A mulher que ele tentou dominar
img img A mulher que ele tentou dominar img Capítulo 5 ELE COMEÇA A PERDER O CONTROLE
5
Capítulo 6 A PRIMEIRA REUNIÃO SOB FOGO img
Capítulo 7 A PROVOCAÇÃO QUE ELA NÃO ESPERAVA img
Capítulo 8 ENTRE MUROS DE VIDRO img
Capítulo 9 O JANTAR QUE NÃO DEVERIA ACONTECER img
Capítulo 10 O CONVITE QUE TIROU O CHÃO DELA img
Capítulo 11 ENTRE PALAVRAS NÃO DITAS img
Capítulo 12 O DIA SEGUINTE img
Capítulo 13 FRONTEIRAS QUE SE APROXIMAM img
Capítulo 14 UM CONVITE QUE MUDA TUDO img
Capítulo 15 A NOITE COMEÇA A FALAR img
Capítulo 16 UM ESPELHO QUE ELE AINDA NÃO CONHECE img
Capítulo 17 ECO DO QUE AINDA NÃO FOI DITO img
Capítulo 18 UM ENCONTRO QUE NÃO ESTAVA NO PLANEJADO img
Capítulo 19 A NOITE QUE JÁ COMEÇAVA ANTES DE COMEÇAR img
Capítulo 20 O TIPO DE SILÊNCIO QUE DIZ TUDO img
Capítulo 21 O que o silêncio tenta esconder img
Capítulo 22 A LINHA TÊNUE ENTRE PROXIMIDADE E PERIGO img
Capítulo 23 O PESO DO QUE NÃO FOI DITO img
Capítulo 24 O LIMITE ENTRE O CERTO E O IRRESISTÍVEL img
Capítulo 25 O TELEFONE QUE PARTIU O AR AO MEIO img
Capítulo 26 A CORDILHEIRA ENTRE ELES img
Capítulo 27 O QUE ELE NÃO CONSEGUE ADMITIR img
Capítulo 28 A VERDADE QUE ELE NÃO ESCONDE MAIS img
Capítulo 29 A DISTÂNCIA QUE NÃO EXISTE img
Capítulo 30 O LIMITE ENTRE O QUERER E O CEDER img
Capítulo 31 A INTERRUPÇÃO QUE NINGUÉM PREVIU img
Capítulo 32 O COMEÇO DA TEMPESTADE img
Capítulo 33 O IMPACTO DA VERDADE img
Capítulo 34 A EXPOSIÇÃO img
Capítulo 35 A RETIRADA img
Capítulo 36 SOB O MESMO TETO QUE O INIMIGO NÃO ESPERA img
Capítulo 37 A VERDADE QUE ELA ESCONDEU img
Capítulo 38 A SOMBRA QUE VOLTOU img
img
  /  1
img

Capítulo 5 ELE COMEÇA A PERDER O CONTROLE

Valentina atravessou o corredor com passos firmes, mas por dentro estava um caos.

As palavras de Bryan ainda ecoavam nela, como uma marca quente no peito:

"Você não faz ideia do que está despertando aqui."

Ela tentou afastar aquilo enquanto se sentava em sua mesa. Tentou respirar fundo, focar, abrir o notebook.

Tentou... mas não conseguiu.

A imagem dele tão próximo, os olhos tensos, a voz grave - tudo parecia tatuado na memória dela.

- Val? - chamou Júlia, outra analista, surgindo ao lado. - Você está pálida. Aconteceu alguma coisa?

Valentina sorriu, ou tentou.

- Nada. Primeiro dia cheio.

Júlia riu.

- Normal. O Sr. Ellison não facilita pra ninguém.

Valentina manteve o sorriso, mas algo dentro dela se retorceu.

Se Júlia tivesse visto o que aconteceu minutos antes, saberia que "facilitar" não era nem o problema principal.

O problema... era o que estava acontecendo entre eles ou o que estava prestes a acontecer.

Mais tarde, já com algumas horas de trabalho concluído, Valentina percebeu algo estranho.

Bryan não aparecera mais.

E isso era completamente incomum para alguém que controlava cada segundo do próprio dia.

Ela tentou ignorar, mas a inquietação persistia.

Até que o telefone da mesa dela tocou.

- Sim? - Atendeu.

- A sala dele. Agora. - disse uma voz da recepção.

Valentina engoliu seco.

De novo, Bryan?

Ela não sabia se isso era bom... ou perigoso.

Ela bateu suavemente na porta.

Um "entre" seco respondeu.

Quando entrou, encontrou Bryan encostado na mesa, sem o paletó, as mangas dobradas até os antebraços - revelando músculos definidos, uma postura muito menos engessada que antes.

Mas o que realmente chamou atenção foi o olhar dele. - Intenso.

Quase sombriamente focado nela.

- Feche a porta - ele disse novamente.

Ela fechou.

O silêncio entre eles parecia vivo.

- Preciso saber uma coisa - Bryan começou, cruzando os braços. O gesto deixou os ombros ainda maiores.

- O quê? - Ela manteve a postura firme.

Ele observou-a longamente. Longo demais.

Como se tentasse ler algo dentro dela.

- Você está desconfortável comigo? - perguntou ele.

A voz estava diferente. Menos fria. Mais... tensa.

Valentina piscou, surpresa.

- Não.

- Tem certeza? - Ele deu um passo à frente. - Porque se estiver... diga agora.

A respiração dela falhou por um instante, mas seu controle não.

- Estou bem, Sr. Bryan.

Ele parou tão perto que ela conseguiu ver o leve sombreamento da barba no maxilar.

- Isso é o que me preocupa - ele disse.

- Por quê? - Valentina perguntou.

Ele inspirou fundo, claramente irritado com a própria falta de controle.

- Porque você não deveria estar. - Sua voz ficou ainda mais grave. - Eu sou exigente, Valentina. Sou duro. Não sou simples de lidar.

- Eu também não sou - ela devolveu.

Ele sustentou o olhar dela - e pela primeira vez, ela percebeu algo perigoso:

Bryan estava lutando contra o próprio impulso de chegar ainda mais perto.

- Você me desestabiliza - disse ele, num tom quase rouco.

Valentina sentiu o corpo inteiro reagir, mas não demonstrou.

- Sr. Bryan... - ela começou.

- Eu não quero cruzar linhas - ele interrompeu. - Nem colocar você em uma posição desconfortável. Se eu estiver indo longe demais... você precisa me parar.

Ela engoliu, o ar preso na garganta.

- E se eu não quiser parar? - a pergunta escapou antes que seu cérebro conseguisse censurar.

O efeito foi imediato.

Os olhos de Bryan escureceram, a respiração alterou-se, e o autocontrole que ele tanto prezava pareceu vacilar por um segundo.

Um segundo perigoso.

Ele avançou meio passo.

Ela não se mexeu.

- Não teste isso em mim - ele avisou, a voz baixa, rouca, cheia de tensão contida. - Eu estou tentando ser racional. Mas você... está dificultando.

Valentina aproximou-se também, milímetros apenas, mas suficiente para que o ar entre eles ficasse quente.

- Eu não estou testando você - disse. - Estou só sendo honesta.

Ele fechou os olhos por um instante, como se estivesse tentando não fazer algo que queria muito.

Quando abriu, havia uma decisão ali.

Clara.

Firme.

- A partir de agora - ele disse - precisamos estabelecer limites.

Valentina ergueu o queixo.

- Por quê?

Ele respirou fundo.

- Porque se eu tocar em você... - seus olhos baixaram para os lábios dela e voltaram - ...não vou conseguir parar.

O coração dela parou.

O mundo parou.

E por um momento, havia apenas os dois.

Duas forças opostas.

Duas vontades perigosas.

- Então não toque - Valentina disse, num sussurro que o destruiu por dentro.

Bryan ficou imóvel.

Tenso.

Explodindo por dentro.

- Está vendo? - ele disse com dificuldade. - É isso que eu queria evitar.

Antes que qualquer um deles tivesse tempo de reagir ao que estavam prestes a admitir, o telefone dele tocou abruptamente.

O som quebrou o momento como vidro.

Bryan se afastou imediatamente, recobrando o controle, embora o olhar ainda estivesse incendiado.

- Pode ir - disse ele, recuperando o tom profissional. - E... por favor, Valentina... não me provoque desse jeito.

Valentina saiu sem dizer uma palavra.

Mas seu corpo inteiro tremia - não de medo, e sim da certeza absoluta de que aquilo não iria parar ali.

Eles estavam prestes a cruzar uma linha.

E nenhum dos dois tinha força para voltar atrás.

                         

COPYRIGHT(©) 2022