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Essa minha vida dupla às vezes me fazia querer rir. Semana passada a esse horário eu cortava dedos fora e ameaçava capar um sujeito à sangue frio, hoje estou em meu escritório tomando uísque enquanto analiso papeladas da boate e reviso tudo para uma reunião com os funcionários. Seria cômico se não fosse tenso pra caralho. Após assinar a última folha de papel terminei os relatórios gerenciais, então levantei da minha cadeira me aproximando da parede de vidro para espiar a pista.
A casa está cheia como de costume, sempre muito movimentada, o que tem sido ótimo, inclusive Dom e eu estamos pensando em abrir uma unidade em Las Vegas, mas por hora é apenas um projeto que ainda iremos estudar com calma. A Codec é como meu plano B, se tudo der errado, ao menos ainda terei dinheiro e creio que Dominic pense da mesma forma, pois sempre é tão empenhado com os negócios quanto eu. Não que minha vida financeira seja de se preocupar, afinal sou também herdeiro da vinícola Toscana, mas gosto de ter meu próprio dinheiro. Além do mais, não é algo que eu esteja totalmente envolvido, às vezes dou uma sugestão ou outra, quando há clientes no país sou responsável por realizar as reuniões, mas Lia e Vitto são mais ativos na empresa. Vitto é nosso irmão mais velho, tem trinta e seis anos, desde muito cedo é envolvido com os negócios, principalmente depois do acidente do nosso pai. Ele acabou se tornando CEO com vinte e cinco anos. O que o impossibilitou de aproveitar sua juventude, ele é tão sério quanto nosso avô, totalmente centrado, controlador e cara de poucos amigos, bem mais do que eu. Já Giulia, nossa caçula tem vinte e nove anos e é diretora de projetos, ao contrário de Vitto, Lia aproveitou bastante antes de cair de cabeça na vinícola, fez faculdade em Harvard e voltou de lá com o diploma e um filho. Noah. Ele é o ser mais lindo desse mundo, sou completamente apaixonado por ele. Não apenas por ser seu tio, mas também seu padrinho. Claro que no início todos ficamos muito surpresos por Lia aparecer com um menininho de dois anos dizendo que era seu filho, sendo que nem sabíamos que ela estava grávida, mas percebemos que ela precisava da família e não de um bando de gente lhe dando sermão, estava bastante fragilizada. Ela nunca nos falou sobre o pai de Noah, com o tempo deixamos também de perguntar. Conforme observava o jogo de luz e as pessoas dançando, meus olhos foram atraídos pela imagem de Aby, como se ela se destacasse de alguma forma em meio a multidão. Não passou despercebido a ânsia de tê-la, e apesar de saber que eu não deveria, uma força maior me arrebatou. Ela está exatamente no mesmo lugar de sempre, com sua amiga Victoria e um cara que já vi outras vezes com elas, ainda assim, um incômodo me atingiu dando-me uma alfinetada no peito. Imaginei que talvez pudesse ser um namorado. Bom, uma mulher como ela não deve ser solteira, não que isso tenha algo haver comigo, porque não tem. Não tem importância alguma pra mim, tento me convencer, falhando miseravelmente, pois pensar em Aby com alguém me deixa tenso. Tento ignorar meu incômodo, mantendo-me atento a forma como ela está dançando agora, já vi esse estilo de dança algumas vezes por alguns brasileiros que frequentam a boate. Funk. Na verdade, desde que começou a surgir muitos brasileiros frequentando a Codec tem tocado muito som brasileiro, principalmente o funk, eu particularmente gosto é animado e bastante sensual, gosto ainda mais de ver como Aby domina a coreografia, rebolando de uma maneira que faz minha boca secar e algo se agitar lá embaixo.
Onde ela aprendeu a fazer isso?
Estou literalmente de boca aberta e sem piscar admirando seu corpo, aliás, não apenas eu, outros homens estão igualmente impactados pela beleza e desenvoltura na dança. Ela não dá atenção a nenhum deles, no entanto, exceto... um cara que está a pelo menos cinco passos dela encarando-a descaradamente e pelo que observo ela também está dando mole. Isso me irrita e sem nem ao menos me dar conta estou descendo os últimos degraus da escada me aproximando do bar e do cara. É o merda do Logan. Apertei os olhos demonstrando meu total desagrado de vê-lo perto de Aby, como esperado minha atitude parece ter o efeito desejado, pois quando faz menção de se aproximar eu movo a cabeça em negativa fazendo-o recuar, contudo para a minha surpresa ela ameaçou ir ao encontro dele, mas antecipo-me rapidamente dando um passo à frente ficando em seu campo de visão cogitando ganhar a atenção dela, é exatamente o que acontece, Aby me vê é vem em minha direção com um sorriso travesso brincando em seus lábios. Durante todo o tempo em que conversamos tentei me convencer de que não queria fodê-la até dizer chega. Tentava me lembrar a todo custo que quando ela está aqui dentro é minha responsabilidade. Precisava estar atento e mantê-la segura, mas a cada vez que ela abria a boca ou se movia ficava mais difícil para mim controlar a porra do tesão. Agora, por exemplo, após tentar me esquivar de suas investidas de tudo que é jeito, ela me encurralou. Sem saída decidi ceder ao seu apelo. Não quero que Aby pense que tem algum poder sobre mim. Preciso mostrar que eu não tenho interesse nela, o que é uma verdadeira ironia já que neste exato momento meu pau está tão duro que poderia facilmente furar meu jeans.
- Então, se você acha que sou uma menina e não tenho a menor chance com você, vem dançar comigo, não será nada demais - lançou as palavras sobre mim. Encarei seu rosto por algum tempo concordando, meio que contra minha vontade
- Tá bem, vamos dançar então.
Seguimos para a pista lado a lado parando bem perto de seus amigos que pareciam transar a seco no meio do salão. Os observei por alguns instantes, mas logo minha atenção foi capturada por Aby que me deixava mais tenso cada vez que começava a rebolar a porra daquela bunda lentamente. Pegou-me de surpresa quando colocou a mão em meu ombro chegando mais perto do meu corpo.
Estou fodido pra caralho agora, nem consigo me mover, mas a diaba parece querer acabar comigo pois pegou minha mão depositando em sua cintura - Pode colocar sua mão aqui Ben eu não mordo, a não ser que você queira - disse me fazendo engolir em seco. Santa merda!
Eu estava em uma sinuca de bico, se ela continuasse roçando em mim daquele jeito logo iria notar o quanto eu estava excitado e como se captasse a porra do meu pensamento Aby girou seu corpo descansando suas costas em meu peitoral. Sua bunda estava encaixada em um lugar muito perigoso e aquilo já estava passando dos limites.
- Que porra está fazendo? - perguntei em seu ouvido, mas ao invés de se afastar a filha da mãe colou ainda mais nossos corpos esfregando a bunda em mim
A medida que a música tocava íamos nos aproximamos sincronizados, por instinto acabei puxando-a pela cintura fazendo com que esfregasse ainda mais a bunda no meu pau que pulsava entre nós ficando cada mais duro, virando seu corpo de frente para mim, a safada me encarou com um sorriso no rosto dizendo perto do meu ouvido - Olha só, pelo visto não sou tão menina assim né Ben?!
Figlia di puttana!
A filha da mãe desceu o olhar descaradamente para a frente da minha calça mordendo o lábio inferior deixando o clima entre nós ainda mais quente. Irritado pelo que ela estava me fazendo sentir olhei em seus olhos friamente tentando reverter a situação - Isso não quer dizer nada, eu sou homem. Até quando acordo estou de pau duro - disse rispidamente porém, ela pareceu não acreditar em uma só palavra e mais, pareceu está disposta a provar seu ponto, pois aproximou o nariz do meu pescoço inalando o cheiro desgraçadamente, os arrepios que a garota me causou transitarem por todo meu corpo. Eu precisava sair dali o quanto antes ou faria uma grande merda.
- Já teve sua dança, agora se me dá licença tenho coisas a fazer - desvencilhei-me de seu agarre antes que ela tivesse chance de qualquer outra coisa e a deixei sozinha na pista de dança
Maldita seja.
Sim, eu literalmente fugi de uma garota de vinte anos e me escondi em meu escritório como um adolescente idiota. A cólera atingiu-me por eu não poder fazer exatamente o que eu queria. Essa garota está me matando e o fato de ser terreno proibido está tornando tudo ainda mais tenso e fodidamente mais excitante. Eu só preciso provar cada centímetro do seu corpo e me enfiar dentro dela até o desejo se esvair de mim. Peguei a garrafa de uísque sobre o balcão enchendo meu copo. Quando tomei o primeiro gole o líquido âmbar desceu rasgando pela minha garganta causando uma dormência bem vinda, tentei colocar a cabeça no lugar. Melhor parar de observá-la, ao menos por hoje, já estou de bolas roxas. Está foda pra caralho. Voltei a mergulhar no trabalho tentando dissipar as imagens de Aby da minha mente. Por algumas longas horas meu esforço funcionou e ainda consegui adiantar muitas coisas, balanços e pagamentos da semana, tudo para ocupar minha mente. Havia me desligado totalmente de tudo terminando exatamente dez minutos antes da boate fechar. O pessoal da limpeza concluía tudo quando desci despedindo-me de Angelina que fechava o caixa. Porém, a grande surpresa veio quando saí da boate seguindo em direção ao estacionamento, Aby estava na calçada com o celular em uma mão e a bolsa na outra parecendo meio perdida.
Só pode ser brincadeira. Porra.
- O que faz aqui sozinha? É muito perigoso esse horário - perguntei assustando-a sem querer. A garota deu um pulo arregalando os olhos em minha direção
- Puta que pariu!!! Você quase me matou de susto
- Desculpe, não foi a minha intenção. Mas, o que faz aqui ainda? - insisti tentando entender que porra estava acontecendo
- Estou com problema para chamar Uber e não vim de carro hoje
Não brinca. Essa garota não tem noção do perigo mesmo, se ela soubesse que tem gente querendo a cabeça dela, será que iria vacilar desse jeito?! Pensei irritado, sabendo que não me restava outra opção
- Vem comigo eu te levo pra casa
Porra!! Era tudo que eu não queria, ficar sozinho com ela. Puta.Que.Pariu!!!
Andei em direção ao estacionamento com Aby me seguindo, quando parei em frente a Harley Heritage Classic ela me olhou confusa perguntando - Qual é o seu carro? - confesso que senti vontade de rir de sua ingenuidade mas me segurei respondendo calmamente - Meu carro está na garagem em casa, quase não uso - ela franziu as sobrancelhas parecendo ainda não ter compreendido
- Então, como vai me levar em casa? Iremos de Uber ou algo assim? - agora não consegui segurar o riso e soltei uma gargalhada alta
- Não, Abigail não iremos de táxi ou qualquer outra merda - peguei o capacete entregando a ela
- coloque o capacete e suba na moto
- O quê? Co-como assim moto? - ela abriu e fechou a boca várias vezes parecendo nervosa, eu apenas a observei
- Esta moto - apontei - eu irei te levar em casa com ela, pois como disse não costumo sair de carro. Agora coloca a porra do capacete e sobe aí
Me acomodei dando a partida, enquanto esperava pacientemente que Aby decidisse subir, mas percebi que ela nem mesmo havia colocado o capacete.
- Vem cá, eu te ajudo - puxei-a para perto fechando a proteção em sua cabeça e ajudando-a a subir em minha garupa, ela sentou-se meio desajeitada, totalmente afastada de mim a ponto de cair da moto
- Acho melhor você ficar mais perto de mim e se segurar, pode colocar as mãos em torno da minha cintura para não cair quando sairmos - disse. Aby aproximou-se trazendo seus braços em torno de mim, meu corpo se agitou com o calor do seu quando senti sua respiração quente em minhas costas
- E então onde você mora?
- Eu...Boulevard - disse quase inaudível
- Não precisa ficar com medo, eu irei devagar. É só se segurar em mim - tentei acalmá-la
- Tá bom
Acelerei saindo do estacionamento seguindo para nosso destino, as ruas estavam calmas e um vento frio circulava sobre nossa pele, lembrei- me de que deveria ter pensando nisso e ter dado minha jaqueta para protegê-la do frio, parei mais adiante fazendo isso. Tirei a jaqueta e entreguei a ela - Veste isso, está frio pra caralho
- Mais e você?
- Já estou acostumado
Aby vestiu a peça voltando a se atracar em mim agora encostando a cabeça em minhas costas enquanto seguíamos viagem, alguns sinais nos forçando a parar, quando nos aproximávamos da Boulevard senti as gotas de chuva sobre meus braços, nem sequer deu tempo de pensar, a chuva já começava a cair forte sobre nós. Ela me apertou ainda mais.
- Como já estamos perto não vou parar tudo bem? - perguntei a ela. De qualquer forma já estávamos próximos de sua casa e eu não me importava com a chuva, até gostava, na verdade.
- Tudo bem - concordou
Quando viramos a esquina entrando à direita ela apontou - Eu moro naquele prédio ali da frente
Fiz o trajeto final dando a volta e seguindo pelo estacionamento parando a moto, minha respiração estava acelerada e senti que Aby ainda se segurava em mim como se não notasse que havíamos chegado
- Chegamos - disse. Ela se afastou, descendo da moto. Quando retirou o capacete e me entregou fiquei vidrado em sua beleza.
Puta merda.
Ela estava toda molhada e linda pra caralho, tive vontade de lamber cada gotícula de água que deslizava sobre sua pele. Quando retirou a jaqueta pedi a Deus que me segurasse e não me deixasse agir feito a porra de um canibal
- Obrigada por me trazer eu estava em apuros se não fosse por você provavelmente ainda estaria lá até agora nessa chuva - disse gentilmente - Você quer entrar enquanto passa?
- NÃO - respondi um pouco alto demais
-Quer dizer, tudo bem, não tem problema, eu já estou acostumado e gosto de chuva - me retratei agindo rápido. Precisava sair daqui o quanto antes, nem a pau que eu ia subir no apartamento dela
- Tudo bem então. Obrigada mais uma vez - disse vindo em minha direção. Não entendi o que ela pretendia com a proximidade até depositar um beijo em minha bochecha esquentando minha pele. Seu gesto me pegou desprevenido, encarei seu rosto angelical fitando seus olhos e seus lábios precisando de todo meu autocontrole para não puxá-la para mim e beijar aquela boca carnuda. Agi rápido tocando seu rosto carinhosamente enquanto me despedia - Boa noite Abigail.
- Você nunca vai me chamar de Aby, vai? - bufou uma risada fazendo uma careta
Soltei um riso sutil para que não percebesse, mas respondi - Algum dia - coloquei o capacete acelerando para longe dali enquanto ainda tinha forças.
Enquanto guiava a caminho de casa sentia a chuva forte cair sobre o meu corpo que permaneceu ainda quente pelo contato de Aby e embora a água caísse gelada a ponto de causar arrepios involuntários senti meu sangue ferver nas veias. Tudo que eu queria era voltar e pegá-la para mim. Colocá-la contra a parede, em cima da moto, no chão... em qualquer lugar e me alimentar do seu corpo. Eu começava a nutrir por Aby uma fome incontrolável e quanto mais eu pensava que era loucura e que eu não podia tê-la, mas forte o desejo se tornava. Estacionei a moto e segui pela garagem tirando a roupa ensopada deixando-a na área de serviço, larguei os sapatos pelo caminho enquanto caminhava em direção ao banheiro, parecia a porra de um feitiço, mas eu ainda estava duro feito uma rocha, mas tentei ignorar minha ereção seguindo direto para debaixo da ducha quente. Quando liguei o chuveiro a água aqueceu meu corpo gelado e tenso, peguei o sabonete lavando-me, mas a imagem de Aby continuava invadindo minha mente. Seus olhos, sua pele macia, sua boca tão carnuda... meu pau inchou ainda mais imaginando aquela boca. Sei que não posso tê-la mas não consigo controlar o tesão que estou sentindo. Fechei os olhos respirando fundo e esvaziando os pulmões tentando acalmar meu corpo traidor. Alternei a água para a ducha fria para aplacar a lascívia.