O Preço da Traição e Sua Vingança
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Capítulo 6

Íris Lisboa POV:

Acordei com a boca seca e um gosto amargo na garganta. A sala estava escura. Minhas mãos tatearam no chão, encontrando o frasco de remédios. Vazio.

Um calafrio percorreu meu corpo. Eu precisava de mais. A maldição estava apertando o cerco. Tinha que ir ao hospital.

Levantei-me, meus músculos protestando a cada movimento. Olhei no espelho. Meu rosto estava pálido, meus olhos fundos. Puxei meus cabelos para cima, tentando esconder a intensidade da minha dor. Não podia parecer doente. Não agora.

Cheguei ao hospital, sentindo-me como um fantasma entre os vivos. O cheiro de antisséptico e doença me sufocava. Eu estava no corredor dos exames quando os vi.

Fabrício e Pâmela.

Ele a segurava pela cintura, e ela ria, uma risada que me perfurou o peito. Fabrício me viu primeiro. Seus olhos se arregalaram. "Íris! O que você está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa?"

Eu forcei um sorriso. "Apenas um check-up de rotina, Fabrício. Você sabe, por precaução."

Pâmela me olhou com um sorriso que não chegava aos olhos. Então, ela colocou a mão sobre a barriga, delicadamente. "Ah, Íris. Não se preocupe tanto. Algumas de nós estão aqui por razões muito mais... significativas."

Meu coração parou. A mão dela, na barriga. Não podia ser.

"Eu estou grávida, Íris," Pâmela anunciou, a voz doce como veneno.

O mundo girou, mas eu permaneci firme, sem mostrar uma única fissura. "Meus parabéns," eu disse, a voz robótica.

Pâmela se virou para Fabrício. "Nosso bebê, meu amor. O herdeiro que o clã Gonçalves tanto esperava."

Eu esperei. Esperei que Fabrício negasse, que dissesse que era uma mentira. Mas ele apenas estava ali, seu rosto uma máscara de choque e culpa. Ele olhou para mim, então para Pâmela, uma batalha travada em seus olhos.

Pâmela riu. "Fabrício estava tão feliz quando soube, não estava, meu Fabrício?"

Fabrício se encolheu. Ele deu um passo em minha direção, como se quisesse me proteger. "Pâmela, pare com isso."

De repente, um pequeno vulto peludo passou correndo pelo corredor. Um cachorro vira-lata, assustado, com o rabo entre as pernas.

Pâmela gritou, agarrando-se a Fabrício. "Tire essa coisa daqui! Que nojo! Ele vai sujar tudo!"

Eu me abaixei, estendendo a mão para o animal assustado. Ele veio até mim, aninhando-se em meus braços. "Calma, garoto," eu sussurrei. "Pâmela, um animal é mais puro do que muitas pessoas que conheço."

Pâmela bufou. "Pelo menos eu tenho um companheiro de verdade. Você, Íris, nem um cachorro consegue manter."

Fabrício interveio, sua voz irritada. "Pâmela! Peça desculpas à Íris!"

"Por quê? Ela sabe que é verdade," Pâmela disse, desafiadora.

Eu olhei para o cachorro em meus braços. Ele me olhou com olhos grandes e confiantes. "Eu te adoto," eu disse, mais para mim mesma do que para eles. "Você é mais leal do que muitos 'companheiros' que conheço."

Fabrício empalideceu. A frase atingiu seu alvo.

"Acho que você e Pâmela devem ir para casa, Fabrício," eu disse, entregando o cachorro para uma das enfermeiras que sorriu gentilmente para mim. "Ela precisa descansar. E você... você tem muito a pensar."

"Íris, por favor, podemos conversar?", ele pediu, a voz quase um lamento.

"Mais tarde, Fabrício," eu disse, dando-lhe as costas. "Tenho um check-up para fazer."

A enfermeira me levou para a sala de exames. "Você está muito pálida, senhora Lisboa. Tem certeza de que é apenas um check-up?"

Eu apenas balancei a cabeça. "Sim. Apenas um check-up." Mas eu sabia que era muito mais do que isso.

No caminho para casa, dei um nome ao meu novo amigo: Leal. "Leal," eu disse, acariciando sua cabeça. "Pelo menos você nunca me trairá."

A maldição se intensificou. Meu peito queimava, minha cabeça latejava.

Peguei uma nova folha de papel. A quarta carta. "Fabrício, o filho de Pâmela... ele é seu."

Meu celular vibrou. Uma notificação. Era uma foto. Pâmela, sorrindo, com a barriga proeminente. A legenda: "Para o futuro do clã Gonçalves."

Uma fúria fria me dominou. A maldição, a traição, a gravidez. Tudo de uma vez. Meu corpo começou a tremer incontrolavelmente.

            
            

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