Atração Perigosa
img img Atração Perigosa img Capítulo 5 Um Passo Atrás
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Capítulo 6 Autocontrole img
Capítulo 7 A Missão Dele img
Capítulo 8 Homem é Homem img
Capítulo 9 Frustrada Mais Uma Vez img
Capítulo 10 A Verdade Sobre Ela img
Capítulo 11 Eu Confio Em Você img
Capítulo 12 A Verdade img
Capítulo 13 Seu Corpo e Seu Calor img
Capítulo 14 Pra Chamar de Meu img
Capítulo 15 Preservação Própria img
Capítulo 16 Veja Como Sendo Eu e Você img
Capítulo 17 Talvez Isso Nunca Aconteça img
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Capítulo 5 Um Passo Atrás

E mais uma vez ela desceu aquelas escadas, dessa vez não precisou ir para a cozinhar para o encontrar, Gonzalez estava na sala, mas não estava vendo TV, ele estava só sentado no sofá. Ela podia ver a TV desligada e a cabeça de Eric se mexendo como quem estava olhando para alguma coisa.

Caminhou até ele e parou detrás do sofá onde ele estava, mais uma vez foi surpreendida por ele, o moreno estava costurando o que ela reconheceu ser a capa da poltrona. Quem era aquele homem? Não parecia ser o Eric Gonzalez, um perigoso ladrão que havia assaltado um banco sem que ninguém percebesse ou saísse ferido.

- Onde conseguiu a agulha e a linha? – ela perguntou, nem ela mesma sabia onde aquilo estava guardado.

- No armário.

Poucas palavras, ela odiava aquilo. A casa parecia estar muito limpa e um cheiro maravilhoso estava vindo da cozinha, ele estava fazendo o almoço. A boca de Marina salivou só de imaginar o que seria, ela ainda não conseguia entender como ele conseguia fazer aquilo com os ingredientes que achava, ela nem sabia que podia fazer uma comida gostosa com o que tinha comprado, sempre foi do tipo arroz e macarrão.

Ele estava costurando, não iria sair dali tão rápido, então ela aproveitou para sentar ao lado do mesmo, aproveitar a oportunidade que estava tendo, quem sabe arrancasse alguma coisa nem fosse quase nada, ou uma frase que tivesse mais de cinco palavras.

- Então, você cozinha, costura, concerta encanamentos. Você é um daqueles robôs vindos do futuro que sem querer veio parar na minha casa? – pra falar a verdade aquilo não fazia sentido nenhum, mas ela estava na esperança de fazê-lo rir nem que fosse só um pouco.

- Eu também concertei a tomada e apertei a torneira para que ela não vazasse mais.

Ela não sabia se ele estava fazendo graça ou querendo receber mais créditos pelo que estava fazendo, a única coisa que ela sabia era que ele não ria, em momento nenhum. Eric não tirava os olhos da costura, e estava ficando muito bom. Ela havia rasgado com uma faca quando estava brigando contra um rato que havia entrado na casa.

Maluquice ter tentado ir contra um rato com uma faca.

Depois que terminou de costurar todo o buraco ele tirou a capa do avesso e ela parecia que nunca tinha sido rasgada, estava mais nova do que nunca, ele realmente costurava muito bem. Era perfeito demais, tinha algo errado, como um homem como ele poderia ser considerado um prisioneiro de alta periculosidade?

- Você é perfeito? – aquilo acabou escapando de sua boca, ela não queria perguntar aquilo, mas quando viu já tinha falado.

Gonzalez largou a capa do sofá da forma que ela estava, e olhou para a ruiva com uma expressão nula no rosto. Marina esperou pelo óbvio, estava esperando ele dizer que ninguém era perfeito.

- Depende do que você chama de perfeição. – aquela frase a intrigou ainda mais, sete palavras, já era um grande avanço.

Ele estava afirmando que era perfeito? Ou confessando sua imperfeição, não dava mesmo para o entender. "Quem é você, Eric Gonzalez?".

A pergunta já não eram "quem", mas sim, "o que". Ele não podia ser humano, uma mente humana não era assim, ele parecia ser uma espécie de computador humano que pensava mil vezes antes de falar qualquer coisa. Ele parecia uma peça bem ensaiada, ou um ator que simplesmente brincava com ela.

- Você nem parece que é humano. – Marina acabou comentando, mas dessa vez queria mesmo falar aquilo, era o que ela pensava dele, não o entendia, ele já conhecia esse detalhe nela.

- Pelo contrário, Marina, sou mais humano do que muitas pessoas se dizem ser. – era a primeira vez que ele dizia seu nome, e ouvi-lo dizer a fez senti-lo mais perto, mais presente, como se somente naquele momento que ela fosse acreditar que ele estava mesmo ali.

Complicado, ele parecia calcular todos os seus movimentos. Parecia que mundo girava em câmera lenta por seus olhos, parecia que ele via as coisas acontecerem antes que acontecessem, é, ele realmente não parecia ser humano.

- O almoço estará pronto em vinte minutos. – foi a ultima coisa que ele disse antes de voltar para a cozinha, deixando a capa da poltrona nas mãos de Marina.

E lá estava ela mais uma vez, tentando decifrar aquele enigma enorme chamado Eric Gonzalez, mais uma vez deixada para trás por ele. A fazia pirar, mas ela tinha que se manter calma, estuda-lo e esperar que ele falhasse alguma hora, na hora certa.

Ela ouviu o telefone tocar lá em cima, e correu para atende-lo, todas as ligações que recebia eram importantes e ela tinha que atende-las logo. Marina atendeu no último toque, ouviu a voz conhecido no outro lado da linha, odiava quando recebia esse tipo de ligação sem ter nenhum progresso para informar. Mas dessa vez ela tinha informações.

- Marina, informe a atual situação do prisioneiro.

- Nada senhor.

- Como assim, nada? O que ele está fazendo?

- Basicamente, ele é muito diferente de quem pensávamos ser, os estudos estavam errados.

- Como assim errados?

- Ele está fazendo o almoço, costurou a capa da poltrona, concertou o cano da pia e até deu um jeito na tomada que não funcionava.

- Está me dizendo que o prisioneiro está concertando cada canto da casa?

- Sim, senhor.

- Tem algo muito errado nisso, continue o que está fazendo agente, aguarde ligação.

- Sim, senhor.

Era o fim da ligação, Marina não gostava de saber que seus estudos estavam errados, mas se aquilo significava que seu chefe também tinha errado, ela estava muito satisfeita. Trabalhava para ele, mas isso não significava que gostava dele.

Desceu mais uma vez, já estava cansada de tanto sobe e desce. Mas estava na hora de comer e comida sempre alegrava todo mundo, quem sabe trocasse mais palavras com Eric durante o almoço.

A mesa já estava posta, com os dois pratos, um de frente para o outro. Gonzalez estava de pé olhando pela janela quando ela entrou. Marina viu o olhar dele para o lado de fora, acabou sentindo pena dele, ele havia ficado muito tempo trancado em uma cela, merecia ver a luz do sol mais uma vez, sentir o sol tocar sua pele sem estar com mil armas apontadas para sua cabeça, o que lhe confortava era saber que no dia seguinte eles iriam sair.

A ruiva se sentou na mesa e começou a se servir, logo foi acompanhada por ele, que se sentou e começou a se servir. Era uma comida muito gostosa, ele era mesmo um ótimo cozinheiro. Se aquilo fosse uma loteria, ela teria tirado sorte grande.

- Quem é você, Eric Gonzalez?

- Não deveria ficar me perguntando isso, e sim trabalhando mais em seja lá o que está tentando fazer.

Se antes ela duvidava, agora ela tinha certeza, aquele homem era uma caixinha de surpresas, e ela estava disposta a girar aquela manivela até descobrir que surpresa era.

                         

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