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o Romeo que me torturou, o Romeo que me matou
- o gato comeu sua linguá? - ele segurou meu rosto me fazendo o encarar, eu queria fugir, queria escapar de suas garras, mas não conseguia me mover, meu corpo estava paralisado, não conseguia fugir, senti meus olhos arderem em lagrimas e ainda assim não consegui escapar. ele sorriu passando a ponta de sua linguá em minha bochecha ate meus olhos, por onde a lagrima escorreu por meu rosto e cheirou meus cabelos - suas lagrimas são doces. eu gosto de você, olhos dourados como o sol, pele cor de chocolate, cabelos como o brilho das estrelas. você daria uma boa mulher, pena que precisa morrer, Sacerdotisa de Hecate
- Akeylla - Pietro gritou, chamando a atenção de nos dois, ele lançou uma faca na direção de Romeo, porem a faca parou no ar, mas foi tempo o suficiente para mim acordar e com um movimento de minha mão o lancei longe usando telecinese
ele se levantou no ar, porem usando aerocinese, o lancei novamente longe. Romeo rosnou, olhou em volta e em fim percebeu que todos estavam mortos. todos os seus homens. ele me olhou uma ultima vez e fugiu, eu não podia o perseguir, estava ferida e cansada, e precisava cuidar dos feridos também.
todos estavam a salvos, a criança havia parado de chorar e agora, finalmente eu poderia descansar
- Akeylla acorda, abri os olhos a contra gosto apenas para da de cara com Pietro, muito, muito perto de mim. o chutei o afastando e me sentei me limpando - E e assim que se agradece um amigo por salvar sua vida
- uma coisa e me acordar, a outra e ficar em cima de mim assim, estava pedindo um chute - bufei irritada, ele estava perto de mas.
olhei meu corpo, as feridas de flechas e cortes de espadas estavam com unguentos e ataduras, meu sangue havia sido limpo de minhas roupas... na verdade eu estava com outras roupas, roupas leves e novas. uma longa saia rosa avermelhada e uma blusa branca. olhei Pietro furiosa pronta para o acertar um soco
- não fui eu - ele gritou se afastando-se rápido de minhas mãos - foi as mulheres da vila, elas sobreviveram e cuidaram dos teus ferimentos e trocaram tuas roupas, todos os feridos ja foram tratados
- entendo - suspirei aliviada, passei a mão em meus cabelos respirando fundo e olhei em volta. havia alguns homens tapando o buraco que foi aberta. todo o fogo foi apagado e já estavam reconstruindo. enquanto isso algumas mulheres cuidavam dos feridos e enterrava os mortos - que bom que todos estão bem - por quanto tempo estive desacordada ?
com ajuda de Pietro, me levantei e olhei as pessoas, só agora havia percebido que estava dentro de uma tenda improvisada, o chão estava normal, sem fendas buracos, o sangue havia sido lavado. na entrada da tenda havia uma menininha, ela parecia cansada e ferida. Andei ate ela e me ajoelhei, porem me arrependi no mesmo instante. ela não era uma criança comum
Peguei minha adaga mais rápido que pude e tentei cortar a garganta da garota, porem não funcionou, uma força invisível mantinha minha adaga longe de seu pescoço. apesar de muito tentar, não conseguia, uma força invisível mantinha minha adaga longe de seu pescoço, grunhi de ódio, a menina apenas sorriu divertida como se eu estivesse com uma pena perto de seu pescoço e não uma adaga muito afiada. olhei bem para seus olhos cor de arco-ires e suspirei.
- Tudo bem, tudo bem - suspirei irritada parando de lutar contra a força invisível que segurava minha mão, porem, não a tirei do lugar. A menina me olhou meia curiosa por me ver parar de lutar e riu ainda mais como se tudo fosse engraçado em mim
- Achou uma amiguinha Akey? - Pietro pós a mão em meu ombro e com a outra, retirou a faca de minhas mãos e sorriu para mim de forma tranquila e preguiçosa, olhei para seus loucos olhos eme tranquilizei. Pietro tinha um olho azul e um castanho apesar de ser um sacerdote de Hermes.
- qual seu nome ? - perguntei a criança com olhos de arco-ires enquanto saia da tenda, aquele cheiro de pessoas doente e feridas abertas era sufocante.
- Isis - ela disse com sua voz infantil - e você e a Akeylla Sacerdotisa de Hecate, e ele e o Sacerdote de Hermis, vocês são a dupla H
ela riu e girou em seus calcanhares parando com os braços abertos nos olhando, então girou de novo e começou a correr em nossa volta em uma velocidade similar a de Pietro, porem, em suas costas algo que pareciam asas de arco ires balançavam. repentinamente ela parou olhando para o céu, seus olhos arco-ires se entristeceram e ela suspirou.
- não posso mesmo mamãe ? - suas asas sumiram e ela fez bico - desculpa mamãe
- Mamãe ? - Pietro me olhou fazendo careta, apenas ri balançando minha cabeça em uma negativa e baguncei seus cabelos - Okey
- Tudo bem mamãe - A pequena voltou a sorrir e nos olhar com seus grandes olhos atentos - Eu sou Ísis, Sacerdotisa de ires, e um prazer conhecer vocês.
ela fez uma pequena e formal reverencia e seguiu andando em nossa frente, parecia saber muito bem para onde iria
- minha mamãe tem um recado a vocês, e um pedido também - ela virou sua cabeça fazendo seus castanhos balançarem em suas costas - venham, rápido.
Ela simplesmente sumiu deixando um rastro de arco-ires para trás, que logo foi sumindo. Pietro me olhou com uma sobrancelha erguida e sorriu, abri a boca para o repreender porem, ele já havia desaparecido me deixando para trás, sozinha.
- filho da... - respirei fundo, não poderia viajar pelas sombras pois não sabia para onde eles iria, poderia voar, porem ainda estou cansada, não queria usar magia, poderia pedir permissão para Gaia para viajar pela terra... daria muito trabalho, isso gastava muita energia e paciência, coisa que eu não tinha agora
dei de ombros e fui andando, minhas feridas já haviam praticamente se curado. Enquanto andava, observei a pequena vila, haviam exatas 10 casas de madeira, todas destruídas, queimadas. suspirei, talvez eu pudesse ajudar, porem não agora, pois la na frente estava Isis e Pietro estavam diante de um grande buraco o olhando com atenção. era um Malta
- Eles não conseguiram chegar ate a porta, mais e possível ver o resto das escadas - Pietro disse ao me ver chegar - deve ter havido uma avalanche ou coisa parecida e cobriu a entrada, não sei se eles estão vivos, talvez possamos abrir para...
- Não - o interrompi, ele deve ter percebido meu olhar pois não tentou argumentar nem uma vez sequer - Verei se eles estão bem
parei na borda do buraco e pulei dentro, pus minhas mãos no chão e respirei fundo, novamente pedi permissão a Gaia, eu tinha o poder de dominar a terra, mais o território era dela, seria uma falta de respeito de minha parte tocar em seu domínio sem permissão. também queria evitar atrito entre os deuses, mais do que já existia.
logo a visão veio ate mim, pessoas andando de um lado para o outro, crianças rindo e brincando, era um dos maiores Maltas que eu já havia visto, eles tinham uma pequena estufa com vegetais e ate mesmo alguns animais, eu não sabia como era possível, mas estava bem ali. estavam em paz e felizes. nem ao menos deviam saber o que se passava sobre eles
- estão vivos e estão bem, eles estão sobre a proteção de dois deuses, mas não sei quais, creio que não são gregos, talvez orientais. - com um simples salto sai do buraco e ergui a mão para ele, mas Pietro novamente pós a mão em meu ombro
- Você tem certeza? eles precisam saber que a vida aqui fora, que a esperança de uma vida boa
- cheio de mortes e lutas - suspirei passando a mão no rosto e tirando a mão de Pietro de meu ombro - nossa vida aqui e limitada, o que acontecera quando todos nos morrermos de velhice? nem uma mulher aqui pode ter filhos, assim que subimos a superfície, o ar nos deixou estéril, nem uma criança, mesmo apos crescer poderá ter filhos, ninguém terá netos o nem mesmo filhos. estamos todos condenados. a partir do momento em que eles respirarem o nosso ar, a radiação residual da terra fara elas ficarem estéril e se alguma gravida sair dai de dentro, o filho nascera morto ou na pior das hipóteses, a mãe terá que ver seu filho morrer dia apos dia, vendo ele sofrer, e um inferno querer salvar uma pessoa que se ama e não poder, quer cuidar dele, ver seu filho deformado que não consegue respirar, a maioria os mata com as próprias mãos para não o ver sofrer, no ver sua pele se soltar a cada toque, o ouvir chorar om as bolhas que nascem em seu corpo toso, não o ver gritar por apenas se mover
- ikaros - ergui o olhar, finalmente vendo Pietro. ele sorriu para mim e secou as lagrimas que escorriam em meus olhos - esta tudo bem, você pode respirar, não iremos fazer isso
ele saiu de minha frente me dando espaço para poder tapar o buraco, respirei fundo e sorri, com um movimento de minha mão, todo o buraco foi coberto, e com uma simples palavra, uma grande arvore se ergueu no local dando frutos vermelhos, uma macieira
- o fruto do pecado e ? - Pietro riu negando com a cabeça, então ele se virou e viu Ísis tentando pega ruma maça, mas não alcançava, ele riu e pegou uma para a pequenina - aqui amorzinho
- obrigado tio - ela sorriu e se sentou encostada na arvore e começou a comer a maça