Capítulo 4 Não me reconheço

Bem, quando me olho no espelho não me vejo como antes, antes eu era uma menina que tinha no rosto um sorriso que era de verdade e hoje meus sorrisos são falsos a única coisa em mim que hoje em dia é de verdade são as minhas lágrimas que rola pelo meu rosto todas as noites quando me deito para dormir e quem sabe acordar feliz...

As manhãs não são mais alegres como antes; o ânimo era bem maior ao acordar e perceber que viva eu estava e hoje esse fato apenas me isola cada vez mais em um quarto escuro, a sensação de nunca conseguir vencer me cala e coloca em meu rosto uma máscara que faz as pessoas pensarem que estou feliz e alegre...

O mundo mudou muito desde a minha infância, as nuvens não são de algodão doce e a lua não é de queijo como eu pensava, muito pelo contrario.

Eu queria tanto reencontrar aquela garotinha do passado que via esperança em tudo e não percebia a maldade nos olhos das pessoas famintas por almas puras, queria dizer a ela que não deu certo o primeiro amor e que aqui no futuro dela presente meu os caçadores de crianças existem, e é claro eu não poderia esquecer de contar que aqui é muito solitário, talvez fosse doer um pouco nela e quem sabe ela chorasse mas isso não passava da grande verdade. Mas por outro lado quem sabe eu ficasse calada esperando ela me falar algo esperançoso que fosse capaz de mudar meus pensamentos suicidas; Pois bem, isso não é possível então melhor me contentar em apenas olhar minha fotos antigas de quando eu era pequena.

Acho que os monstros que moravam debaixo da minha cama foram embora já que agora tenho monstros dentro da minha cabeça, eles falam comigo o tempo inteiro, as pessoas em minha volta me chamam de louca quando vêm que estou a falar e gesticular sozinha mas eu não sou louca, eu estou conversando com meu monstro de estimação que me faz companhia a todo instante...

Inclusive aquelas vozes sempre me falam que devo pular de um lugar alto, e me faz cortar meu pulsos com uma lamina que tenho guardada debaixo de uns livros.