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Enquanto andava seguia pensando. Em sua Malta era completamente proibido estudar qualquer sobre o passado do mundo ou religião, mas eu conseguia fazer isso escondida por anos, ou estudar sobre os seres místicos. Nosso líder alegava que vivíamos em uma nova era, uma era de simplicidade e aprendizado e que estudar coisas do passado era como regredir ou nos arriscar a cometer o mesmo erro do passado.
As poucas vezes que eu pode estudar com minha avo em um lugar aberto, era apenas sobre agricultura e ambas aproveitaram para procurar pelo motivo da destruição do mundo, Sua Avo sabia que não iriam encontrar tudo o que queria saber, mas eu mantive as esperanças até não as tela mais. Ela lembrava nitidamente todas as vezes que chorou por livros, que brigou com sua avó por mas aprendizado, sua avo era muto paciente e apenas ria e contava lendas antigas sobre os deuses, toda a malta gostava de ouvir, e foi assim que os deuses entraram na malta.
- A vamos, era apenas para você ir para a cachoeira, mas esse cheiro era tão gostoso, doce e hipnotizante - suspirei
Não demorou muito e um grito foi ouvido ao longe em meio as arvores retorcidas chamando a atenção da menina. Um grito de pavor. Sem pensar duas vezes eu corri o mais rápido possível, seguindo os gritos desesperados. Era difícil localizar os sons em meio aquele lugar, os sons parecia ecoar por todos os lugares, tudo parecia girar. Eu parei
por um segundo tentando me localizar, de onde aquele som vinha, ela fechou os olhos respirando fundo e apurando sua audição. o odor doce chegou até mim ainda mas forte e então eu pude.
Ouvir em fim de onde vinha o som. A menina sorriu e correu ainda mais, o aroma doce se intensificava ainda mais a cada passo que dava mais não era aquilo que iria a parar. A menina seguiu correndo. Parando apenas quando chegou ao local e se deparou com uma das piores cenas que já havia presenciado. Sua vontade era correr para o lado oposto e fugir, mas ao olhar novamente.
Eu pós a mão na boca de espanto quase vomitando com a cena. Uma mulher agonizando, ela gritava e chorava pedindo por ajuda enquanto era engolida por uma planta carnívora gigante, a mulher batia nas bordas da planta que já havia engolido suas pernas, a mulher se retorcia loucamente. Ikaros estava quase vomitando, o aroma doce intensificado apenas piorava a situação a deixando atordoada. Mas ainda assim sabia que precisava salvar a mulher. Sem pensar duas vezes ela correu na direção da planta e agarrou as bordas que seguravam as pernas dela, mas algo estava estranho, não tinha bordas, era como se as pernas e a planta ouvesse se fundido em uma só. O aroma parecia ter se intensificado ainda mais deixando a garota zonza, ela seguiu puxando e arranhando mais não adiantava. Ela estava tão desesperada puxando as abas da planta que não percebeu, a mulher havia parado de gritar e de se retorcer.
Uma memória a atingiu com força afazendo parar. Sua avó uma vez falará de uma planta, uma mulher planta na Verdade, qual era o nome? A garota não lembrava, o cheiro havia aumentado e ela já não enxergava com exatidão nem pensava mais direito, tudo havia escurecido, o chão já não estava mais sobre seus pés. Lagrimas escorreram de seus olhos quando enfim ela percebeu mas já era tarde demais. Mãos a seguraram com uma força sobre humana, com dificuldade ela ergueu a cabeça e olhou para a mulher que agora sorria, seus olhos brilhavam em um verdes florescente. A garota tentou a soltar mas o corpo da mulher era grudento, e ela já não tinha mais força em seus braços. A mulher a apertava ainda mais prendendo sua respiração, era possível ouvir seus ossos estalarem com o aperto. A garota gritou e tentou bater na mulher mas não adiantou. Em fim a resposta surgiu em sua mente como um passe de magica, Duvessa, a mulher planta, ela estava no meio de Duvessa, a água e a neblina encobria sus grandes pétalas, era o truque que ela usava. E agora ela precisava sair antes que a mesma se fechasse e a prendesse lá dentro. Uma vez fechada ela nunca mais abria.
A menina tentou fazer chamas aparecerem em suas mãos. Mas não conseguia se concentrar. Não conseguia enxergar. O aperto de Duvessa ficava ainda mais forte ela já não conseguia mais respirar. Pontos negros começará a surgir em sua visão, mas ela ainda pode ver as pétalas verdadeiras de Duvessa se fecharem a sua volta. Seus pés começaram
A formigar, ao olhar para baixo ela pode ver um líquido esverdeado com cheiro de vômito começar a encher a planta
A garota se desesperou, tentou se lembrar o ponto fraco de Duvessa mas sua mente estava enevoada ainda, a única coisa que ela conseguiu pensar era que, se fosse Lindem, ele saberia o que fazer. Ele sempre soube, pelo menos era o que parecia. Naquele momento, parecia que nada na vida dela havia mudado, que ela ainda era aquela criança e que nada poderia fazer, apenas morrer agonizando.
Ela ia morrer
O aperto de Duvessa se desfez quando a garota parou de resistir e finalmente a menina pode respirar, mesmo sendo estranho ter passado todo aquele tempo sem respirar. Ao se ver livre ela tentou enforcar a mulher mas sabia que aquilo não adiantaria, Duvessa não respirava como humanos mas sim como uma planta
Eu me amaldiçoei por não ter uma adaga, mesmo não mesmo com tudo que havia acontecido. A água agora se encontrava em seu joelho e sua pele não parava de arder e doer. Estava sendo corroída. Talvez um feitiço, ela deveria pensar em um feitiço, mas como o faria, qual usaria? ela era a sacerdotisa de Hecate, não podia morrer, não podia desistir, não de novo.
Dormir, a Duvessa dormia, mas apenas durante a noite, é o fazia fechada, quando morria a mesma também se fechava e não se abria, uma forma de preservar a semente de dentro. Não teria feitiço no mundo que resolvesse isso... mas é se não fosse um feitiço, mas algo mais simples. Mas talvez fosse tarde demais. a água chegou ao pescoço da garota, ela puxou o ar e prendeu a respiração quando a água a submergiu completamente, seu corpo inteiro formigava. A menina bateu contra as grandes pétalas de forma desesperada ais não adiantava, estava completamente escuro, ela estava em um lugar fechado e escuro repleto de um liquido estranho que corroía sua pele. Ela estava dentro de seu pior pesadelo. Tentava pensar rápido mais o desespero não conseguia. Seu pulmão queimava seus olhos ardiam, seu corpo ficou pesado, ela já não conseguia mais mover seus membros. Não conseguiu pensar em mais nada, sua mente estava inebriada, só ouve um único pensamento em sua mente. Algo mais parecido como um sussurro que vinha do fundo de sua mente "Hecate" deixando a inconsciência a dominar.
Ela deixaria que a morte a levasse. Não tinha motivos para lutar. Havia perdido tudo, estava em um mundo difícil. Talvez fosse o melhor a se fazer. mas um sussurro surgiu em sua mente, uma voz delicada e calma que ela conhecia bem, essa voz chamava seu nome, e pedia que ela lutasse e que ela vivesse, ela precisava lutar pois essa voz pedia, então o sussurro virou um grito a fazendo abrir seus olhos, a enchendo de uma coragem e uma vontade de viver que parecia ter vindo de outra pessoa. Como uma onda de adrenalina direto em seu coração
Ela não se deixaria abater ainda. Ela era uma bruxa, e não iria se deixar abater agora. Ou o pai dela a mataria na próxima vida. Ela se concentrou o máximo que podia em seu corpo, no calor natural que ele emanava e imaginou que esse calor crescia cada vez mais. Seu corpo começou a irradiar uma aura avermelhada, a água começou a borbulhar e se aquecer, a flor se retórica, eu tentei me aquecer ainda mais usando toda a energia que tinha.
As pétalas se abriram derramando a água e levando a garota junto à fazendo cair no chão, a garota tossiu e puxou o ar e tentando se arrastar para longe mais. Um estalo a fez olhar para trás, a flor se fecharia e só abriria para pegar outra vítima, com mais força de vontade do que ela sabia que tinha. A menina se ergueu e aos tropeços ela correu e arrancou o galho de uma arvore próxima. Correu até Duvessa, ates que a mesma se fechasse e acertou a parte pontiaguda do galho onde a mulher e a as grandes pétalas conectavam-se, a menina lembrou da aula de sua avó, aquele era seu ponto fraco, a criatura gritou de dor, uma seiva Verde escorreu do local, a mulher planta a olhou uma última vez e Caiu ao chão perdendo seu tom de pele Branco para um Verde pálido, Ikaros se deixou cair no chão ofegante, quanto tempo perderá ali? Parecia que havia passado uma eternidade. O aroma doce diminuía cada vez mais, sendo levado pelo vento. Duvessas tinham gandulas que produziam um aroma doce, quase hipnótico que confundia aos sentidos, ajudava a atrair as vítimas, como moscas no mel.
Ainda cambaleando, ela se levantou para ir. Mas antes, voltou e recolheu algumas coisas, uma pétala de Duvessa, um pouco de sua seiva e agora sem o efeito do gás que a planta emanava ela podia ver melhor, sua pele branca tinha marcas de folhas, no Alto de sua cabeça, o que antes parecia um fio de cabelo fora do lugar agora se revelava um galho com uma semente, eu a peguei e guardei, com tudo em bolsa ela volto a seguir para as profundezas da floresta. A menina seguiu andando e se apoiando nas arvores, as vezes ela tropeçava em raízes longas, outras vezes segurava em falso e caia na lama. Sua pele ardia mais respirando fundo, a menina seguiu correndo. A menina correu por minutos até chegar a um pequeno lamaçal, no meio dele havia o tronco retorcido de uma grande árvore tombada coberta de musgo, lá dentro ela pode ver algo, na verdade ficava além do lamaçal.
corri o mais rápido possível atravessando o lamaçal, quando finalmente atravessei o lamaçal e corri mas uns cinco metros, dei de cara com a cachoeira, sorri e pulei na água me lavando. estava aliviada e cansada.
Ouvi ao longe o grito de Lindem me procurando, não sabia a quanto tempo eu havia desaparecido, mas nesse momento eu precisava me limpar, então tirei toda a roupa a jogando fora... na verdade do que restou das minhas roupas, e comecei a me limpar
umas um movimento atras de mim me fez virar de uma só vez, então eu dei de cara com uma criatura humanoide de pele cinza e meio esquelético, parecia derretido e enrugado, era assustador, tinha dentes grandes e negros, e saia algo negro de sua boca, seus olhos eram brandos leitosos e eu não sabia se podia me ver ou não.
ele se virou em minha direção tentei correr porem algo me acertou, uma picada em minhas costas, senti o sangue escorrer e o frio invadir meu corpo. a ultima coisa que vi antes de desmaiar foi os olhos de Lindem desesperado vindo em minha direção.