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Dois Anos Antes
Todos estavam mortos, todos haviam morrido, eu estava presa em minha Malta com corpos em decomposição. eu havia matado a todos, não havia outra escolha pois os únicos que estavam vivos eram os piores de minha espécie, aqueles que causara o massacre. Após ser escolhida por Hecate, exatos três dias depois eu me ergui contra eles. meu corpo precisava se ajustar a nova forma e ao novo poder, infelizmente quando voltei foi tarde de mais, todas as pessoas que eu queria salvar estavam mortas e só restava aqueles que eu odiava. aqueles que eu queria matar
eu já havia perdido a vontade de lutar, apesar de ouvir a voz de Hecate em minha mente, me incentivando a viver, a resistir, já estava cansada e coberta de sangue. Hecate, havia lhe dado poderes e liberdade, mas presa ali, o que ela poderia fazer com essa liberdade? com esse poder. Dor no coração do rapaz era grande demais, ele apenas queria que sua amiga sobrevivesse, O uivo de uma criatura não identificada tirou Akeylla de seus pensamentos a trazendo de volta a realidade, me ergui atordoada e corri para longe da porta quando a ouvi ranger
me encolhi nervosa, estava no chão sem fôlego, tinha medo de respirar e algo acontecer, mas então a porta se abriu deixando a luz entrar, lentamente me aproximei temendo que algo horrível entrasse, esperei alguns instante e ouvi o grito de alguém, logo em seguida ouvi passos, corri e me escondi atras de uma estante e apenas observei.
o homem andou pela malta com uma lanterna, estávamos sem luz a alguns dias e as velas não haviam sido ligadas pois queimaria o pouco oxigênio que tínhamos. graças a Hecate, eu podia ver no escuro
- Não a nada aqui em baixo, todos estão mortos - ele grito para alguém lá em cima
- eu sinto vida ai, tem alguém vivo, apesar do odor da morte - o silencio reinou antes dele voltar a se pronunciar - se for uma mulher, ponha a mascara nela, para não ser contaminada com o ar daqui, precisaremos dela para o rebanho.
- Okey, mas acho que você já esta pensando muito, não sabemos se e mulher ou homem.
o fogo se acendeu nas mãos do homem que andava em meio aos cadáveres torcendo o nariz, ele afastou um com o pé e suspirou irritado
- eles se mataram, estavam se devorando, deve ter sido um inferno - o homem pareceu analisar tudo com seus olhos atentos - eles ficaram sem comida e depois o frio os afetou os alucinando, começaram matando os mais fracos, idosos e crianças, depois as mulheres
ele olhou um grupo de corpos nus em um canto e suspirou, ele sabia o que havia acontecido ali, apenas com um olhar ele viu toda a dor e desespero
- e o sobrevivente ? - o homem la de cima gritou
- Ela havia sido jogada em meio aos outros mortos, mas se levantou e... esses aqui morreram a facadas a menos tempo que os demais, então ele ou ela os matou, e depois ficou só em meio aos corpos, não conseguiu sair
ele parou e se virou a minha direção e focou em mim como se me visse, com passos cautelosos ele andou na minha direção, me encolhi tentando me esconder ainda mais, porem não tinha conhecimento de minhas habilidades e nessa época não podia me tornar éteria para fugir. com um movimento ele lançou o armário longe e me olhou, gritei de puro terror, e depois gritei ainda mais ao ouvir minha voz, aquela não era a minha voz, não a muito tempo
- ei calma - ele se ajoelhou divagar e ergueu suas mãos, seus olhos eram de um azul estranho, era como o céu que eu havia visto nos livros, um azul forte porem limpo, sem a mistura de outras cores, em toda a minha vida nunca havia visto um olhar como aquele.
- Eu me chamo Lindem, não irei te ferir, vinhemos libertar essa Okya
- Malta - o corrigi, eu sabia que Okya, devia ser o nome da malta que ele veio, muitas pessoas escolhia nomes diferentes, dependendo de sua região do mundo. ele sorriu e estendeu uma mão para mim, olhei bem para ele. Lindem tinha olhos de um azul muito estranho, uma pene negra, mas escura que a minha, cabelos loiros e um sorriso bondoso. o olhando de fora atenta, eu podia ver sua aura, brilhava em tons de amarelo e dourado, era intensa e quente, acolhedora
Ele era do bem, eu podia sentir
com as mãos tremulas, segurei sua mão de forma firme e ele me puxou e me abraçou, passando a mão em meus cabelos. senti as lagrimas arderem em meus olhos, a dias que não sentia o toque de uma pessoa viva, o aroma de terra em suas vestes, e o cheiro de suor em sua pele, era a coisa mais deliciosa que eu ja havia sentido em minha vida. Ele esperou de forma paciente ate que as lagrimas secassem e minha respiração se acalmasse.
- Esta tudo bem meu anjo, tudo ficara bem - ele passou a mão em minhas costas e me afastou um pouco. ele olhou bem para mim e seus olhos se arregalaram - Você e... ? tudo bem, se estava aqui, você e nova nisso, eu irei te ajudar meu pardal.
- Obrigado - passei a mão em meu rosto enxugando as lagrimas. ele me ajudou a ficar de pé
- Irei colocar uma mascara em seu rosto, o ar la em cima deixa mulheres estéril, não podemos deixar você respirar ele, confia em mim ok
Ele foi colocar a mascara em meu rosto, mas segurei sua mão e neguei com a cabeça, olhei para o monte de corpos e sorri de forma triste negando novamente. Lindem me olhou por alguns segundos e então concordou com a cabeça e guardou a mascara em seu sinto. ele se ergueu e me ajudou a me levanto.
- Vamos, irei ajudar você a se libertar deste antro de morte pequeno pardal
divagar ele me levou ate a entrada, era um túnel para cima com uma escada e uma escotilha no topo, porem agora ela estava aberta e a luz do sol brilhava radiante e convidativa. Lindem me pegou nos braços e saltou, em poucos segundos estávamos ao lado de forma e eu fui bombardeadas por um ar.
A luz era ofuscante e doía em meus olhos. O ar era frio do que dentro de minha malta, Lindem teve que me cobrir com seu grosso casaco negro, ele pós algo duro em meu rosto, que cobria meus olhos e diminuía a luz e me permitia ver o ambiente melhor
- Eu mandei colocar a mascara nela droga, precisávamos dela pura e bem para procriar, assim ela e inútil
Lindem olhou seu amigo de forma tão seria, que eu me assustei, nunca pensei que aqueles olhos pudesse ser tão severos. seu amigo engoliu em seco e se calou, ele começou a pegar suas coisas e se virou para sair.
- não ligue para ele pequeno pardal, e apenas um mal amado.
- penso apenas na sobrevivência de nossa espécie, ai você trás mas alguém pra nos termos que alimentar e proteger
- Ela ira ajudar não se preocupe, e se for mal educado com ela novamente, irei cortar sua linguá - ele me arrumou e pós uma bolça em minhas costas e segurou em minha mão e nos seguimos o homem mal humorado.
- Você não pode ver um rostinho bonito em - ele parou e me olhou de cima a baixo - apesar de eu não ver nada de muito bonito nela, esta toa suja de sangue e... deuses, espero que isso seja sujeira. vamos achar um lugar bom para ela se arrumar
- Esse e o Thiago, não liga para ele, ele e mal humorado mesmo, saiu da Malta dele a três anos e se traumatizou, agora tem medo ate de respirar sozinho, então agora viajamos jutos, se você quiser pode viajar conosco, pelo menos ate você aprender sobre esse mundo
- A Radiação não vai nos matar ? - perguntei com a voz rouca
- ela e quase inexistente, porem mesmo sendo fraca ela ainda pode fazer mal, a alguns lugares que são mais radiativo do que outros, aprendemos na marra a como nos proteger
eles me levaram a uma cachoeira, infelizmente eles disseram que eu tinha de ser rápida pois estávamos longe do lugar seguro, apos falar isso, saíram para me dar privacidade, Lindem apenas me alertou, se eu não soubesse nadar, para não ir muito fundo e tomar cuidado pois eu poderia me afogar.
Então segui na direção da cachoeira, cada passo eu adentrava ainda mais na floresta, afundando na água fétida e coberta de lodo do local, as árvores ficavam cada vez mais retorcidas e cobertas de musgos, suas raízes grandes pareciam formar uma gaiola de baixo das pobres árvores, seus galhos já não havia mais folhas e sim um lodo com cheiro adocicado o ar antes limpo se encontrava coberto de uma névoa escura e um cheiro forte de água suja. O chão irregular coberto de musgo e lama escondia algo. Ao olhar para cima, não se podia ver o céu. Parecia que a luz não se atrevia a entrar naquele local. Em seu caminho, hora ou outra eu ouvia um movimento, via um vulto, mas se manteve firme.
eu podia ouvir o som da água um pouco longe, na direção oposta a que eu estava indo, porem estava sendo atraída, era algo irresistível, e a medida que me distanciava da cachoeira me afundava em um pântano fétido. Ainda um pouco sam de meu juízo, Comecei a marca as arvores com minhas próprias unhas e tentei focar em algo. Mas o medo ainda fazia suas mãos tremerem, a nevoa branca sobre a água e chão, impossibilitando uma visão nítida do terreno. Eu tentei respirar fundo mais o odor fétido quase deixava a impossibilitada de respirar. Eu parei um pouco de andar e fechei meus olhos.
Precisava pensar em alguma outra coisa para poder andar e agir ou o medo a paralisaria. Talvez pensar em meu passado. Sua avó que lhe ensinou tantas coisas que ela pensou ser desnecessário ou só uma maneira de manter ela quieta e calada em sua malta. Mas agora se via usando esses conhecimentos. Ou em Romeo, o homem que violou seu corpo e a cortou, a feriu e a desonrou, a pessoa que ela mais odiava e que ela teve o prazer de matar e que ela mataria novamente se pudesse, mas ela viu o corpo dele apodrecer e sabia que Romeo apodreceria no inferno. e agora ela vivia, usava tudo o que aprende em seus anos de estudos na malta, era algo gratificante e amedrontador, era assustado e incrível, lhe deixava eufórica.