Sob a proteção do Bilionário
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Capítulo 4 4

Nara Ferrari

Mando o MacBook de volta.

Henry é o tipo de pessoa que não gosta de receber um não, mas não preciso do MacBook. Fiz umas pesquisas sobre o Henry, quando voltei do jantar da família Mercury, naveguei pela internet durante um tempo e por mais que tentasse fugir da vontade de saber mais sobre Henry Sanchez. Não aguentei.

O magnata de 27 anos que lidera a empresa da família teve um bom começo. Desejou e alcançou. Sobre a sua vida pessoal é inexistente, o que tem sobre eles são os próprios que definem, dificultando a minha pesquisa mais profunda. Nada se fala sobre Regina Mercury e quando sua família mencionada é somente falando sobre negócios.

Talvez tenha sido escolha do casal, não trazer a mídia sobre esse relacionamento.

Mordo o canto da boca, aqueles olhos...

Foco, Nara! Era só o que me faltava, está desejando um homem comprometido. Não vamos nos ver mais. Foi um encontro e desencontro que não acontecerá novamente.

Nunca nos falamos antes é hora de voltar a ser assim!

Chego na faculdade, hoje teremos uma nova palestra. Todos se preparam e dessa vez é Lua Ferrari, a filha biológica de Anthony. Ela é linda, os cabelos ondulados e loiros realçam o rosto fino da famosa atriz de Hollywood. Seus olhos tão parecidos com os meus, um tom de castanho-claro. As pessoas fazem elogios pela minha irmã e os bajuladores tentam me convencer a levá-los até ela. Mal sabem que a Lua me odeia.

No fim da sua palestra a acompanho até o seu carro fingindo que somos as melhores irmãs do mundo e que nos amamos. Há poucas pessoas no estacionamento.

- Nota baixa logo no início do ano? - Lua força um sorriso quando algumas pessoas passam perto. - Que vergonha, Nara.

- Não foi minha...

- Até quando vai viver na aba do meu pai? Sua mãe e você são mesmo sanguessugas. - Fala com desdém.

Engoli em seco.

- Não somos sanguessugas. - falo entre os dentes.

Helena decidiu não chorar por um coração partido e sim arranjar um bom partido, frequentando lugares da alta sociedade. Encontrou alguém que valorizou a mulher que sofreu muito no passado. Hoje não vivem um sem o outro, trabalhando lado a lado.

Cuidam um do outro como se estivessem juntos a vida toda, o amor deles é lindo e espero um dia encontrar o mesmo ou um parecido. Lua segura no meu queixo e aperta com força, o sorriso em seu rosto faz parecer que está sendo carinhosa com a irmã mais nova.

- E você é a pior, tenho certeza.

Me afasto do seu toque. Lua não aceita o relacionamento dos nossos pais, a implicância somente com o fato de ser a minha mãe e as condições financeiras não ser igual ao do seu pai quando se conheceram.

Cresci vendo a Lua na televisão, atuando desde os seus cinco anos. Tem trabalho magnífico na carreira, cada vez crescendo mais e mais. Imagina quando descobri que Anthony era seu pai? A felicidade foi imensa, foi tão grande quanto a minha decepção ao conhecê-la. Demorou dois anos para Lua finalmente aceitar conviver conosco, ver o pai na nossa presença. Foi difícil? Foi, mas agora só tenho que aguentá-la em curtos momentos.

Lua não faz questão de se despedir, entra no carro e vai embora. Já vai tarde mesmo.

Respiro fundo, odeio como me sinto sempre que nos vemos. Quem quero enganar? Talvez não ser considerada irmã, mas queria ser sua amiga. Bem, não somente por mim, mas pelo Anthony. O amo como meu pai, sei que não gosta dessas desavenças entre nós.

- Pelo visto você e sua irmã não são melhores amigas. - Fecho os meus olhos, ao ouvir a voz de Henry.

Não é possível, três dias seguidos? Nunca vi esse homem pessoalmente depois daquele desastre, sei que tem trabalhos em comum com meu pai. É com Anthony e não comigo.

Quero focar na imagem de um Henry ogro deixando meu MacBook cair no chão de propósito e não o homem da curta conversa de ontem que me fez desejar a noite toda.

Sasha tinha razão. É um homem lindo e atraente, também é de poucas palavras, todas elas sendo bem objetivas.

- Você de novo? - Finjo insatisfação.

O olho.

- Devolveu o...

- Sim, devolvi. - Henry pressiona os lábios ficando em uma linha fina. - Não, quero. Sabe que comprei outro.

Ele é uma muralhada, aproximando preciso erguer o rosto, um pouco mais para olhar em seus olhos. Não posso deixar que chegue perto como antes, preciso focar em ódio-lo.

O problema é a bela imagem que tem. É alto, forte sem ser aquele exagero de músculos, seu cabelo é bem preto e tem a sensação que deve ser macio como Sasha falou. Dá vontade de tocar, Henry exala a masculinidade que falta em muitos.

Talvez por ser mais velho? Não sei. É um homem com presença e fica difícil não gostar dele, pelo menos fisicamente. Porque de resto parece um velho e rabugento. Sou uma mulher com seus desejos, impossível não reconhecer a sua beleza.

Cruzo os meus braços.

- Ninguém nunca recusou nada dado por você, não é?

Sua língua passa preguiçosamente pelos lábios, os olhos chocolate ficam mais escuros, me deixam empolgada. Henry sabe colocar medo, sabe ser persuadível e autoritário.

- Aceite. - Ordena.

Mas não será comigo.

- Não. - Diminuir a distância entre nós.

- Nara. - Meu nome sai do fundo da sua garganta.

Gosto do efeito sonoro, não consigo identificar se é raiva, desejo ou somente um Bilionário que não aceita um não como resposta. Baixa minimamente a cabeça, olhando em meus olhos. Os saltos altos me ajudam a ficar um pouco mais alta perto desse homem.

- Henry? - sorri.

Ele fica tão intacto, tornando uma estátua. Uma bela estátua de Henry Sanchez.

- Muitos não pensariam duas vezes em aceitar qualquer coisa que venha da minha família. - Seu olhar parecia questionar se realmente existo. - Por que está fazendo esse joguinho?

- Para jogar é preciso ter dois jogadores. - Não sou quem ele pensa que é, não vou beijar o seu chão para crescer mais o seu ego. Ou ser... Uma sanguessuga que em outras palavras significa interesseira. - E não faço parte desse jogo que acredita existir. Não preciso de nada que venha de você, Henry Sanchez.

Sua testa franzi, indignado.

- Está mentindo.

- Então, por que perder seu tempo com uma mentirosa?

Henry não está na sua zona de conforto, não está lidando com uma mulher que cairá sobre os seus pés e aceitará tudo o que quer. Não aceitei o MacBook, reconhecendo que a culpa foi minha. Estava com raiva do Kleber e Sasha estava me deixando louca falando sobre o homem que está na minha frente nesse exato momento.

Queria me livrar dela e me apressei sem olhar para frente, a pancada foi forte. Não foi legal da parte dele jogar no chão o MacBook depois de ter pegado, mas a sua família não é conhecida pelo poço de gentileza também.

Talvez ambos estivessem em um péssimo dia. Passo por ele dessa vez, sem ser interrompida.

O resto do dia não foi dos melhores, sempre fico mal com esses impasses que tenho com a Lua. Foi minha mãe e eu durante muito tempo, quando imaginei a possibilidade de Lua e eu sermos irmãs foi como se dissessem que eu ia ser a irmã de uma das princesas da Disney. O fato de ter colocado ela em um pedestal quando era mais jovem fez a decepção ser ainda maior.

Queria ter uma família grande e ter irmãos.

Mas Lua não me quer por perto.

Depois da faculdade, vou para o shopping com a Sasha, queria distrair a cabeça antes de ir para casa.

- Ei, amiga, não gosto de ver assim. - Sasha fala terminando de comer o seu sanduíche.

- Estou bem.

- Não, você não está e...

- Sasha?

Olho para o lado e arregala os olhos. Não é possível, até aqui? Hum, espera. Uma versão pouco mais nova do Henry Sanchez se aproxima. Os olhos da Sasha, por outro lado, quase salta de seu rosto.

- Zayn! - se levanta para falar com ele.

Continuo sentada e olhando de um para outro. A única diferença para Henry é o rosto menos marcado e o sorriso constante. Zayn é a alegria e o Henry o trovão medonho da família.

- É bom ver que está bem. - Dá um sorriso suspeito.

Minha amiga abaixa a cabeça envergonhada.

- Ah, não foi nada de mais o que aconteceu ontem.

Estreito os meus olhos, o que aconteceu ontem?

- Não apareceu estar acostumada. É melhor eu ficar por perto. - E a sua frase é cheia de promessas.

Meu olho chega a tremer. Nunca vi a Sasha tão perto de um homem e quase desmaiar. Esse Zayn sabe usar bem as palavras para mexer com a minha amiga, consigo ver facilmente. Sasha estar encantar, é fácil de ser iludida.

Ergo o dedo indicador no ar.

- Perdão, mas o que aconteceu ontem?

Os dois me olham notando a minha presença.

- Ah, amiga! É que... a gente... - Começa a gaguejar. - Nara, esse é Zayn Sanchez. Sabe da família Sanchez e irmão do...

- Henry Sanchez é, eu sei. - Fico séria. - O que vocês fizeram ontem à noite?

Eles olharam e responderam juntos.

- Estudamos!

Sasha começa a arrumar suas coisas.

- E precisamos estudar agora. - Ela dá um sorriso nervoso. - Nos vemos depois, amiga.

Zayn dá um tchauzinho e vão embora. Não estou gostando nada disso, uma versão mais jovem do senhor arrogante que está levando a minha amiga para o mau caminho. Sinto isso! Pego as minhas coisas e digito uma mensagem chamando o motorista para vir me buscar.

Indo para a entrada do shopping, espero, guardo meu celular na bolsa há tempo de ver no outro lado da rua, Henry se despedir de alguns homens e caminhar em direção a um carro preto. Perfeito! É hora de ter uma conversa. Aproveito o pouco movimento na rua e atravesso, indo até ele.

- Ei?

Henry abre a porta, mas para com o meu chamado.

- Nara? - Fica surpreso em me ver.

Me concentro, ficando séria.

- Não quero seu irmão andando com a minha melhor amiga, algo me diz que ele esteja levando ela para algo ruim.

Aquele papo de estudar não me desce. Zayn é quatro anos mais velho que Sasha, aquele papo de estudar é a mentira mais deslavada do mundo. A minha amiga é bem iludida e não quero que ela saia machucada, seja lá qual, seja a relação entre esses dois.

Até três dias atrás não sabia que tinha contato direto com a família Sanchez.

- Zayn está aqui? - Ergue uma sobrancelha, confuso.

- Eles foram embora juntos alguns minutos atrás.

Seu semblante muda.

- Te deixando sozinha?

- Meu motorista está vindo me buscar.

Mantendo a porta do carro aberta, ele sobe a calçada.

- Entra, eu te levo para casa.

Ele está prestando atenção no que estou dizendo? A última coisa que quero é ficar sozinha com ele.

- Não, obrigada. - seguro a alça da bolsa com mais força. - Só peço que dê um jeito no seu Irmão, se Sasha se magoar terá problemas comigo.

Seus lábios se mexem de um jeito divertido. Henry está sorrindo? É possível?

- Ele ou eu?

- É... os dois! - respondo com firmeza, após ter vacilado um pouco. - Até porque uma fruta não deve cair muito longe da árvore.

Henry franzi testa.

- O que quer dizer com isso?

- Sua perseguição comigo.

Henry parece se divertir com a conversa, ele fecha a porta e mais uma vez diminui a distância entre nós.

- Perseguição? Uma fruta não deve cair muito longe da árvore, o que você anda pensando de mim, senhorita Ferrari? - Para, colocando as mãos no bolso da frente da calça, Henry encara.

Os cílios bem preenchido movo com o piscar de olhos. E novamente ele está ali, os olhos fixo em mim.

Henry está menos sério do que costumo vê-lo.

- É um homem comprometido e ainda assim anda...

- Comprometido? - A expressão confusa volta. - Com quem?

- Você é a Regina Mercury, vi vocês...

- Somos amigos. - responde firme, não querendo deixar dúvidas. - Nada mais.

Solteiro, um homão desse e solteiro. Meu Deus! Dou uma risada sem humor, dispersando meus próprios pensamentos.

- Bem próximos, aparentemente. - Penso alto.

- Ciúmes?

Arregalo os olhos.

- Por que sentiria ciúmes de você? - Não há cabimento nessa pergunta dele.

- Não sei, mas se sente atraída por mim. - afirma.

- Está louco.

- Será? Sua respiração acerelada. - Nossa distância diminui, sendo ele o único a se mover. - A demora para falar, porque está perdida em pensamentos. Pensamentos esse que posso apostar que me envolve.

Sua respiração passeia pelo rosto, fecho meus olhos. Faz um tempo que não tenho ninguém, não quem realmente desperta minha atenção. Mas tinha que ser logo Henry Sanchez?

- O jeito que me olha te entrega. - As palavras mal saem de sua boca e o olho, porque infelizmente gosto quando seus olhos estão em mim. - Isso... - Ronrona. - É esse olhar que gosto.

A gente deveria ser como água e óleo, não é o que acontece. Seu rosto vai ficando mais perto, meus lábios se entre abre. Não sei se para respirar melhor ou para beijá-lo, umas mechas de seus cabelos recaem sobre seu rosto.

Seus lábios estão quase tocam aos meus. Quando o meu celular toca em minha bolsa, dou passos para longe dele quase caio para trás, me afastando totalmente de Henry.

Ofegante, percebo estar nas pontas dos pés para beijá-lo. Fui eu que tomei a iniciativa! Henry retoma a sua postura, seu peito subindo e descendo com rapidez.

Pego meu celular vendo que era o meu motorista, olho ao redor vendo o carro no outro lado da rua.

- É melhor eu ir...

O celular é retirado da minha mão e Henry atende.

- Aqui é o Sr. Sanchez, a Srta. Ferrari irá comigo. - A voz séria está grave e Henry olha exatamente para o carro de meu pai. - Não se preocupe, a levarei para casa.

Olho para o carro, o motorista acena sorrindo e vai embora. Como assim?!

            
            

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