Capítulo 5 O Jogo de Sedução PARTE I – O AMOR DE JEANNIE

Jeannie, parada frente da mansão, não sabendo muito bem o que fazer ou para onde ir. Se sente atordoada e ridícula por ter saído correndo, não tendo enfrentado aquela situação. Delibera se deveria retornar ou se deveria dar um jeito de ir embora dali.

Interrompendo seus pensamentos e dúvidas, alguém a chama:

- Senhorita Jeannie? Sou Arnoldo, motorista do Senhor Liam. Vim para levá-la até sua casa.

Outra voz, chamando em seguida:

- Jeannie, por que saiu correndo? Está tudo bem? O Liam te falou algo desagradável, porque se o fez, se verá comigo. Está indo embora? Vou levá-la. – diz Arthur, ao seu lado.

"Poxa... o que faço? Saio correndo e deixo esses dois perseguidores? Sim, me sinto perseguida. Mas, não sei se será bom para o meu juízo ir embora com o Arthur." – questiona-se Jeannie, muito confusa.

- Agradeço sua preocupação, mas está tudo bem Arthur. Não, o Liam não falou nada de desagradável. Eu apenas, não me sinto muito bem. Ele ofereceu para que seu Motorista me levasse para casa. E, hum, o Arnoldo já estava me levando para casa. – responde com um sorriso forçado, indo em direção ao carro onde Arnoldo, que já está abrindo a porta de trás.

- Mas, tem certeza? Podemos ir conversando. Parar e beber alguma coisa, acho que você está precisando de companhia, parece muito abalada. Tem certeza? Está tudo bem? – insiste Arthur, indo atrás dela.

- Ah, fica para a próxima. Ok? – se despede Jeannie piscando para Arthur, entrando rápido no carro. Logo em seguida, Arnoldo fecha a porta de trás e encara Arthur.

- Tudo bem, então. Vou te ligar. – despede-se, Arthur.

"Hum, certo. Mas, como? Nem te dei meu telefone". – conclui, Jeannie. Neste momento, o que ela menos precisa, é de outro homem lindo e dominante, confundindo seus pensamentos.

- Senhorita Jeannie, boa noite. Sou Arnoldo como já disse e trabalho para o Senhor Liam. - ele acena com a cabeça - Para onde a Senhorita gostaria que eu a levasse?

- Olá, Arnoldo. Como vai? Pode me levar, por favor, até minha casa? – diz Jeannie, explicando o endereço.

Durante o caminho, ela começa a repassar os momentos com Liam, iria relembrá-los várias vezes ainda. Se lembra do medalhão, pega-o entre os seios discretamente, olha a joia demoradamente, e agora se dá conta do dragão ali desenhado, é o mesmo dragão do portão e do chafariz da entrada da mansão, devendo esse ser o brasão da família, como havia imaginado.

Aumentando a curiosidade do porquê ele lhe entregara aquele medalhão tão sofisticado. Não devendo ser nada barato também, sem mencionar o valor sentimental em carregar o brasão da família. Um sentimento inusitado começou a tomar conta dela, aquela sensação maravilhosa de conquistar ou ser conquistada, atingir um objetivo muito almejado, euforia e excitação.

Perdida em seus pensamentos: "Certo, ele fez dois pontos... um pela dança sensual, usando a venda para que eu não o reconhecesse imediatamente, me privando de um dos sentidos, fazendo que aquilo parecesse desconhecido. Certo, foi uma sensação nova e prazerosa para mim. Esse homem, é muito criativo! E, outro ponto, pelo carinho e ternura de seu gesto, pelo medalhão, principalmente, pela forma que ele o colocou em meu bolsinho, não percebi na hora. E aquele beijo, talvez, até três pontos. Ele beija muito bem."

Naquele momento, teve a certeza de que mesmo que não visse mais Liam, guardaria as lembranças desta noite e o medalhão com muito carinho. Da mesma forma que a atitude de Liam a encantou, se sentiu um pouco vulgar, por ter se entregado ali, naquela festa, tão intensamente a um desconhecido, e temia ainda, se ele não tivesse interrompido o momento de que ela não dissesse não a qualquer pedido dele.

Seus pensamentos são interrompidos, por chegarem na portaria de seu prédio, Arnoldo abre a porta de trás do carro, e acompanha Jeannie até a portaria.

- Senhorita Jeannie, aqui está meu cartão, sempre que precisar é só ligar que irei ao seu encontro, para levá-la onde se fizer necessário. Estou a sua disposição. Ordens do Senhor Liam, ele gostaria que ligasse, mesmo quando não achar que precise. Sua segurança é muito importante para ele. – diz Arnoldo estendendo a mão para se despedir.

- Obrigada, Arnoldo. Entrarei em contato, se precisar. – despede-se Jeannie com um aperto de mão, pegando o cartão.

Jeannie entra no prédio e observa Arnoldo entrando no carro, atendendo uma ligação do celular. Questionando-se e ao mesmo tempo, afirmando a si mesma a ligação ser de Liam. Um sorriso interno se forma. Segue para casa.

Liam liga para Arnoldo, está muito preocupado:

- Arnoldo, tudo bem aí? Jeannie, já está em casa e em segurança?

- Sr. Liam, está tudo certo agora. A Senhorita Jeannie, se encontra em casa. Ao saímos o Senhor Arthur, veio atrás dela, para levá-la, mas ela recusou. Também, entreguei meu cartão com o número do telefone, como o Senhor me instruiu.

- Maldito seja! Obrigado, Arnoldo. Pode me passar, por favor, o endereço dela por mensagem?

- Sim Senhor, já estou enviando.

Liam fica satisfeito pela atitude de Jeannie e muito incomodado com Arthur. Teria que deixar as coisas bem claras com ele. Mas, não hoje. A única coisa que queria agora era ir para casa, relembrar dos momentos com ela. Imaginar em como a surpreenderia e planejar o próximo passo.

O interfone toca insistentemente, acordando Jeannie de um sono difícil e como demorou para dormir a noite, rolando de um lado para o outro. "Poxa, quem será essa hora? Droga, são só nove da manhã ainda". – ela se levanta da cama praguejando e com os olhos ainda um pouco fechados.

- Alô, Senhor Walter. – Jeannie, atende ao interfone.

- Olá, tem uma entrega aqui para a Senhora. Posso mandar subir?

- Mas, o que seria? Não estou esperando nada.

- Bom Senhora, tem quatro entregadores aqui. Acho que a Senhora vai gostar. (risos)

"Que estranho, esse homem é sempre ranzinza. Está rindo da minha entrega?" – pensa, Jeannie.

- Tudo bem Senhor Walter, pode mandar subir. – concorda, desligando.

"O que será? Quatro entregadores?" – se questiona.

A campainha toca, Jeannie abre a porta.

- Olá, sou o Chef Antônio, vim trazer seu café da manhã. Onde posso colocar? – diz um homem com um uniforme de Chef, em mãos, uma cesta enorme com um cheiro delicioso.

- Aham... Por favor, ali em cima da mesa Antônio. Obrigada.

Ele entra e coloca a cesta na mesa, saindo com um sorriso.

- Bom dia, vim lhe entregar essas lindas flores! – diz uma adolescente sorrindo. E, realmente, lindas flores campestres coloridas e com um aroma floral e adocicado.

- Aham, por favor coloque na mesinha ao lado do sofá.

- Linda Senhora Jeannie, bom dia! Sou Maria uma Personal Fashion da Guester, estou aqui com alguns vestidos lindos e acessórios. Tenho certeza,

encontraremos algo fantástico para hoje à noite! – diz Maria, entrando com uma arara de roupas, seguida por uma ajudante com outras caixas.

- Bom dia Senhorita, dormiu bem? Vim lhe entregar pessoalmente este envelope, também verificar se tudo está do seu agrado. E, lhe dizer que às 20:00 horas estarei aqui para buscá-la. Posso fazer mais alguma coisa pela Senhorita? – diz Arnoldo, entregando o elegante envelope a Jeannie, e abrindo um enorme sorriso.

"Mas, o que está acontecendo aqui? Ainda estou dormindo?" – balança a cabeça como se aquela situação fosse irreal.

- Aham, não sei nem o que dizer Arnoldo. Não estou entendendo. O que acontece aqui? Isso tem a ver com o Liam? Ele é algum perseguidor, que não deixa ninguém dormir quando quer algo? – questiona Jeannie, cruzando os braços.

(risos) – Não, ele apenas está cuidando da Senhorita. Até as 20:00 horas ,então. – Arnoldo, se despede.

- Querida! Vá se deliciar com este café da manhã digno de uma Rainha! Hoje é seu dia de Cinderela! Assim que terminar sua refeição, direto para o banho... tratamento de pele... e é claro, o vestido perfeito para hoje! – Maria, fala animadamente.

"Hum, hoje? Vou aonde hoje? Esse homem não me dá espaço nem para pensar? Hoje é domingo, quero corujar assistindo filmes antigos com um bom chocolate quente!" – pensa Jeannie, não sabendo com reagir àquela situação inusitada.

Ela se aproxima do café da manhã, o cheiro maravilhoso da comida desperta seu apetite. Estuda atentamente seus itens, havendo frutas exóticas, geleias, bolos, vários tipos de pães, queijos, sucos, café e leite. "Até que gostei bastante". – pensa com a boca já salivando pela refeição.

Depois olha mais atentamente para as flores, não poderia se dizer que eram nada modestas! Flores campestres e coloridas, suas preferidas. Na sequência, repara na arara de vestidos elegantes cuidadosamente ensacados e esticados, discretamente é claro, não quer deixar a falante Maria muito empolgada. E por último, o envelope que segura em suas mãos. Realmente, esse homem sabia como encantar uma mulher, isso nunca tinha acontecido com ela. "Será que ele faz isso com todas?" – surgindo uma pontada de dúvida. "Não, devo ser especial para ele, claro!" – tenta se convencer, deixando para trás pensamentos duvidosos.

Jeannie joga a dúvida de lado. Assim, nota a flagrância amadeirada único de Liam no papel, sentindo na ponta dos dedos a textura do envelope majestoso. Imagina Liam escrevendo aquele bilhete. Abre o envelope e nele, uma caligrafia elegante:

"Minha Jeannie"

"Sim, digo minha Jeannie com um sorriso nos lábios... não consigo esquecer da sensação ludibriante de estar contigo e desejar mais do sabor dos teus lábios.

"Espero que goste dos presentes... e se o impossível existe, ficar mais linda ainda, para mais uma noite inesquecível hoje."

"Com carinho, lábios querendo os teus, e mãos inquietas para tocar teu corpo novamente."

Liam Smith.