A mulher que ele tentou dominar
img img A mulher que ele tentou dominar img Capítulo 3 ELE REPARA EM TUDO
3
Capítulo 6 A PRIMEIRA REUNIÃO SOB FOGO img
Capítulo 7 A PROVOCAÇÃO QUE ELA NÃO ESPERAVA img
Capítulo 8 ENTRE MUROS DE VIDRO img
Capítulo 9 O JANTAR QUE NÃO DEVERIA ACONTECER img
Capítulo 10 O CONVITE QUE TIROU O CHÃO DELA img
Capítulo 11 ENTRE PALAVRAS NÃO DITAS img
Capítulo 12 O DIA SEGUINTE img
Capítulo 13 FRONTEIRAS QUE SE APROXIMAM img
Capítulo 14 UM CONVITE QUE MUDA TUDO img
Capítulo 15 A NOITE COMEÇA A FALAR img
Capítulo 16 UM ESPELHO QUE ELE AINDA NÃO CONHECE img
Capítulo 17 ECO DO QUE AINDA NÃO FOI DITO img
Capítulo 18 UM ENCONTRO QUE NÃO ESTAVA NO PLANEJADO img
Capítulo 19 A NOITE QUE JÁ COMEÇAVA ANTES DE COMEÇAR img
Capítulo 20 O TIPO DE SILÊNCIO QUE DIZ TUDO img
Capítulo 21 O que o silêncio tenta esconder img
Capítulo 22 A LINHA TÊNUE ENTRE PROXIMIDADE E PERIGO img
Capítulo 23 O PESO DO QUE NÃO FOI DITO img
Capítulo 24 O LIMITE ENTRE O CERTO E O IRRESISTÍVEL img
Capítulo 25 O TELEFONE QUE PARTIU O AR AO MEIO img
Capítulo 26 A CORDILHEIRA ENTRE ELES img
Capítulo 27 O QUE ELE NÃO CONSEGUE ADMITIR img
Capítulo 28 A VERDADE QUE ELE NÃO ESCONDE MAIS img
Capítulo 29 A DISTÂNCIA QUE NÃO EXISTE img
Capítulo 30 O LIMITE ENTRE O QUERER E O CEDER img
Capítulo 31 A INTERRUPÇÃO QUE NINGUÉM PREVIU img
Capítulo 32 O COMEÇO DA TEMPESTADE img
Capítulo 33 O IMPACTO DA VERDADE img
Capítulo 34 A EXPOSIÇÃO img
Capítulo 35 A RETIRADA img
Capítulo 36 SOB O MESMO TETO QUE O INIMIGO NÃO ESPERA img
Capítulo 37 A VERDADE QUE ELA ESCONDEU img
Capítulo 38 A SOMBRA QUE VOLTOU img
img
  /  1
img

Capítulo 3 ELE REPARA EM TUDO

A sala de reuniões era ampla, moderna e rodeada por paredes de vidro. Quando Valentina entrou, os diretores já estavam acomodados, folheando documentos ou checando mensagens no celular. O único assento vazio era ao lado de Bryan.

Ótimo.

Exatamente onde ela não queria estar.

Ele entrou dois minutos depois, caminhando com a precisão de alguém que controlava até a própria respiração. O silêncio formou-se naturalmente, como sempre que Bryan Ellison aparecia.

Ele ocupou seu lugar - e, sem olhar para ela, disse:

- Relatório, Valentina.

Ela deslizou a pasta para ele. Sua mão não tremeu, mas por dentro... bem, por dentro ela estava tão tensa quanto a mesa envernizada.

Bryan abriu o documento.

E parou.

Valentina não desviou o olhar.

Das duas, uma: ele tinha encontrado um erro - ou estava impressionado.

Ele virou a página devagar, como se avaliasse cada detalhe.

- Isso foi preparado hoje de manhã? - ele perguntou, sem erguer a cabeça.

- Sim. -

A resposta saiu firme.

Bryan fechou a pasta.

Finalmente, olhou para ela.

- Excelente trabalho.

Três palavras.

Simples - Mas ditas em um tom que fez algo no estômago de Valentina se contrair.

Os diretores trocaram olhares discretos. Todos sabiam: Bryan raramente elogiava alguém. E nunca elogiava no primeiro dia.

Ela agradeceu com um aceno curto, tentando não permitir que aquilo a afetasse.

Mas ele não desviou os olhos.

Continuou ali, observando-a por um segundo a mais do que deveria.

Um segundo que ninguém na sala notou - exceto ela.

A reunião começou. Bryan comandava a mesa com firmeza, fazendo perguntas diretas, cortando rodeios, exigindo clareza. Seu estilo era rígido, mas eficiente.

Valentina o acompanhava, anotando tudo, respondendo quando necessário.

Em determinado momento, ele a interrompeu:

- Valentina, qual a sua projeção para o fechamento do trimestre?

A pergunta pegou alguns diretores de surpresa.

Era uma questão que normalmente só seria feita a alguém com meses de casa.

Mas ela respondeu sem hesitar:

- Crescimento de 4,8%. Se as duas contas pendentes forem convertidas até o dia 20, podemos chegar a 5,1%.

Bryan encarou-a com atenção.

Aquela atenção que perfurava mais do que analisava.

- Concordo. - Ele assentiu lentamente. - E quero que apresente isso ao conselho na próxima semana.

Alguns diretores arregalaram os olhos.

Ela? Reunião do conselho?

Com uma semana de empresa?

Mas ninguém ousou questionar.

Valentina respondeu com profissionalismo:

- Claro.

A reunião seguiu até que, ao final, todos começaram a levantar suas pastas. Quando ela se virou para sair, sentiu uma presença se aproximar.

Bryan.

- Preciso falar com você - disse ele em voz baixa.

Ela ficou imóvel por um instante.

Não pelo pedido - mas pela proximidade.

Ele não tocou nela.

Mas o calor do corpo dele, a sombra da postura firme, a forma como ele dominava o espaço... tudo fazia a sala parecer menor.

- Sobre o relatório? - ela perguntou, tentando manter o controle.

- Sobre você - ele respondeu, simples assim.

O coração dela deu um salto que o corpo não demonstrou.

- Algo errado? - Valentina manteve o queixo erguido.

- Não. - Ele passou os olhos discretamente pelo rosto dela. - Só notei uma coisa.

Ela esperou.

- Você não se intimida - disse ele, como se estivesse verbalizando uma descoberta recente. - E isso é... incomum.

Valentina respirou fundo.

- Não estou aqui para ter medo de você, Bryan.

O nome dele dito assim fez algo cruzar o olhar dele. Algo que ele tentou esconder, mas falhou por uma fração de segundo.

- Eu sei - respondeu. - E acho que foi exatamente isso que me fez escolher você.

Ela franziu o cenho.

- Me escolher?

- Para trabalhar diretamente comigo. - O tom dele era baixo, firme. - Achei que você aguentaria.

Valentina sentiu o corpo inteiro despertar diante daquele desafio implícito.

- Aguento - disse ela. - Mas isso não significa que vou baixar a cabeça.

Bryan deu um passo ainda mais próximo.

Não tocou.

Mas o gesto foi quase... íntimo.

- Eu não quero que você baixe - disse, em voz baixa. - Só quero ver até onde você vai.

O ar pareceu mudar.

A tensão entre eles não era sexual - não ainda - mas era tão forte que parecia acender lâmpadas.

Valentina sustentou o olhar.

- Isso vai muito além do trabalho, não vai?

Um músculo no maxilar dele se contraiu.

Bryan Ellison nunca demonstrava nada.

Mas com ela... alguma coisa escapava.

- Ainda não sei - admitiu. - Mas vou descobrir.

E antes que ela pudesse responder, ele simplesmente saiu da sala.

Deixando-a com algo novo dentro do peito:

Não era medo.

Não era irritação.

Era... inquietação.

E nenhum dos dois conseguia controlar aquilo.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022