"Brodie Wilson..." O nome escapou dos lábios de Jonathan, sua voz gélida.
Ele não conseguia entender que dor poderia ter tirado todo o brilho de uma mulher que antes transbordava energia.
O táxi finalmente entrou num condomínio de mansões de luxo, parando em frente a uma casa opulenta.
Jonathan pediu discretamente para seu motorista parar a uma distância discreta.
De onde estava sentado, ele viu Bethany parada diante da imponente porta de entrada, com a cabeça inclinada para trás enquanto olhava para a construção. Nenhuma lágrima caiu, mas a devastação estampada na sua postura era mais alta do que qualquer pedido de socorro.
Depois do que pareceu uma eternidade, ela finalmente avançou, desaparecendo pela porta.
Nesse momento, com um olhar glacial, Jonathan disse, sua voz perturbadoramente firme: "Robert."
"Sim, senhor Taylor?"
"Faça um comunicado. O Grupo Taylor está encerrando todas as parcerias com o Grupo Wilson. Com efeito imediato, cancele todos os contratos em vigor."
Robert Kirk, seu assistente, puxou o ar bruscamente. "Mas senhor Taylor, já investimos mais de 100 milhões..."
"Apenas faça", Jonathan interrompeu, sem lhe dar a chance de contestar. "E até o amanhecer, quero todos os detalhes que puder levantar sobre Brodie e sua esposa, Bethany."
"Entendido."
...
Enquanto isso, Bethany entrou na sala de estar e acendeu as luzes, inundando a vasta e vazia mansão com uma claridade fria.
Não havia sinal de Brodie, pois ele ainda devia estar na casa de Karen.
Sem se instalar, Bethany tirou os sapatos e subiu direto para o escritório de Brodie - espaço que, por respeito, ela raramente pisava.
Olhando para trás agora, seu respeito parecia ridiculamente inútil.
Ligando o computador dele, Bethany foi testando todas as senhas que lhe vinham à cabeça, inclusive a data do próprio aniversário, mas uma após outra todas foram negadas.
Uma risada fria e zombeteira escapou dos lábios de Bethany, que finalmente se deu conta de que Brodie claramente já vinha se protegendo dela há algum tempo.
Em seguida, seus olhos vagaram pelo escritório até se fixarem num cofre compacto num canto - talvez fosse lá que ele guardava o que quer que ela precisasse encontrar.
Enquanto refletia sobre o próximo passo, ela ouviu o celular tocar dentro da bolsa e, ao retirá-lo, viu o nome de Brodie piscar na tela.
Bethany ficou parada por um momento antes de atender, seu tom gelado e indiferente. "Alô?"
"Você já chegou em casa, Bethany? Por que não me mandou mensagem?" A voz de Brodie tinha o mesmo tom suave e caloroso de sempre, mas o fundo estava estranhamente silencioso, sem qualquer barulho de escritório.
"Já cheguei. Só me esqueci", respondeu Bethany bruscamente.
Brodie pareceu perceber a aspereza no tom dela, então caiu no silêncio por um instante antes de prosseguir: "Aconteceu alguma coisa? Você não parece você mesma. Ainda não está se sentindo bem?"
"Estou bem. Só exausta. Vou para a cama", disse Bethany, se aproximando da janela.
"Está bem, então vá descansar. As coisas estão meio complicadas por aqui, então vou chegar tarde. Não precisa ficar me esperando", Brodie murmurou gentilmente. "Não se esqueça de pedir à empregada uma sopa quente. Você não tem se sentido bem, e não quero que pegue um resfriado."
O estômago de Bethany se revirou ao ouvir a preocupação vazia e ensaiada dele.
Para começo de conversa, não era ele o motivo de seu mal-estar?
"Está bem", Bethany disparou, com a voz gélida, e encerrou a ligação, pois não suportava mais um segundo da falsa ternura de Brodie.
Depois de ter sido enganada para doar sua medula óssea, Bethany finalmente reconheceu o homem que ele realmente era.
A velha Bethany, tola e cega de amor, não existia mais. Agora, ela estava determinada a recuperar calmamente tudo o que era dela e fazer com que aquele par de sem-vergonhas pagasse pelo que fizeram.
... Brodie só chegou em casa ao meio-dia no dia seguinte e, antes mesmo de tirar os sapatos, ele entrou de rompante e abraçou Bethany, desesperado.
"Sinto muito, Bethany." Sua voz estava rouca e áspera, desgastada pela longa noite, e cada palavra transbordava um arrependimento falso. "A empresa teve um problema ontem. Fiquei preso no trabalho até de manhã. Sei que voltei tarde. Por favor, não fique chateada comigo, tá bem?"
Nos braços do marido, Bethany apoiou o queixo no ombro dele, desceu o olhar até pousar na gola branca e impecável da camisa - bem onde uma mancha de batom forte e borrada se destacava.
Ela fitou a mancha de batom enquanto o perfume enjoativamente doce, inconfundível fragrância de outra mulher, revirava-lhe o estômago e a ameaçava fazer vomitar.
Bethany zombou em silêncio.
Um problema na empresa? Mais para uma amante que se recusou a deixá-lo ir embora.
Reprimindo a onda de náusea, ela se soltou dos braços de Brodie e suavizou a expressão instantaneamente, enquanto lhe lançava um sorriso ensaiado. "Não estou chateada. Foi uma noite longa - você deve estar exausto. Vá se refrescar. Vou pedir à governanta para pôr a mesa."
"Está bem... A propósito, Bethany, trouxe uma coisa para você." Brodie lhe entregou uma caixa de veludo azul-safira aveludada.
Bethany abriu a caixa com indiferença, encontrando um colar de diamantes que valia uma fortuna, mas as pedras não lhe despertaram qualquer sentimento.
Brodie, sem perceber a frieza de Bethany, presumiu que ela estava encantada. "Gostou? Escolhi especialmente para você. Não há outro igual em lugar algum."
Bethany forjou um sorriso entusiasmado, deixando sua voz transparecer uma falsa gratidão. "É mesmo? Que atencioso da sua parte, querido... Mesmo com sua agenda cheia, você ainda arrumou tempo para me comprar algo especial."
Brodie deu uma risadinha, sem perceber a encenação dela, e bagunçou os cabelos dela com carinho. "Contanto que isso te faça feliz, é o que importa. Estou indo para o banho."
Assim que ele desapareceu escada acima, a máscara alegre de Bethany caiu.
Ela esperou três minutos, só então empurrou a porta entreaberta e entrou, certa de que Brodie já estivesse no banho.
O som da água corrente enchia o quarto enquanto, sobre a cama, a camisa de Brodie exibia a mancha de batom vermelho-impiedoso na gola.
Atenção de Bethany foi captada pela mesa de cabeceira, onde o celular dele repousava, virado para baixo e desprotegido.
Ela se aproximou e o pegou.
A senha continuava sendo a data do aniversário de casamento: Brodie jurara que nunca mudaria, alegando que aquele dia era tudo para ele.
Que piada!
Bethany digitou os números e desbloqueou a tela.
Uma rápida olhada nas mensagens e fotos não revelou nada - tudo muito limpo, quase como se tivesse sido apagado de propósito.
Ela estava prestes a colocar o celular de volta no lugar quando ele vibrou na sua mão, com uma nova notificação aparecendo na tela: "Amor, não estou bem... Está doendo."
Os dedos de Bethany se enrijeceram.
Mas uma segunda notificação piscou, depois uma terceira: "Meu corte está sangrando... Estou morrendo? Preciso de você aqui. Agora mesmo."
Todas as mensagens eram de Karen.
De repente, a imagem surgiu na tela, e a respiração de Bethany travou-se: Karen, completamente nua, montada sobre Brodie numa cena ousada e possessiva.
As bochechas dela estavam coradas, seus olhos semicerrados de desejo e sua clavícula, coberta de chupões. Em volta do seu pescoço havia um colar de diamantes, idêntico ao que ela mesma recebeu de Brodie momentos antes.
A mão de Brodie, com aquele raro relógio Patek Philippe, estava preguiçosamente em volta da cintura de Karen.
Mas o que realmente fez a pele de Bethany se arrepiar foi o fundo da foto: aquela era a sua cama - a cama king-size personalizada que ela mesma havia escolhido para o quarto principal.
Ela reconheceu a iluminação, a decoração, até o livro com a orelha dobrada que estava na sua mesa de cabeceira...
Tudo confirmava a terrível realidade.
Eles já estiveram aqui, profanando seu santuário, perdidos no seu caso imundo!
Bethany mordeu o lábio até sentir gosto de sangue e, sem hesitar, selecionou toda a conversa com a foto explícita, enviando-a para o próprio celular.
O progresso da transferência avançava lentamente: 5%... 10%...
Os olhos dela não se desviavam da tela.
37%... 52%...
Sua pulsação martelava em seus ouvidos, o único som no quarto silencioso.
De repente, ela ouviu o clique suave de uma fechadura e, logo atrás, o som de uma porta se abrindo.