- Dá teu papo garotão._ falo pegando ele no colo e fazendo toque com ele, ele faz um toque todo esquemático e eu começo a rir.
- Aí leva, leva ele pra passa uns dias com você leva. Eu já tô ficando maluca já, quando não é ele fazendo MERDA, é o Vitor enchendo a p0rra do meu saco, eu vou surta a qualquer momento, escuta o que eu tô te falando._ Manuelly fala toda escandalosa na cozinha, e o VT que está vendo esporte na televisão balança a cabeça bolado.
- Ta vendo aí o que eu passo meu parceiro?._ ele fala me olhando e apontando pra Manuelly que joga o cabelo e da as costas_ tô fudido cria, tô fudido._ cruza os braços balançando a cabeça e volta a olha pra televisão, eu só dou uma gargalhada e nem me meto.
- Vou levar ele mermo, não hoje que tenho umas pica pra resolver ai, mas quando as coisas estiverem mais suaves eu pego ele mermo._ eu falo colocando ele no chão porque ele já estava querendo descer.
O moleque não para viado.
- Não precisa não, eu mesmo vou levar ele pra você, só você falar o dia e a hora e ele vai está lá na sua porta._ Manu fala e o VT fica put0.
- Qual foi garota? Fala assim do moleque não p0rra, parece até que quer se livra do cara pô._ ele fala virando pra encarar ela.
- Mas é isso mesmo que eu quero, e não é só dele não, de você também._ diz ela e ele não consegue segura o riso, e nos cai na gargalhada.
Caralho menor, o meu parceiro foi domesticado mermo, e só essa mulher pra fazer isso, Manuelly é uma mina muito pica, admiro pra caralho, mermo com todos os problemas lá com o pai, sempre foi guerreirona. Tá fazendo curso ela, quer ser advogada, tem que ser mermo, com um bando de amigo traficante, um dia nós vai tudo precisar.
O menor começa e correr de um lado pro outro que nem foguete, joga uns brinquedos e cai no chão, levanta no mermo pique e volta a correr de novo.
Cararho viado, ele cansa não.
- Esse moleque é arisco._ falo observando ele pra lá e pra cá.
...
Eu tomo café e fico gastando a Manu que tá azeda hoje, ela deve ta sangrando, só pode, tá chata pra caralho, e é aí que o VT perturba mais ainda.
Eles são um casalzão da porra mermo, pode crê, nesses anos todo eles continuam a merma coisas de antes.
Eu quero um bagulho assim tá ligado? Amor de verdade saco? Eu vou tentar da um jeito no meu lance com a Rayane, mas se não dê certo, vou dá a última forma.
Não quero fica nessa não parceiro, ou nos se acerta de vez ou acabou.
- Já vai papai?_ VT pergunta vendo eu pega a chave da moto.
- Vou irmão, tenho que resolver um bagulhos aí._ falo lembrando que marquei a parada com o pai da Juliana.
- Jae piranha, qualquer coisa tamo aí._ ele faz toque comigo e eu saio saindo.
Já me despedi do moleque e da magrela, então vou voado pro morro.
Prefiro não ir em casa agora, não tô afim de olha pra cara da Rayane ainda não, só que preciso trocar de roupa.
- Aí Fê, vai lá em casa e pega um traje pra mim, se a dona fala alguma coisa, tu nem dá ideia não._ falo e ele ri como se achasse graça.
Alá, esse cara só vive na onda mané.
Entro na minha sala e o 2D já tá lá revisando uns papel.
- Aí cria, esse Fê é diferente né não mano?._ falo ainda rindo e ele começa a rir também.
- Papo reto menor, parece que só vive pancado viad0, mas o cara é bom po, pureza._ diz ele voltando a olhar pros papel.
- Só pica hoje, toma no cu._ falo sentando na minha cadeira e passando a mão pela cabeça.
- Já decidiu o que tu vai fazer com o pai da novinha?_ ele pergunta e eu acendo meu Beck.
- Já, daqui a pouco ele ta brotando aí._ falo fingindo não dá muita importância.
Fico vendo uns bagulho no Pc e resolvendo os bagulhos do carregamento que chega mas tarde.
Vai vim uns vapor de um morro aliado que foi pacificado também, os cabeça da facção mandou subir uns pra cá e outros pra Rosinha, não são muito bons não, mas nós vai deixar eles pica, essa sempre foi minha melhor função, treinamento.
Fê chega com os bagulhos e coloca na mesa boladão, ele volta pra traz, cruza os braços e fica me encarando sério.
Tiro o foco do PC e olho pra cara dele sem entender nada.
- Qual foi mano? Comeram teu cu*?_ pergunto encarando ele.
- Porra patrão, cheguei lá a patroa apertou minha mente pra caralho, e quando eu não quis responder as perguntas dela, ela começou a taca vários bagulhos em cima de mim po, tá no ódio ela em, te cuida vagabundo._ ele fala saindo e eu balanço a cabeça.
Rayane tá impossível viado.
...
Da 8:10 e os cara avisa que o tio já tá aí, e a Juliana também tá presente.
Mando eles entra, desligo meu computador e encaro eles passando pela porta.
Primeiro ele, o tio entra todo desconfiado me olhando, e logo depois entra ela, toda gata, também preocupada e eu fico olhando pra eles sério.
Eles ficam parados em pé de frente pra mim sem saber o que fazer, ele olha pra filha que o encara também e depois olha pra mim.
- Eu sei que sou bonito, mas não gosto que fiquem me encarando muito não, sou muito tímido._ falo e dou um sorrisinho pra ela_ senta aí._ aponto pro sofá com a cabeça e eles sentam.
Eu pego o caderno, levanto da minha poltrona, puxo outra cadeira e coloco na frente deles.
Eles ficam inquietos e nervosos pra caralho quando eu chego perto, da pra perceber.
- Sr.Bruno, queria te pedi desculpa por ontem, eu estava com a cabeça a mil com tudo o que ta acontecendo na minha vida, queria conversar com o senhor mas estava muito nervoso, achei que precisava me acalmar e acabei exagerando._ o tio fala me encarando sério_ tô desposto a fazer um acordo pra poder pagar essa dívida, pois não tenho o dinheiro suficiente, não tá aparecendo muitos trabalhos ultimamente, e o que eu consegui acabei usando tudo._ diz ele com os olhos triste e a Juliana abaixa a cabeça mordendo os lábios tentando segurar o choro.
Eu que queria morde aquela boquinha.
Me agito na cadeira tentando me concentra e endireitar a postura.
- Senhor tá no céu tio, e tú tem que agradecer muito por ainda tá vivo, os cara iam te passar e joga teu corpo em um buraco qualquer pelo morro, é isso que eles faziam aqui com os viciados descontrolado que ficava perturbando._ falo sério e ele abaixa a cabeça envergonhado.
Pego o caderno de devedores extremos, e que ainda não morreu, procuro a página da divida dele, e quando eu acho, viro na direção dele, e ele encara com os olhos arregalados.
Depois de um tempo ele coloca a mão na cabeça e desliza pelos cabelos.
- Nunca vou conseguir esse dinheiro com o meu serviço._ ele fala preocupado.
- Eu nunca deixei alguém chega numa dívida comigo tão grande assim tio, sinta-se privilegiado._ falo sério e ele me olha com o olhar longe_ se sua filha não tivesse vindo negociar comigo e tu não tivesse me pagado, eu ia te mata sem pena._ falo e Juliana estremece na hora_ na favela tudo é cobrado, se tu tem um vício, tu tem que trabalhar pra sustentar ele, sujeito homem assume suas pica de frente, não manda a filha vim pra resolver as merda que faz não._ falo encarando ele sério, e a Juliana ameaça falar alguma coisa, mas ele segura no braço dela, fazendo ela fica quieta.
- Eu sei, tô aqui pra isso, assumir as consequências dos meus atos, mas quero que tire minha filha desse meio, ela não tem nada haver com isso, não quero ela metida com nada nisso, ela tentou me proteger e se não fosse por ela esse tempo todo eu não sei o que seria de mim, só quero dá o melhor pra ela e eu não estou conseguindo fazer isso sozinho._ ele fala sério, mas com lágrimas nos olhos, Juliana está fungando e limpando as lágrimas de cantinho_ só quero resolver isso logo._ termina ele.
- Suave então tio, pensei como tu ia paga essa dívida aí._ eu levanto da cadeira e fico em pé de braços cruzados_ tu vai trabalhar embalando pó._ ele arregala os olhos na mesma hora sem acreditar na minha proposta.
Sei que isso é uma tentação pra ele, já que seu vício é a cocaína, mas se ele quer muda mermo, tem que me mostra que vai conseguir fazer disso.
- Mas eu não vou aguentar trabalhar com isso e não usar, eu sou viciado porra._ ele fala como se eu não soubesse disso_ eu vou acabar usando de qualquer jeito._ ele fica nervoso e se altera um pouco.
- Se tu usar tu vai ser expulso do morro._ falo serinho e a Juliana me encara ainda com lágrimas nos olhos_ se tu quer mermo paga essa dívida ai, essa é a tua última chance de tu mostrar pra tua filha que tu quer muda de verdade mermo, ainda estou sendo legal contigo tio, tu vai tem que ser mais forte que seu vício se tu quer fazer o certo, mas se tu achar que não consegue suave, o senhor pega tuas trouxinhas e mete o pé do meu morro._ falo encarando ele de braços cruzados, ele olha pra Juliana, por um minuto e ela balança a cabeça pra ele.
- Tudo bem.- ele fala e a Juliana encara ele.
- Pai.- ela protesta com voz de choro e ele levanta a mão pra ela esperar.
- Eu não tenho outra opção._ diz olhando pra ela triste, e depois olha pra mim.
Eu balanço a cabeça concordando, e quando eu ia fala mas coisa, o celular da Juliana toca chamando a atenção pra ela.
- Me desculpa, eu tenho que atender, é rapidinho._ ela fala levantando e indo pro canto da sala, o pai dela começa a falar vários bagulho, mas minha atenção é toda dela nesse momento.
Quem será que está ligando pra ela, que ela não pode atender depois?
Ela atende a ligação, me olha de rabo de olho, e depois vira pra parede de novo.
Eu continuo encarando ela pra ver se consigo ouvir mermo com o pai dela falando pra caralho sobre a vida sofrida ou alguma coisa assim.
- Oi, estou resolvendo um negócio com meu pai, mas eu já estou indo embora, quer me esperar lá em casa?_ ela fala e eu presto mais atenção ainda.
- Não, já estou indo pra te encontra logo._ diz ela depois de um tempo escutando a pessoa do outro lado.
- Tá bom então, beijos._ fala e desliga me deixando curioso.
Quem era nessa porra? Será que é algum namorado?
Ela senta do lado do pai dela, eu fico encarando ela um tempo, e ela sustenta meu olhar.
O quê que essa mina tem cara?
O pai dela termina a história que nem sei como começou e eu encaro ele.
- Mec então tio._ falo e ele me olha sem entender nada_ o bagulho é o seguinte, te dou o resto dessa semana pra tu por as ideia no lugar, e segunda 6:30 da manhã, tu começa seu novo trampo, os moleques vão te ensinar tudo que tu tem que aprender, eu vou ir tirando a metade do teu salário pra pagar a dívida, e a outra metade tua ajuda a tua filha em casa. Não faz nenhuma merda até lá, se não nosso trato tá desfeito._ falo e ele concorda.
- Muito obrigada pela oportunidade Bruninho.- ele fala sorrindo.
- Nós podemos ir? Tenho que resolver uns assuntos_ Juliana fala com o pai dela e ele concorda_ obrigada mesmo Bruninho, por esse voto de confiança._ fala e eu só balanço a cabeça sério.
Caralho viado, eu odeio o som do meu vulgo na boca dela.
- Qualquer coisa só acionar._ eu falo, eles concordam e depois saem da minha sala.
Eu fico boladão pensando na ligação que ela recebeu.
"Quer me esperar lá em casa?" ela disse. Então a pessoa era bem íntimo.
Quem será essa porra mano? E por que eu me importo tanto com isso?
To começando a fica maluco, papo reto.