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Olhando profundamente para ela, o jovem permanecia recostado sobre a cama com as mãos atrás da cabeça. Ignorando totalmente a presença de Matthew ele observava-a descaradamente de cima para baixo. Absorvendo todos os pormenores, um meio sorriso estava preso pelos seus dentes. Ele estava visivelmente divertido com o sucedido. Incomodada com o seu olhar, ela tentou falar algo, algo que o fizesse entender que esse tipo intenções não eram bem-vindas. Mas, como poderia exigir algo quando ele havia acabado de ver todo aquele cenário? Era mais que embaraçoso, era algo pessoal e privado.
Nunca se lhe ocorreria fazer lago do género de soubesse que ali estaria um possível companheiro de quarto. Rompendo todo o silêncio e tensão presentes no dormitório, Matthew ao fim de um tempo falou.
- E tu quem és? - Ele pergunto friamente, a sua voz nada se parecia à que ela conhecia. O homem doce de à momentos atrás havia desaparecido, agora áspero e rude Matthew permanecia na sua frente como um muro de aço protegendo-a. Igual a um macho alfa a defendia. Ao contrário do que ela pensava, o seu suposto companheiro de quarto não se intimidou, exibindo um sorriso simulado. Ele apresentava-se divertido com toda a situação.
- Porque não lhe perguntas a ela? - Respondeu friamente. Jessika não acreditava no que ele a estava a meter, ela não sabia de todo quem ele era. Nem sabia que o ia encontrar ali. Olhando para ela Matthew aguardava por uma resposta. O olhar sedutor de outrora desaparecera dando lugar a um olhar frio e ameaçador. Engolindo em seco ela procurava a resposta adequada, a expressão dura de Matthew não ajudava em nada. E ao contrário da pessoa que estava com eles ela sentiu-se realmente intimidada.
- Eu... - Ela hesitou, e gaguejou. - Eu não sei. - Falou por fim olhando nos seus olhos na esperança que ele visse a verdade.
- Como não sabes? - Matthew questionou de imediato. - É óbvio que ele vive aqui. - Ele apontou para o espaço. Agora ele parecia irritado com ela, e isso assustava-a. Como poderia ele estar irritado com ela, com algo que ela não conseguia sequer controlar? - Não me tentes enganar! Eu não sou parvo nenhum! Bem que me pareceu fácil demais!
- Pelo amor de Deus! - Ela gritou descontrolada. - Como podes achar que isto é culpa minha?
- Esquece! Não tenho tempo para estas merdas! - Abrindo a porta com brutalidade, Matthew saiu deixando-a ali, com as poucas roupas a tapar o seu corpo. Sozinha e humilhada viu a porta fechar num estrondo ensurdecedor, ela estremeceu. Passando a mão pelo cabelo nervosa, ela não podia acreditar no desfecho daquele dia. Nada lhe fazia prever um desfecho desses, apressou-se a vestir a roupa e encarou o colega de quarto assim que ele falou.
- Bem! Isto é melhor do que ir ao cinema! - Exclamou divertido. - Sabes enquanto aguardava a tua aparição. Eu imaginei como serias e a forma como te surpreenderias quando me visses aqui. Obviamente, eu sabia que eras mulher, todas estas merdas só poderiam ser de mulher. - Levantando-se num impulso ele colocou-se em frente a ela. - Mas nunca pensei em presenciar um drama como este. És mais assanhada do que eu alguma vez poderia imaginar. Diz lá... És assim sempre?
- Não te metas na minha vida! Não fales! Não respires! E não me incomodes! - Agressivamente ela cuspiu. Essa pessoa era absolutamente irritante. Desviando-se dele ela foi interrompida uma e outra vez. - Tu... Sai da minha frente!
- És sempre assim tão nervosa? - Ele questionou. Nervosa? Ela estava para além de nervosa, ela estava furiosa! Ela ainda nem o conhecia e já nem tinha vontade de o conhecer. Empurrando-o para o lado com fela dirigiu-se para o seu lado do quarto. Ela precisava de tempo para pensar, e colocar as ideias em ordem. Tudo o que havia acontecido era uma imensa confusão, carregado de altos e baixos aquele dia tinha acabado por ser um pesadelo. Deitando-se sobre a cama, virando as costas para o ser mais idiota do mundo, controlou a vontade de chorar.- Sabes... nós poderíamos começar de novo. - Ele sugeriu. Determinada a ignorar tudo o que ele dissesse, ela não respondeu. Ele acabaria por desistir, pelo menos ela esperava por isso.
Ignorar é sempre o melhor remédio.