Eu preciso de você
img img Eu preciso de você img Capítulo 4 Alexia narrando:
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Capítulo 7 Alexia narrando: img
Capítulo 8 Zack narrando: img
Capítulo 9 Zack narrando: img
Capítulo 10 Alexia narrando: img
Capítulo 11 Zack narrando: img
Capítulo 12 Zack narrando: img
Capítulo 13 Zack narrando: img
Capítulo 14 Zack narrando: img
Capítulo 15 Zack narrando: img
Capítulo 16 Zack narrando: img
Capítulo 17 Zack narrando: img
Capítulo 18 Zack narrando: img
Capítulo 19 Zack narrando: img
Capítulo 20 Zack narrando: img
Capítulo 21 Alexia narrando: img
Capítulo 22 Alexia narrando: img
Capítulo 23 Zack narrando: img
Capítulo 24 Alexia narrando: img
Capítulo 25 Alexia narrando: img
Capítulo 26 Alexia narrando: img
Capítulo 27 Zack narrando: img
Capítulo 28 Zack narrando: img
Capítulo 29 Zack narrando: img
Capítulo 30 Alexia narrando: img
Capítulo 31 Alexia narrando: img
Capítulo 32 Alexia narrando: img
Capítulo 33 Alexia narrando: img
Capítulo 34 Alexia narrando: img
Capítulo 35 Alexia narrando: img
Capítulo 36 Alexia narrando: img
Capítulo 37 Alexia narrando: img
Capítulo 38 Alexia narrando: img
Capítulo 39 Alexia narrando: img
Capítulo 40 Alexia narrando: img
Capítulo 41 Zack narrando: img
Capítulo 42 Alexia narrando: img
Capítulo 43 Alexia narrando: img
Capítulo 44 Alexia narrando: img
Capítulo 45 Alexia narrando: img
Capítulo 46 Alexia narrando: img
Capítulo 47 Alexia narrando: img
Capítulo 48 Alexia narrando: img
Capítulo 49 Epílogo 1 img
Capítulo 50 Epílogo 2 img
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Capítulo 4 Alexia narrando:

-Oi, bom dia. -O cara de cabelo grande se aproximou de mim no instante em que passou pela porta. Aparentemente está com uma mochila preta nas costas. Sei que devia me preocupar, só que no momento estou cansada demais pra isso. -Como você está? -Ergui meu olhar pra ele e isso o fez perceber o quão idiota foi essa pergunta. -Tá, saquei. Então, eu trouxe algumas coisas pra você. -Se abaixou em minha frente e tirou a mochila das costas.

Vi ele tirar um golfinho e um jarro de flores azuis de dentro da mochila. Ele os colocou no chão e eu olhei para o seu rosto. Não consegui não sorrir ao ver seu rosto coberto por tinta colorida. Ele está parecendo um palhaço.

-O que é tão engraçado? -Sorriu também e continuou tirando as coisas de dentro da mochila. Dessa vez tirou um cachorrinho com um laço amarrado no pescoço. Por que é que ele está com essas coisas na mochila?

-Você. -Continuei sorrindo.

-Está tudo bem? -Ele pegou em meu rosto e olhou dentro do meu olho que quase não está mais aguentando ficar aberto. -Eles te drogaram?

-O que? -Minha cabeça quase caiu quando ele retirou as mãos. -Eu acho que não.

-A quanto tempo você não dorme, Alexia? -Se levantou.

-Eu não sei. -Tentei pensar mas a única coisa que vem em minha mente é um enorme lago com as águas cintilantes.

-Cacete, deve ter sido desde quando você veio pra cá. -Passou a mão no cabelo. -Ok, olha, você precisa descansar.

-Não preciso não. -Minha voz falhou. -Eu não... eu não posso.

-Ninguém vai machucar você.

-Você. -Falei.

-O que tem eu? Eu já disse que não vou fazer mal algum a você. -Se abaixou mais uma vez e pegou o golfinho. -Toma, bebe um pouco.

-Quer que eu beba um golfinho? -Ri.

-É água. -Trouxe em direção a minha boca. -Precisa se hidratar.

Assim que o líquido encostou em meus lábios, senti minha garganta agradecer por isso e não consegui parar de beber até acabar tudo.

-Mais. -Pedi.

-Eu só tenho isso. -Pegou o jarro de flores azuis. -Trouxe comida.

-Eu... -Minha cabeça girou por um momento. -Eu quero ir pra casa.

-Sei que quer. -Colocou o jarro em minha boca. Tem gosto de frango. -Mas eu não posso te ajudar a fazer isso.

-Por quê? -Perguntei de boca cheia.

-Bom, porque... porque isso poderia fazer o Carter meter um tiro em minha testa. E eu não estou afim de morrer por agora. -Sorriu.

-Qual é o seu nome? -Olhei para o seu rosto ainda cheios de tinta.

-Eu não posso dizer o meu nome. -Sorriu mais uma vez. -Isso poderia me comprometer.

-Eu queria poder te chamar de alguma coisa. -Tentei tocar seu cabelo só que ele está longe demais. -Talvez eu te chame de Finn.

-Finn? -Me olhou sem entender.

-Nunca assistiu The 100? Qual é, o que você faz no seu tempo livre?

Ele riu um pouco e trouxe o jarro mais uma vez para minha boca.

-Acredite se quiser mas eu quase não tenho tempo livre.

-E quantos anos tem, Finn? -Mastiguei.

-Já disse que não posso responder, Alexia.

-É só uma idade. -Engoli. -Eu tenho 17. Fiz 17 ontem, pelos meus cálculos.

-Dezessete... -Repetiu em voz baixa. -Muito bem. Eu tenho 19.

-Chutei certo. -Sorri. -Finn. -O chamei. -Você tem namorada? Porque eu te achei um gatinho.

-Não. -Riu. -Ninguém quer namorar um cara que é viciado em drogas.

-Ah, meu Deus. -Olhei para cima. -Eu não devia ter dito isso. Eu acho que... acho que tenho namorado.

-Mesmo? E como ele se chama?

-Eu não... -Pensei. -Não consigo me lembrar.

A maçaneta da porta girou e isso fez Finn se levantar rapidamente.

-Merda. Carter deve ter voltado mais cedo. -Guardou tudo dentro da mochila. -Escuta, você vai ter que fingir que eu não estive aqui, entendeu? -Concordei. -Entendeu mesmo?

-Sim, e-eu entendi. -Concordei repetidas vezes.

-Ótimo. -Correu até umas caixas que possui aqui e se escondeu logo atrás no momento em que a porta se abriu.

-Olá, querida. -Carter entrou e olhou para mim. -Nossa, você está acabada. Sinto muito por ter te deixado nessa cadeira. Deve estar sendo bem desconfortável.

Não o respondi.

-Talvez eu pense em te soltar. Isso, é claro, se você colaborar comigo. -Se aproximou. -Bom, eu tenho que fazer uma ligação agora e eu gostaria muito que você escutasse. Já que essa ligação vai definir o seu futuro. -Sorriu e começou a discar no celular.

Olhei na direção do lugar em que Finn está escondido e ele fez um sinal para eu ficar em silêncio.

-Ayanna, que bom falar com você. -Sorriu e começou a andar pelo cômodo. -Espero que já tenha uma resposta pra mim.

Zack narrando:

Hoje fazem 5 dias que a Alexia está desaparecida. É sábado, dia em que Ayanna vai ter que dizer ao sequestrador que não conseguimos o dinheiro. Porque é isso o que ela vai ter que fazer, já que não arranjamos os cinquenta mil dólares. Nossa única chance era o senhor Gomes. Mas definitivamente não posso contar a ele a verdade. Se eu fizer isso, estarei colocando a minha mãe na cadeia. Mas isso também quer dizer que eu posso estar matando a Alexia agora.

Não sei o que fazer. Não sei como escapar dessas duas opções.

-Zack, seu telefone! -Valentina me gritou do primeiro andar.

Assim que cheguei lá, peguei o celular e olhei no visor. É um número desconhecido.

-Alô?

-Fica quieto. Carter está me ligando agora. Vou te deixar na chamada pra você escutar tudo.

-Tá, tá. -Saí da cozinha e corri em direção ao meu quarto.

-Ayanna, que bom falar com você. Espero que já tenha uma resposta pra mim.

Ela respirou fundo antes de responder.

-Como está a garota?

-Bem, bem. Agora vamos ao que interessa. Conseguiu o meu dinheiro?

-Eu... -Ficou quieta um pouco. -Eu tenho dez mil.

-O que? Está brincando comigo, né?

-Isso é tudo o que tenho, Carter, por favor.

-Você é surda por acaso, sua imbecil!? -Gritou. -Eu pedi cinquenta mil.

-Mas eu não tenho tudo isso, eu... olha, eu só tenho isso. Por favor.

-Eu tenho cara de palhaço, Ayanna? Ãhn? Tenho cara de idiota?

-Eu juro que te pago tudo. Te pago com juros. Mas por favor deixa a garota vir embora.

-Não é assim que funciona.

-Eu te pago. Nem que eu tenha que vender tudo o que tenho. Só deixa ela voltar pra casa. Ela não tem nada a ver com nós dois. Isso é entre eu e você.

-O que? O que é que você está fazendo aqui dentro?

O sequestrador parece estar falando com outra pessoa.

-Carter. -Ayanna tentou chamar sua atenção.

-Por que caralhos você está aqui dentro!? -Gritou.

-Não faça nada, por favor. -Escutei a voz de Alexia e isso me fez ficar alerta.

-Quer saber, eu me cansei de você.

Um som de tiro fez eu jogar o celular pra longe.

-Não, não, não. -Tentei controlar minha respiração mas o nervosismo me fez começar a andar de um lado para o outro.

Fui na direção em que joguei o celular e o peguei com as mãos tremulas.

-Alô. -Quase não consegui falar. -Ayanna...

-Eu não... me desculpa, Zack. -Sua voz está de choro.

-Não. -Passei a mão no cabelo. -Ele não... ele não pode. Ela está... viva ainda, Ayanna. Eu sei que está. Nós só temos que ir atrás dela e...

-Não tem mais o que fazer, filho.

-O que está dizendo? -Pude sentir meus olhos se encherem de lágrimas. -Que merda você está dizendo!? -Não consegui segurar o choro preso dentro de mim. -Não.

-Fizemos tudo o que estava em nosso alcance.

-Isso tudo é culpa sua! -Gritei. -Você a matou. -Passei a mão no nariz.

-Zack, eu...

-Eu nunca mais quero te ver. -Sequei as lágrimas. -Fica longe de mim.

Desliguei a chamada e fui em direção a minha estante. Comecei a soca-la e isso fez todas as minhas coisas caírem no chão. Algumas já quebradas.

-Não! -Soltei o grito que estava preso dentro de mim e continuei a quebrar tudo o que achei pela frente.

-Zack, o que está acontecendo? -Escutei a voz de Valentina vindo da porta. -Meu Deus.

-Tina, ela... ela... -Solucei e quase senti o choro me controlando.

-Ei, está tudo bem. -Se aproximou de mim. -Está tudo bem.

-Ele a matou. Ele a matou. -Repeti diversas vezes e isso fez ela me abraçar. -Ela está morta.

-O que está dizendo?

-E-Eu escutei. Escutei o tiro. Escutei tudo. -Me separei dela. -A Alexia morreu.

Ela colocou a mão na boca e pareceu ter ficado surpresa.

-Mas como você...?

-Foi a minha mãe.

-O que? -Negou.

-Ela não morreu. As duas acabaram se encontrando no dia em que a Alexia foi sequestrada.

-E por que você não contou pra polícia? Eles poderiam ter ajudado, eles...

-Eu não sabia o que fazer. -Funguei o nariz. -Se eu fizesse isso poderia estar fazendo minha mãe parecer suspeita, e isso a faria ser presa.

-Meu Deus. -Ela andou pelo quarto e foi até minha cama. -O senhor Gomes já sabe disso?

-Como acha que vou contar pra ele que a filha dele está morta?

-O que?

Nós dois olhamos assustados em direção a porta e o encontramos parado com os olhos arregalados.

-Senhor Gomes... -Comecei a falar.

-Morta? Como assim morta?

-Eu estava na ligação no momento em que ela foi baleada. -Quase não consegui dizer.

Ele permaneceu em silêncio e segundos depois deu a volta e saiu andando. Comecei a caminhar para ir atrás mas Tina segurou meu braço.

-Não. Deixa ele. Ele precisa um momento sozinho.

Quando eu ia acrescentar mais alguma coisa, escutamos um grito e coisas caindo no chão.

-O que está acontecendo? -Dessa vez foi Alysson que veio correndo até aqui. -Por que está todo mundo gritando?

Ao escutar ela fazendo essa pergunta, senti meu peito se apertando mais uma vez ao perceber o que tinha acontecido.

-Meu Deus. -Senti minhas pernas enfraquecerem e acabei sentando no chão. -Eu não estou me sentindo bem, Tina. -Falei ao me sentir bem estranho. Com a respiração pesada, tremendo... parece até o que eu senti daquela vez que Alexia me encontrou no quarto.

Alexia.

Eu nunca mais vou ver ela? Nunca mais vou poder abraça-la? Então quem vai me socorrer quando eu precisar? Quem é que vai me aconselhar quando eu estiver perdido?

Como é que eu vou seguir com a minha vida? Eu não tenho mais ninguém. Não tenho mais ninguém.

-Ei, olha pra mim. -Tina pegou em meu rosto. -Quer ir ao hospital?

-Não, eu não... -Comecei a chorar mais uma vez.

E assim, eu pude sentir que uma parte de mim havia sido arrancada diretamente do meu peito. É como se a qualquer momento eu fosse desmoronar no chão. É como se tudo ao meu redor tivesse simplesmente parado de funcionar. E foi assim que eu percebi que eu nunca mais vou ver a pessoa que eu amei verdadeiramente em minha vida.

Instagram do livro: @thaynnarabooks

            
            

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