O Preço da Traição e Sua Vingança
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Capítulo 4

Íris Lisboa POV:

Fabrício estava ali, em pé na sala, seus olhos de lobo fixos no meu pulso vazio. "A pulseira, Íris. Onde está o Coração do Oceano?"

Um arrepio frio percorreu minha espinha. Era o teste. Eu tinha que manter a calma, não revelar que sabia a verdade. Minha mente correu, procurando uma desculpa.

Ele se aproximou, a preocupação em seu rosto quase convincente. "Íris, por que você não me responde? Aconteceu alguma coisa com a pulseira?"

Mantive o silêncio, deixando que a ansiedade dele crescesse. Ele estava acostumado a me ver frágil, dependente. Eu deveria ser a mulher que precisava daquele objeto para viver, e a ideia de eu me desfazer dele por conta própria era inconcebível para ele.

"É Pâmela, não é?" ele disse, sua voz mais suave agora. "Você está chateada porque ela voltou. Eu entendo. Mas você não deveria ter feito isso com a pulseira. É importante para a sua saúde."

"Sim, Fabrício. É Pâmela," eu disse, baixando os olhos, fingindo uma tristeza que não sentia. "Ela é... ela sempre foi o seu primeiro amor. Eu sou apenas uma substituta, não é?"

Ele me abraçou, apertando-me em seus braços. "Não diga isso, Íris. Você é a minha esposa. A única. Pâmela não significa nada." As palavras soaram vazias, sem eco.

Na manhã seguinte, Fabrício entrou correndo no quarto, a mão estendida, segurando a pulseira Coração do Oceano. "Olhe o que eu tenho!", ele exclamou, um sorriso triunfante no rosto.

Ele a recolocou em meu pulso. A joia brilhou em um tom azul suave. Senti a energia familiar fluindo, o calor se espalhando pelas minhas veias, um lembrete do poder que ela detinha sobre minha vida. "Eu a comprei de volta," ele disse, orgulhoso. "Paguei o dobro do que você recebeu. Ninguém rouba o que é meu, muito menos o que é seu."

"Essa pulseira é a sua vida, Íris. Seu coração. Eu nunca deixaria você ficar sem ela," ele disse, seus olhos fixos na joia.

Lembrei-me de como ele a tinha mandado fazer, anos atrás, após o acidente. Ele havia passado meses pesquisando, encontrando os melhores artesãos e os mais raros cristais para infundir a tecnologia médica. "É um símbolo do meu amor e da sua força," ele me disse então.

"Vamos nos casar," ele declarou, abruptamente. "Um casamento oficial. O que você sempre sonhou."

Meu corpo estremeceu. Um casamento. Com ele. Aquele que me traiu, me humilhou, me fez uma conveniência.

Ele deve ter confundido meu tremor com emoção. "Eu sei, meu amor. É uma surpresa. Mas você merece. Você sempre mereceu."

E assim, alguns dias depois, encontrávamo-nos na boutique de noivas mais exclusiva da cidade. A proprietária, uma mulher altiva, nos cumprimentou com deferência. "Senhor Gonçalves, Senhora Lisboa. É uma honra tê-los aqui."

"Minha futura esposa merece o melhor. Mostre-nos o vestido mais deslumbrante que você tiver," Fabrício disse, com um gesto grandioso.

Experimentei vários vestidos, cada um mais luxuoso que o anterior. Mas nenhum deles conseguia esconder as cicatrizes em minhas costas, as marcas do impacto que levei por ele. As cicatrizes que me custaram a saúde, a vida.

Eu me olhei no espelho, a imagem de uma noiva quebrada. "Não consigo esconder as minhas cicatrizes," eu disse, a voz embargada.

Fabrício veio por trás de mim, seus braços me envolvendo. Ele beijou minha cicatriz. "São medalhas de coragem, meu amor. A prova do seu sacrifício por mim. Não há nada para esconder."

Ele decidiu que o vestido seria feito sob medida, sem limites de custo. "Será o vestido mais lindo do mundo, Íris. Tão único quanto você."

Enquanto ele falava, seu celular vibrou. Ele o pegou rapidamente, a tela brilhando com uma nova mensagem. Um nome apareceu brevemente: Pâmela. Ele a escondeu rapidamente, mas eu vi.

"Fabrício," eu disse, virando-me para ele, meus olhos cheios de uma falsa devoção. "Eu te amo tanto."

Ele sorriu, o sorriso de um predador satisfeito. "Eu também te amo, Íris."

Escolhemos o design, rendas delicadas e um caimento perfeito. "Este vestido," Fabrício disse, acariciando o tecido, "simboliza a pureza e a força do nosso amor. Inquebrável."

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Lágrimas de raiva, de dor, de um ódio que eu mal conseguia conter.

Ele me abraçou. "Por que você está chorando, meu amor? São lágrimas de felicidade?"

"Sim, Fabrício," eu disse, minha voz abafada. "De pura felicidade."

"Eu estarei com você a cada passo do caminho," ele prometeu. "Mas agora, preciso resolver um último detalhe para o casamento. Você consegue ir para casa sozinha?"

"Vá, meu amor," eu disse, empurrando-o para longe. "Eu ficarei bem."

Ele me beijou rapidamente e saiu.

Assim que ele saiu, eu disse ao motorista: "Para o escritório de Fabrício, por favor. Esqueci algo lá."

O motorista parecia confuso. "Mas, senhora, o senhor Gonçalves acabou de sair de lá..."

"É algo importante," eu disse, minha voz firmemente controlada. "Algo que ele não pode saber que esqueci." Eu precisava ver. Precisava confirmar.

Chegamos ao prédio, e eu desci do carro. Vi Pâmela, já no térreo, com um vestido colado ao corpo, os cabelos esvoaçantes. Ela entrou no elevador VIP, o mesmo que Fabrício usava.

            
            

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