A Primeira Estrela - Guardiões do Mundo
img img A Primeira Estrela - Guardiões do Mundo img Capítulo 2 Grandes Mudanças
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Capítulo 6 Surpresas img
Capítulo 7 Planos img
Capítulo 8 Novos Planos img
Capítulo 9 Início do plano 1 img
Capítulo 10 Descoberta img
Capítulo 11 Aliados img
Capítulo 12 Luta img
Capítulo 13 Soldados img
Capítulo 14 Plano II img
Capítulo 15 Espadas img
Capítulo 16 Febre img
Capítulo 17 Habilidades img
Capítulo 18 Sangue img
Capítulo 19 Dúvidas img
Capítulo 20 Passado img
Capítulo 21 Queimando img
Capítulo 22 Asas img
Capítulo 23 Salve-os img
Capítulo 24 Finalmente acordada img
Capítulo 25 Último dia img
Capítulo 26 Fuga img
Capítulo 27 Guerra img
Capítulo 28 Traição img
Capítulo 29 Morte img
Capítulo 30 Escuro e claro img
Capítulo 31 Prólogo img
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Capítulo 2 Grandes Mudanças

Corra, eles vão te perseguir

Até a escuridão...

Sim, eles vão te perseguir

Até cair sem vida...

E eles vão te pegar

Até o seu interior estar vazio...

Até que você não possa mais respirar.

..........

-Zoe... -porque sempre grita. -Zoe... Venha já aqui. -acho que deixei ela com raiva.

-Já vou mãe. -grito de cima da árvore onde descansava. É quase hora da inspeção, claro que mamãe estaria desesperada, não sei o que houve para acontecerem inspeções todos os dias menos aos domingos. Subir era sempre mais fácil que descer, entro na pequena casa vendo minha mãe e minha vo já com a porta aberta e em pé juntas, vou para o lado delas e espero.

-Senhoras. -o guarda diz entrando. -Hoje a inspeção será diferente, há um tipo de doença se alastrando pelas cidades e vilas como a sua, gostaríamos que respondessem a todas as perguntas sem quetinarem. -ele olha para nos três e seu olhar demora em meu corpo. -Caso uma de vocês esteja contaminada tenho que leva-la imediatamente. -ele puxa uma cadeira da pequena mesa e se senta.

Guardas são sempre folgados, só porque tem uma farda acham-se donos do mundo. Fechei os olhos por um instante para não me estressar e algo incomum acontecer como da última vez.

-Alguma de vocês têm alguma marca rescente no corpo? -minha mãe e minha vo negam, mas eu não. Fazem dois dias que uma pequena marca nasceu em meu pulso esquerdo, a princípio achei que fosse normal, mas então na inspeção da tarde o guarda foi rude e me irritei, quando vi ele estava flutuando no ar e gritando em desespero, sabia que era minha culpa, mas não conseguia controlar.

-A Srta. tem alguma marca? -o guarda pergunta e fico tentada a negar.

-Sim. -puxo a manga da blusa e mostro a marca que mais parecia um risco em preto encurvado.

-Sente alguma coisa quando fica nervosa ou com raiva? -pergunta somente a mim.

-Não. -minto.

-Preciso que venha comigo para a capital, temos que ter certeza que não é a doença. -diz levantando-se.

-Pode arrumar uma pequena bolsa com coisas uteis, caso não tenha nada poderá voltar para sua família.

Minha mãe já chora e vovo tentava acalma-la. Subo ao meu quarto e começo a arrumar uma bolsa, quando coloco tudo vovó entra no quarto.

-Querida, quero que fique com isso. -pega um cordão e coloca em meu pescoço. -Era de seu pai, ele disse para te entregar quando algo do tipo acontecesse, disse que te protegeria. -ela beija minha testa e desço as escadas rápido. Vejo minha mãe conversando com o guarda que se levanta quando me vê.

-Pode juntar-se ao grupo lá fora. -ele diz.

-Filha, pegue. -ela vem com uma vasilha e me entrega. -São os bolos e salgados que não vendemos hoje, leve para não ficar com fome no caminho ate a capital. -diz e me abraça. -Eu te amo.

-Também te amo mamãe. -assim que sai vi um grande grupo de soldados e jovens, alguns sentados em carroças outros apoidos em árvores, me aproximei e fiquei perto do grupo, logo começamos a andar, reparei que a maioria dos jovens tinha uma mochila, alguns conversavam entre si.

-Nem consegui comer... deveria ter ficado quieta. -escuto alguém falar ao meu lado. Ao me virar vejo uma menina, ela deve ter uns doze anos, seus cabelos são castanhos e curtos, seus olhos são amarelados, a boca pequena está formando um biquinho e usa um vestido verde que vai até os joelhos, sua mochila rosa parece bem cheia, ela anda como se fosse cair e ficar por ali mesmo.

-Se quiser tenho uns bolinhos. -falo e ela me olha. -Posso dividir com você. -ela abre um sorriso.

-Mesmo? -diz e sorrio.

-Pegue. -lhe estendo um pedaço de bolo. Ela pega e começa a comer.

-Obrigada... -para e me olha.

-Zoe. -completo e ela me olha admirada.

-Obrigada Zoe, eu sou Samantha, mas pode me chamar de Sam. -ela come o bolo quase que rindo de felicidade.

-Onde está sua marca? -pergunto e ela me mostra a orelha direita. Chego perto e vejo atrás da orelha dela tem um risco como o meu mas com um outro menor em baixo.

-E a sua? -ela pergunta e mostro o pulso. Ela faz um som estranho, mas não é para meu pulso que ela olha, sigo seu olhar até onde está seu olhar.

A maioria dos jovens está paralisada de medo, bem em nossa frente tem uma criatura enorme e feia, sua boca tem vários dentes, seu corpo tem muitos espinhos e ele parece um grande lagarto raivoso e grande, o que acontece é rápido, só há tempo de escutar um corram e depois vários soldados são atacados caindo no chão.

-Sam, corre. -grito agarrando a mão dela, começo a puxa-la em direção a floresta e posso notar vários outros jovens nos seguindo, escuto o som alto de algo explodindo mas não olho para trás, ainda segurando a mão de Sam corro o máximo que consigo, vejo uma árvore grande e com um buraco dentro,aquelas árvores eram comuns no meio da floresta, sem pensar muito entro dentro do buraco e puxo ela comigo, vejo quando três jovens fazem o mesmo que eu dentro de outras árvores por ali.

No mesmo momento vejo um menino correndo sozinho, ele deve ter a idade de Sam, algo vem atrás dele, esperei o momento certo como meu pai havia me ensinado e quando a coisa ia ataca-lo eu o puxei para dentro da árvore e tapando sua boca com a mão. Depois do que parecem várias horas escondidos resolvo verificar se ainda há algum perigo.

-Não façam barulho, a mata é bem perigosa nesse horário. -digo aos dois, já estava quase escuro, não via sinal de nada além das pessoas que sabia estar nas árvores. -Podem vim, precisamos catar madeira e fazer uma fogueira bem rápido. -falo e logo vejo não só os dois que estavam comigo sair do esconderijo improvisado, mas várias outras pessoas também, deveria ter uns quinze ou mais.

Começo a catar os gravetos mais próximos e logo os meus dois companheiros fazem o mesmo, os outros ficam nos olhando como se fossemos loucos, assim que pegamos uma quantidade razoável começo a limpar uma área, o escuro já se fazia presente, pego em minha mochila o esqueiro que meu pai mandou eu sempre carregar para emergências, coloco os gravetos de um modo que algumas folhas secas ficassem ao meio, depois coloco fogo, assim faço uma fogueira e começo a puxar um tronco que vi enquanto pegava gravetos e coloco perto da fogueira me sentando.

-Ficarem longe desse fogo pode mata-los, não só por causa do frio, essa floresta é bem perigosa a noite. -digo alto o suficiente para todos ouvirem e vejo alguns se aproximarem, Sam senta ao meu lado e o menino sem nome senta ao outro.

-Como se chama? -pergunto ao menino, ele também não parecia ter mais de doze anos.

-Rick. -sua voz sai baixa.

-Está com fome? -pergunto e ele afirma. Pego a vasilha que minha mãe havia me dado e vejo o quanto de comida ainda temos, teria que matar alguns animais para comer, mas isso daria pra hoje. Pego dois bolinho entregando um para cada, agora olho para frente e vejo melhor cada pessoa ali, oito meninos nove meninas contando comigo e Sam. Dezessete pessoas.

-Vocês estão com fome? -pergunto aos mais próximos. Alguns afirmam, outros relutam mais acabam confirmando. Levanto e começo a distribuir o que eu tinha, alguns recusam por já terem o que comer, volto ao meu lugar com três bolinhos, e oito salgados, minha mãe tinha preparado uma vasilha bem cheia. Sentei novamente.

-Vocês dois tem algum pano que possam usar para se cobrirem? -olho para Sam e Rick, eles ascentem. -Melhor pegarem, daqui a algum tempo vai ficar muito frio, tenho plena serteza que essa noite será bem longa. -olho pra o céu, estava parcialmente nublado.

-Como sabe tanto sobre essa floresta? -alguém pergunta e me sento.

-Minha casa é a última da vila, fica bem perto da mata, muitas vezes meu pai me levava para o meio da mata para acampar, caçar e dormir sob as estrelas. -respondo sem saber os certo quem havia perguntado.

-Conheço esse lugar bem, apesar de não saber exatamente onde estamos por não ter observado durante o dia, essa escuridão não ajuda em nada. -suspirei, puxo minha mochila e pego meu cobertor, vou até o troco da árvore e estendo-o dentro do buraco.

-Venham, devem estar cansados de toda aquela correria. -os dois se aproximam e se deitam, sorrio.

-Por favor não deixe a gente sozinho. -escuto Rick falar antes de fechar os olhos.

-Zoe, será que vamos volta pra casa? -Sam pergunta meia sonolenta.

-Vou fazer o possível para que você volte pra casa, agora durma. -voltei ao tronco me sentando, vi alguns me olhando e depois se aproximando da fogueira. -Eai quem são vocês e onde estão as suas marcas ? -tento iniciar uma conversa.

-Eu sou Jamile, minha marca é na mão direita. -diz a menina de touca.

-Prazer Jamile, sou a Zoe. - sorrio.

-Sou Hudson, minha marca é na mão esquerda. -o rapaz que recusou os bolinhos por ter algumas barrinhas e outras coisas na mochila, ele encara Jamile, fiz que escutei mas acho que ele nem notou.

-Vamos lá gente, vocês estão presos nessa mata comigo, não custa nada conversar. -falo e alguns se aproximam mais de onde estamos. Algum tempo depois todos estão sentados em volta da fogueira enrolados em cobertores que haviam trazido ou vestindo jaquetas quentes, sou a única que não me incomodo com o frio do lugar.

-Eu sou Allana, minha marca é no tornozelo direito. -uma menina de óculos e franja se apresenta.

-Sou Jamal, minha marca é no tornozelo esquerdo, conhecidencia não é lindinha. -acho que ele deve ser o mais velho. A cara de mau dele me assusta, mas deve ser uma boa pessoa, vejo Allana ficar vermelha.

-Robin, marca na panturrilha direita. -um menino que esta totalmente camuflado ao escuro por vestir preto fala.

-Madelyn, marca no meio dos seios. -a menina de cabelos loiros diz tímida.

-Natan, minha marca está no braço esquerdo. -puxa a manga no moletom e mostra, por ele estar perto consigo ver cinco riscos que parecem formar uma chama.

-Aria, marca no braço direito. -diz uma menina alta sentada encostada em uma das árvores.

-Eva, marca na bochecha esquerda. -diz uma menina deitada no colo de um rapaz.

-Sou irmão de Eva, Jack e minha marca é no pulso direito. -sorrio.

-Raquel, também tenho marca na panturrilha. -uma menina baixinha e de cabelos curtinhos, ela tem um ar rebelde, talvez seja pelos varios brincos na orelha.

-Gianne, marca no lóbulo da orelha esquerda. -uma menina que parece não estar nada bem fala. Começo a ir em direção a ela.

-Sou o Noah, marca na bochecha direita. -um menino que está comendo o que parece ser uma maçã fala.

-Connor, marca no lóbulo da orelha direita. - o último diz quando já estou perto o bastante de Gianne. Me abaixo ao lado de Gianne e levo minha mão a testa dela, quando toco sinto o quente.

-Venha... você precisa se aquecer ou vai acabar morrendo. -ajudo Gianne a levantar e a levo até o tronco ao lado de onde Rick e Sam dormem, puxo minha mochila e pego minha segunda coberta e estendo no chão, coloco ela deitada e puxo sua mão a fazendo deitar.

-Alguém tem água? -pergunto saindo do grande tronco.

-Ela está com febre, acho que está pasando para a segunda fase da doença. -digo e logo vejo Jack se aproximando com um cantil, quando entro novamente vejo Connor segurando a mão de Gianne, pego a água e peço para ela beber um pouco, depois ela se deita e adormece, Connor continua ali.

-Ela está tremendo Connor, acho que seria bom você deitar-se com ela, a febre passou, mas talvez o calor humano ajude melhor nessa noite fria. -digo depois de um tempo, saio do buraco no tronco com minha mochila, muitos já dormiam e segui ate Sam e Rick para saber se estavam bem, depois de verificar pego minha adaga colocando na bota e sento no chão, meu corpo reclamava um pouco, mas não podia dormir.

-Descansa um pouco, pode deixar que fico de olho em tudo. -escuto e olho para onde vem a voz, Jack está com a irmã dormindo no colo e uma adaga na mão, sorrio e aceito sua oferta. -Não precisa se preocupar, posso não ser tão experiente na mata, mas caso aconteça algo saberei me defender e defender você.

-Irei aceitar. Antes de amanhecer me acorde para descansar. -falo ele ascente, pouco tempo depois sinto minhas pálpebras pesadas e caio em um sono profundo, mesmo ainda estando totalmente alerta.

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