, olhos arregalados olhando através dos meus ossos.
- Jade?
Meus olhos focam acima dos dele. Dillon disse meu nome. Meu primeiro nome. Oito meses que eu trabalho com ele, me sento ao lado dele no carro, comemos na mesma mesa, e nem uma vez ele usou o meu primeiro nome. Eu sustento seu olhar, permitindo que ele me mantenha ancorada.
- Você deveria falar com a testemunha no carro de patrulha. - meus olhos viajam até a mulher morta deitada no chão, com sangue acumulado em torno dela. Ela não o viu chegando. O spray de sangue no balcão mostra que ele veio por trás dela. Não há nada quebrado ou quaisquer sinais de luta.
Baque!
Assustada, meu corpo treme com o som de porcelana batendo no chão de madeira e se quebrando. Meu coração troveja enquanto o sangue corre nas minhas veias e ressoam em meus ouvidos. Posso controlar o som com os meus olhos para a boneca agora quebrada ao lado da dona da loja.
O oficial que não deveria estar aqui em primeiro lugar olha para a bagunça. Seu nariz está franzido, ele traz a mão à boca e morde antes de dobrar seus braços. - Err, ela escorregou, - diz ele, virando a cabeça para a estante atrás dele. Idiota.
O rosto dela desmantela em fragmentos olhando para mim e minhas memórias me engolem.
* * *
O trovão ressoa do céu e o silvo da chuva batendo na parede do lado de fora é calmante.
Eu imagino a água invadindo o edifício e inundando na minha cela, me afogando, me liberando deste fardo de vida.
Macy está fungando e cada vez que o raio crepita no ar, ela grita.
Eu gostaria de poder ver a cor do relâmpago, sentir o cheiro da chuva, e experimentar o ar da noite na minha pele. O tempo passa, mas eu parei de me manter a par das marcas que fiz na parede quando minha unha quebrou ao tentar gravar uma linha para o dia treze.
Isso foi há muito tempo agora.
Meu cabelo é mais longo e meu peito finalmente cresceu. Se Bo pudesse me ver agora, ele não iria tirar sarro de mim por ser sem peito.
Mamãe costumava dizer que os rapazes que são cruéis por alguma coisa, só gostam de você e não sabem como se expressar, e acho que de uma maneira ela está certa. Benny é cruel, mas ele afirma que nos ama.
Crackle... boom. - Argh.
Quebrou!
Um suspiro soa do outro lado das paredes de madeira na minha cela como uma debandada de cavalos chacoalhando em minha caixa torácica.
- Olha o que você me fez fazer! - Benny-Benjamin ruge. Arrepios irrompem da minha pele quando um sopro gelado serpenteia pela minha espinha e sobre meus ombros, se enraizando dentro do meu peito.
- Ela está arruinada. - sua voz abaixa, quase infantil. Ouço um ruído e eu corro para o ver fechar a minha porta deixada aberta para eu vê-lo trabalhando em suas bonecas.
- É minha culpa, - eu declaro, tentando convencê-lo a abrir minha porta e me dar a punição de Macy. Minha voz encontra apenas o silêncio em troca, e é ensurdecedor. Não há nada além da ira da tempestade lá fora.
Até que os gritos dos lábios de Macy disparam em mim como balas feitas de veneno, envenenando meu coração uma vez inocente.
Colocando as mãos sobre a madeira, golpeado a porta, forço minhas unhas até que o sangue brota nas pontas. O ar corre para fora de mim como se alguém empurrasse através do meu estômago e apertasse meus pulmões.
Um músculo duro e esculpido flexiona sob uma névoa de suor em suas costas nuas enquanto ele se inclina sobre uma forma encolhida, a pegando em suas mãos pelos cabelos.
Camadas espessas de cabelo, marrom em volta do rosto.
Ele a trouxe para fora da cela.
Minha mente bobina em descrença.
Eu não tive um vislumbre da minha irmã desde o dia em que ele nos roubou.
- Olha o que você fez, - ele rosna. - Ela está quebrada. Ela era uma bonequinha linda como você e agora ela é feia.
Inclinando-se, ele pega um caco de porcelana com a mão livre, então arremessa e quase atinge a lâmpada pendurada no teto, trazendo Macy com ele. Ela fica nas pontas dos pés e o vestido de babados que ela está usando balança com seus movimentos.
Quando o cabelo dela cai para longe de seu rosto, eu realmente a vejo pela primeira vez em muito tempo. Lágrimas quentes queimam em meus olhos, transbordando dos meus cílios. Ela está diferente, mas a mesma. Meu coração está feliz em vê-la, mas minha alma está triste.
Eu não a mantive segura.
- Diga a ela que você está arrependida, - ele se enfurece, seu corpo inteiro tremendo de raiva. - Chore pela boneca quebrada. - quando ela não fala, ele levanta a mão. No início, eu temo que ele vá bater nela e o sangue no meu corpo para de bombear completamente enquanto eu espero por seu golpe iminente.
Mas então, suavemente, quase gentilmente, ele faz algo pior.
Agarrando um dos cacos de porcelana, ele enfia na carne dela, logo abaixo do canal lacrimal de Macy com movimentos firmes.
A bile sobe na minha garganta enquanto o sangue floreia ao redor da sua pele de porcelana cremosa. Um grito ameaça me sufocar quando ele arrasta a borda afiada ao longo do nariz dela, um rio vermelho desaba por seus lábios, mas ela não grita. Em vez disso, seus olhos encontram os dele, e eles piscam com tristeza. O lábio inferior dela treme e num tom manso, arrependida, ela diz a ele: - Eu sinto muito.
Eu encontro a minha voz, mais alta do que o trovão, e vou em direção do metal na minha cela. - Solte-a, você é um maníaco!
Ele permanece congelado na posição doente, torcendo minha irmã pelo pescoço enquanto o rosto dela sangra. Apenas olhando. Sempre olhando. Eu fecho minhas mãos em punhos e martelo contra a porta, esperando arrastar sua atenção para longe dela, tudo sem efeito. Os olhos cor de avelã dela piscam para os meus e eu soluço alto, meu peito dói.
- Me perdoe, Macy. Eu sinto muito... me perdoe. Eu vou nos salvar, eu prometo.
Minha vontade de lutar diminui quando meus joelhos se dobram e eu quase caio no chão, gritando ao lado da tempestade, esperando que me leve embora quando eventualmente passar, deixando para trás o calor implacável. Ele desaparece com a minha irmã em sua cela e eu me sinto impotente no meu mundo. Eu enterro meu rosto em minhas mãos suadas, nas palmas das mãos sujas.
'Srta. Polly tinha uma boneca que estava doente, doente, doente.
Então, ela telefonou para o médico para vir rápido, rápido, rápido'.
Ele ressurge da cela dela, cantando sua canção assustadora enquanto pega as peças de sua boneca quebrada de nossas celas. Ela nunca vai voltar a ser sua boneca bonita novamente. Assim como Macy agora, que vai para sempre levar a sua marca irregular no rosto. Assim como eu nunca vou ser capaz de esconder as rachaduras que ele criou dentro de mim.
Eu sei ao ouvir a sua música que ele não vai visitar a minha cela esta noite, ou a da minha irmã. Graças a Deus. Ele vai nos deixar e amanhã não seremos alimentadas. Mas pelo menos vamos ter um tempo longe do monstro que segura o nosso destino na palma da sua mão.
* * *
- Jade, o que diabos você está cantarolando? Tem certeza de que quer estar aqui?
Meus olhos focam em Dillon, mas a memória trava no ar espesso. Eu posso quase provar a poeira da minha cela. O cheiro quase familiar de Benny persistente como um nevoeiro enjoativo. - Cantarolando?
Ele balança a cabeça e me olha como se eu tivesse perdido a cabeça. - Sim, uma música assustadora pra cacete.
Com muito medo de falar sobre o fato de que Benny ainda está comigo, eu ignoro e saio para falar com o cara do uniforme. - Qualquer outra coisa que você tenha pensado em fazer na cena do crime? Talvez sentar e brincar com o sangue dela? - eu estalo, apontando para a porta com autoridade. - Me mostre onde a testemunha está.
Eu sigo o oficial para fora, ignorando o olhar ardente em minhas costas.
Isso tudo tem o dedo de Benny.
Ele está aqui.
Ele pegou essa menina. Ele quer uma boneca nova.
Mas nessa loja? Matar uma mulher dessa idade sem nenhuma razão não é o seu modo de operar. Foi premeditado quando ele veio atrás dessa menina. Assassinando quando está enfurecido. Será que ele evoluiu? Será que ele precisa de suprimentos? Ele realmente voltou?