Marcada pelo prazer
img img Marcada pelo prazer img Capítulo 5 Está com roupas demais
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Capítulo 6 Eu a machuquei img
Capítulo 7 Um homem grosso img
Capítulo 8 Você é minha img
Capítulo 9 Uma mulher adulta img
Capítulo 10 Primeira vez milorde img
Capítulo 11 Sorriso que tira o fôlego img
Capítulo 12 Coxas apertadas com força... img
Capítulo 13 Não resista! img
Capítulo 14 Eficiência silenciosa img
Capítulo 15 Satisfação img
Capítulo 16 Ele poderia gozar assim.... img
Capítulo 17 Violênto img
Capítulo 18 Perigoso demais img
Capítulo 19 Você salvou minha vida img
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Capítulo 5 Está com roupas demais

Marcus olhava atento entre os arbustos, apertando os músculos do queixo enquanto

uma gota de suor escorria por suas costas. Elizabeth estava a poucos metros de

distância, segurando com força o diário de seu marido. Ela andava de um lado a

outro, formando uma trilha na grama debaixo de seus pés, fazendo exalar um aroma

primaveril que normalmente o acalma-ria numa situação diferente.

Ele odiava isso. Odiava deixá-la exposta para seja lá quem fosse a pessoa que

queria o diário de Hawthorne. Ela balançava-se nervosamente de um pé a outro e ele

queria se aproximar, acalmá-la e tirar o peso da espera de seus pequenos ombros.

Marcus teve pouco tempo para se preparar. Cercado de árvores, o lugar

combinado dificultava qualquer vigilância. Havia lugares demais para se esconder.

Avery e os homens da escolta, espalhados pelas proximidades, vigiando os caminhos

gastos que levavam até o ponto de encontro, estavam completamente indetectáveis.

Marcus não poderia sinalizar para eles e vice-versa, e isso o fez se sentir impotente.

Não era de sua natureza esperar impacientemente – ele segurava o cabo de sua

espada com uma ferocidade que mal conseguia conter. Por que diabos estava

demorando tanto?

Esta era a missão mais importante que já recebera, e requeria a presença de

espírito e a calma inabalável que marcavam todas as suas atuações.

Mas para seu espanto, nunca esteve tão nervoso em sua vida. Fracasso nunca foi

uma opção, mas agora... agora se tratava de Elizabeth.

Como se sentisse sua agitação, ela olhou ao redor furtivamente, procurando por

Marcus. Ela mordeu os lábios e ele quase perdeu a respiração ao observá-la. Fazia

tanto tempo desde a última vez em que teve a oportunidade de admirá-la pelo tempo

que quisesse. Marcus apreciou cada detalhe, desde seu queixo erguido que

desafiava o mundo, até o jeito inquieto com que segurava o diário. Uma leve brisa

soprou os cachos de sua nuca, revelando a fina coluna branca de sua garganta.

Momentaneamente distraído por sua coragem e pelo feroz instinto de proteção que

Elizabeth despertava nele, Marcus não percebeu o corpo vestido de preto caindo da

árvore até ser tarde demais. Levantou-se rapidamente assim que a percepção o

atingiu, sentindo seu sangue latejar tão forte que mal conseguia ouvir qualquer outra

coisa.

Elizabeth foi jogada ao chão e o diário voou de suas mãos até cair a alguns

metros. O grito que soltou foi interrompido pelo peso do homem em cima dela.

Com um grave rugido de fúria, Marcus pulou sobre os arbustos e atirou o agressor

para longe dela, socando-o antes de rolarem pelo chão. Um rápido golpe no rosto

mascarado foi o bastante para dominar o homem, e Marcus continuou castigando-o

com fortes socos, sentindo tanta raiva que não conseguia pensar mais nada além do

instinto de matar qualquer um que ameaçasse Elizabeth. Lutou como um homem

possuí-do, rosnando com a necessidade de acalmar o medo que o atingia.

Elizabeth estava estirada ao chão, imóvel, de queixo caído. Ela sabia que Marcus

era um homem fisicamente poderoso, mas ele sempre se auto-controlava com um

confiante ar cheio de si. Ela o romantizara em seus pensamentos, imaginando-o

brandindo sua espada ou pistola com arrogância descuidada, provocando seus

adversários antes de resolver a questão sem derramar uma gota sequer de suor.

Porém, sua imaginação nunca mostrara o Marcus que agora estava diante dela – uma

fera vingadora, capaz de matar facilmente um homem com as próprias mãos, e neste

momento, muito disposto a fazer exatamente isso.

Ela se levantou com dificuldade, arregalando os olhos quando ele agarrou o

pescoço do agressor, um homem que era a única pista sobre a importância do diário

de Nigel.

– Não! Não o mate!

Marcus relaxou sua angústia ao ouvir a voz de Elizabeth, sentindo a sede de

sangue diminuir. Com uma força incrível após apanhar tanto, o agressor impulsionou

o corpo e conseguiu se livrar de Marcus jogando-o de costas para o chão.

Rolando rapidamente, Marcus começou a se levantar, preparado para a luta, mas o

agressor agarrou o diário e correu.

Num breve instante ele enxergou o brilho do sol refletido no cano de um revólver

quando o agressor se virou e mirou, mas esse aviso foi o suficiente. Marcus pulou

com o único objetivo de alcançar Elizabeth e protegê-la do perigo. Mas ele não

conseguiu se mover rápido o bastante. O som do tiro ecoou entre as árvores ao

redor. Ele gritou um alerta e se virou, sentindo o coração parar com o que viu.

Elizabeth estava de pé com seus cabelos bagunçados sobre os ombros. Em suas

mãos estendidas havia uma pistola fumegando.

Percebendo a origem do tiro, ele virou a cabeça e observou confuso enquanto o

agressor vacilava, derrubando sua arma na grama. Sua mão esquerda soltou o diário

vermelho, enquanto a mão direita pressionava o ferimento em seu ombro.

Praguejando, ele entrou no meio dos arbustos e desapareceu entre as árvores.

Chocado com a série de eventos, Marcus se assustou quando Avery passou

correndo por ele em rápida perseguição.

– Mas que droga – ele praguejou, furioso consigo mesmo por permitir que a

situação se descontrolasse tanto.

Elizabeth tomou seu braço e disse, com a voz urgente e trêmula:

– Você está ferido? – sua mão livre analisava o torso dele.

Os olhos dele se arregalaram diante de sua óbvia preocupação:

– Mas que droga, Marcus. Você está machucado? Ele o acertou?

– Não, não, estou bem. E que diabos você está fazendo carregando isso por aí? –

os olhos de Marcus não desgrudavam da pistola que ela segurava.

– Salvando sua vida – com a mão no peito, ela respirou fundo e depois andou até

o diário para apanhá-lo. – Você pode me agradecer quando se recuperar.

Marcus estava sentado em silêncio na sala de estar de sua casa em Londres.

Despido do casaco e colete, ele descansava com os pés apoia-dos sobre a mesa e

observava a luz dançar refletindo contra sua taça de conhaque.

Dizer que a manhã fora um desastre era um eufemismo, mas ao me-nos Elizabeth

recuperou o diário e feriu o agressor. Marcus não ficou surpreso. Sua amizade com

William havia lhe proporcionado uma rara visão daquela família.

Após perder a mãe para a doença, Elizabeth fora criada por um pai e um irmão

mais velho que eram ambos conhecidos por sua predileção pela boa vida. As

governantas nunca duravam, considerando a pequena Elizabeth como incorrigível.

Sem a calma influência de uma mulher na casa, ela tinha permissão para os

comportamentos mais selvagens.

Quando crianças, William levava a irmã consigo a todas as atividades –

cavalgando pelos campos, subindo em árvores, atirando com pistolas. Elizabeth

ignorava alegremente as regras sociais esperadas das mulheres até ser matriculada

na escola. Os anos de rigoroso treinamento deram a ela as ferramentas que usava

para esconder-se dele, mas Marcus não se preocupava com isso. Ele quebraria essas

barreiras e a conheceria por inteiro.

O mistério do diário estava se mostrando muito mais perigoso do que

imaginavam. Seria preciso tomar outras medidas para garantir a segurança de

Elizabeth.

– Obrigada por deixar eu me recompor aqui – Elizabeth disse suave-mente na

porta que levava ao quarto.

Ela usou o quarto que deveria ser dela – o quarto da dama da casa. Virando-se

para encará-la, ele a viu olhando para as próprias mãos.

– William saberia que algo deu errado se me visse voltando para casa naquele

estado.

Marcus a estudou, notando os círculos escuros debaixo de seus olhos. Será que

ela tinha dificuldade para dormir? Será que ele atormentava os sonhos dela da

mesma maneira que ela atormentava os seus?

– Sua família não está em casa? – ela perguntou, olhando ao redor como se

pudesse encontrá-los. – Lady Westfield? Paul e Robert?

– Minha mãe disse numa carta que o último experimento de Robert está atrasando

sua volta. Então isso nos deixa muito sozinhos.

– Oh – ela mordeu o lábio inferior.

– Elizabeth, este assunto se tornou extremamente perigoso. Assim que o homem

que a atacou se recuperar, ele voltará atrás de você. Se ele possui comparsas, eles

não esperarão.

Ela assentiu.

– Estou ciente da situação. Ficarei alerta.

– Isso não é suficiente. Quero que tenha vigilância noturna e diurna, e não mais

com apenas uma escolta quando você sai de casa. Quero alguém com você o tempo

todo, mesmo quando estiver dormindo.

– Impossível. William suspeitará se eu tiver guardas em minha casa. Marcus pousou

a taça sobre a mesa.

– William é capaz de tomar as próprias decisões. Por que não deixa que ele

decida se pode ou não ajudá-la?

Ela colocou as mãos na cintura.

– Porque eu tomei essa decisão. Ele está finalmente livre dessa maldita agência.

Sua esposa está grávida. Eu me recuso a arriscar sua vida e a felicidade de Margaret

por nada.

– Você não é nada – ele grunhiu.

– Considere o que aconteceu hoje.

Ele se levantou.

– Não consigo parar de considerar. A situação sequestrou todos os meus

pensamentos.

– Você quase foi morto.

– Você não pode ter certeza disso.

– Eu estava lá... – a voz dela sumiu, e Elizabeth virou-se e andou até a porta.

Ele moveu-se rapidamente para bloquear sua saída.

– Madame, eu ainda não terminei de falar.

– Mas eu terminei de escutar – ela tentou passar por ele, mas Marcus entrou em

seu caminho novamente. – Maldito seja. Você é tão arrogante.

Ela o cutucou no peito com a ponta do dedo e ele agarrou sua mão. Foi então que

ele percebeu o quanto ela estava tremendo.

– Elizabeth...

Ela o olhou, tão pequena e delicada, mas tão formidável em sua fúria. Pensar que

ela poderia ser machucada já fez seu estômago dar um nó. No fundo de seus olhos,

ele enxergou medo, e seu coração acelerou como nunca.

– Pimentinha – ele murmurou, puxando-a em sua direção. A ponta de seus dedos

formigaram com o toque da mão sem luva dela. Sua pele era tão macia quanto

cetim. Marcus usou o polegar para acariciar o pulso dela, que acelerou até se igualar

aos batimentos do coração dele. – Você foi muito corajosa hoje.

– Seu charme não funcionará comigo.

– É uma pena – ele a puxou ainda mais para perto.

Ela riu:

– Apesar de tudo o que eu digo, você ainda insiste em tentar me seduzir.

– Tentar meramente? Sem ser bem-sucedido? – ele entrelaçou os de-dos com a

mão dela e sentiu o quanto sua mão estava fria. – Então devo tentar com mais

empenho.

Seus olhos violeta brilharam perigosamente, mas ele sempre gostava de um pouco

de perigo. Ao menos ela não estava mais pensando no agressor. Sua mão estava

rapidamente esquentando. Marcus queria esquentar todo o resto.

– Você já está se empenhando o bastante – Elizabeth deu um passo para trás.

Ele a seguiu, conduzindo seus passos para trás na direção de seu quarto, que

esperava do outro lado da sala de estar.

– As mulheres sempre se rendem a você? Levantando uma sobrancelha, ele disse:

– Não tenho certeza de como eu deveria responder a isso.

– Tente dizer a verdade.

– Então, sim, elas se rendem.

Elizabeth fez uma careta.

Ele riu e apertou seus dedos.

– Ah... Ciúme sempre foi a emoção mais fácil de despertar em você.

– Não estou com ciúme. Outras mulheres podem ficar com você com minha

aprovação.

– Ainda não – ele sorriu quando a careta dela se intensificou. Com um passo à

frente, ele deslizou suas mãos entrelaçadas ao redor do pescoço dela e puxou-a para

si.

Elizabeth cerrou os olhos.

– O que pretende?

– Estou te distraindo. Você está extenuada.

– Não é verdade.

Os lábios dela se entreabriram quando ele abaixou a cabeça. Marcus podia sentir

o cheiro de pólvora por cima do aroma delicado dela. Sua mão umedeceu e ele a

acariciou com o nariz.

– Você foi maravilhosa hoje à tarde – ele passou a boca contra a dela e sentiu seu

suspiro em seus lábios. Mordiscou gentilmente. – Embora você ache perturbador ter

atirado em um homem, você não se arrepende. E faria de novo. Por mim.

– Marcus...

Ele grunhiu, perdido no som de sua voz e na doçura de seu sabor. Seu corpo

inteiro estava tenso por senti-la tão perto.

– Sim, meu amor?

– Eu não quero você – ela disse.

– Mas irá querer – então, ele a beijou.

Elizabeth mergulhou no peito de Marcus com um soluço. Não era jus-to que ele

pudesse dominá-la – tocando, acariciando, seduzindo-a com sua voz grave

aveludada e seu rico aroma masculino. Os olhos esmeralda dele ardiam,

semicerrados com um desejo que ela não queria ter despertado.

Contra sua vontade, as mãos dela deslizaram ao redor da cintura dele e

acariciaram suas poderosas costas.

– Você é terrível por ser tão sedutor.

Marcus encostou a testa contra a dela. Gemendo, deslizou os dedos por baixo da

longa barra de seu casaco.

– Você está usando roupas demais.

Ele tomou sua boca novamente, usando a língua com lambidas profundas e

famintas. Perdida em seu beijo, ela não percebeu quando ele a levantou e chutou a

porta do quarto atrás deles, isolando-os do resto do mundo.

Protestando, ela tentou se livrar. Então, as mãos dele tocaram a curva dos seios,

provocando prazer mesmo por cima de todo o tecido. Ela gemeu contra a boca dele

e Marcus inclinou a cabeça em resposta, intensificando ainda mais o profundo beijo.

Elizabeth permaneceu rígida, com os braços colados ao corpo, pensamentos

guerreando contra as necessidades do corpo. Suas veias queimavam e sua pele

ardia.

– Eu quero você – a voz dele soava como uma carícia áspera. – Quero me

enterrar dentro de você até esquecermos quem somos.

– Não quero esquecer.

Seu tom ficou mais grave.

– Devo pensar sobre esta missão e os eventos que se passaram hoje, mas não

consigo. Pois tudo em que consigo pensar é você. Não há lugar para mais nada.

Pousando os dedos sobre seus lábios, Elizabeth silenciou as palavras sedutoras

que deveriam soar experientes e confiantes, mas não pareciam.

Ele jogou a coberta da cama para o lado, revelando decadentes lençóis de seda.

Com suaves beijos carinhosos, Marcus tentou distraí-la de seus dedos, que

manuseavam com destreza os botões que o separavam da pele dela. Passando as

mãos por baixo das abas abertas, ele empurrou o casaco para o chão. Ela

estremeceu, mesmo estando corada e apertada contra o peito dele.

– Não diga nada – ele murmurou contra sua testa. – Isto é apenas entre você e eu.

Deixe seu pai e Eldridge fora de nossa cama.

Ela enterrou o rosto em sua camisa e respirou fundo.

– Odeio quando você me deixa sem privacidade nenhuma.

Virando a cabeça para pousar o rosto em seu peito, Elizabeth ofegou quando viu a

cama enorme, grande o bastante para quatro pessoas com folga. A cama estava à

espera... deles.

– Olhe para mim.

Quando o olhou, Elizabeth encontrou uma profunda fome esmeralda. Marcus

raspou sua boca levemente nos lábios dela.

– Não tenha medo – ele sussurrou.

Permanecer num quarto com ele era o pior tipo de perigo. Muito mais perigoso do

que o agressor no parque. Aquele homem atacara sorrateiramente, como uma víbora.

Já Marcus era como uma jiboia. Ele a abraçaria e apertaria até tirar toda sua vida e

não sobrar nada de sua independência.

– Não estou com medo – ela o empurrou para trás quando seu estômago se

apertou. Não se importando com seu casaco, querendo apenas ficar longe dele,

Elizabeth andou rapidamente até a porta. – Vou embora.

A fuga estava quase completa quando Marcus a agarrou e a jogou de cara na

cama.

– O que você está fazendo? – ela gritou.

Marcus segurou-a na cama, apertando com força enquanto amarrava as mãos dela

juntas usando sua gravata.

– Você iria embora seminua – ele rosnou –, no meio de sua ânsia de se distanciar

de mim. Este medo que você tem precisar ser destruído. Você precisa confiar em

mim implicitamente, de todas as maneiras, sem perguntas, ou poderá morrer.

– É assim que você ganha confiança? – ela retrucou. – Mantendo-me contra minha

vontade?

Ele subiu por cima dela, montando-a com os joelhos em cada lado dos quadris,

usando seu grande corpo para prendê-la na cama. Seus dentes mordiscaram a orelha

dela e sua voz, grave e raivosa, fez Elizabeth tremer por inteiro.

– Eu deveria ter feito isto há anos. Mas eu estava perdido em seus encantos e não

enxerguei os sinais. Mesmo até neste momento, eu a considerava tão frágil que

pensei que uma mão gentil seria necessária para não assustá-la. Mas agora entendo

que o que você precisa é de uma boa mão rude para quebrar essa sua resistência.

– Cretino! – com o coração martelando, Elizabeth tentou se livrar dele. Em

resposta, ele se sentou nela, afogando completamente seu protesto.

Dedos ágeis puxaram os laços das saias. Então, Marcus saiu de cima dela. Na

beira da cama, ele arrancou as vestimentas de Elizabeth. Ela brevemente considerou

rolar de costas para esconder as nádegas, claramente visíveis debaixo do chemise,

mas não o fez, decidindo que a frente era o lado que mais precisava de proteção.

– Você não vai se safar com isso – ela o alertou. – Você não pode me prender para

sempre, e quando me libertar, irei atrás de você. Eu vou...

– Você não será capaz de andar – ele ironizou.

Ele tocou em suas botas e ela chutou sua mão com toda a força. Então, gritou ao

sentir o tapa em sua bunda. O primeiro foi rapidamente seguido por vários outros,

cada palmada queimando mais do que a anterior até que ela enterrou o rosto nas

cobertas e chorou com a dor. Ele parou apenas quando ela deixou de se debater e

recebeu a punição sem reação.

– Seu pai deveria ter feito isto há muito tempo – ele murmurou.

– Eu te odeio! – ela virou a cabeça para olhar em seu rosto, mas não conseguiu

alcançá-lo.

O suspiro de Marcus foi alto e resignado.

– Você protesta demais, meu amor. Mas eventualmente irá me agradecer. Eu dei a

você a liberdade para se aproveitar de mim. Você pode lutar contra isso o quanto

quiser, e ainda assim pode conseguir o que deseja. Todo o prazer sem nenhuma

culpa.

As mãos dele tocaram as curvas ardentes das nádegas de Elizabeth e acariciaram-

na suavemente. A gentileza em seu toque a excitou, contrastando com o tratamento

anterior.

– Tão linda. Tão macia e perfeita – a voz dele ficou mais grave e elogiosa. – Não

se reprima, minha querida. Se precisa ser forçada, então por que não aproveita a

experiência?

Quando suas mãos se moveram até a barra do chemise e então deslizaram por

baixo dele, ela gemeu de antecipação, arrepiando-se ao conta-to de suas peles nuas.

O sangue pegou fogo, sua raiva derreteu-se em algo intoxicante enquanto ele subia

os polegares, massageando os dois lados de suas costas. No fundo, seu corpo

relaxava com os toques habilidosos. A sensação do ar diretamente em sua pele

causou um gemido de alívio em Elizabeth.

– Minha sedutora teimosa, você lutaria contra mim até a morte, se fosse capaz,

mas estar amarrada para meu prazer traz recompensas inesperadas, não é mesmo? –

ele a virou de costas antes de agarrar seus ombros e a fazer sentar.

Elizabeth mordeu os lábios para esconder o desapontamento que sentiu com a

distância indesejada entre seus corpos. Seus mamilos enrijeceram, esperando por um

toque que acalmaria seu tormento. Marcus cerrou o olhar sombrio e esverdeado,

olhando em seu rosto corado. Não havia ternura, nenhum sinal possível de

misericórdia, apenas uma ex-pressão decidida, e ela sabia que não seria poupada.

Sentiu um aperto no estômago enquanto, diante de seu desamparo, a umidade se

concentrava entre suas coxas.

Ele a ajudou a se levantar e a levou até uma cadeira próxima, de braços

elegantemente curvos. Após pressioná-la para sentar-se, ele agarrou a própria camisa

e a puxou sobre a cabeça.

Elizabeth observou vidrada, admirando sua virilidade que se mostrava tão perfeita

no contorno dos músculos debaixo da pele dourada. Seu ombro esquerdo estava

marcado por uma cicatriz circular deixada por uma bala, e riscos prateados em sua

pele denunciavam o contato com lâminas afiadas de espadas. Por mais magnífico

que fosse, a visão de seus ferimentos do passado a lembrou de que ele não fora feito

para ela. Mesmo enquanto seu sangue fervia, seu coração esfriava.

– A agência deixou marcas em você – ela disse desdenhosa. – É repugnante.

Marcus arqueou uma das negras sobrancelhas.

– Isso explica porque você não consegue tirar os olhos de mim. Irritada, ela se

forçou para desviar o olhar.

Ele se ajoelhou diante dela e segurou a parte de trás de seus joelhos, abrindo suas

pernas e enganchando-as por cima dos braços da cadeira. Envergonhada, seu rosto

esquentou quando os lábios molhados de seu sexo se abriram diante dele.

– Feche as cortinas.

Franzindo as sobrancelhas, ele encarou o ápice de suas coxas.

– Deus, não – Marcus acariciou os cachos com os dedos. – Por que você quer

esconder isto? Você carrega o próprio paraíso consigo. Uma vista que desejei ver

por muito tempo, tempo demais.

– Por favor – ela apertou os olhos fechados, sentindo a tensão em seu corpo, e

então estremeceu.

– Elizabeth. Olhe para mim.

Lágrimas acompanharam o abrir de seus olhos.

– Por que está tão assustada? Você sabe que eu nunca a machucaria.

– Você não me permite nada, apenas quer tudo.

Ele correu o dedo bruscamente em seu creme e, então, mergulhou-o apenas um

pouco para dentro. Contra sua vontade, ela se arqueou na carícia, apesar da dolorosa

tensão que o ângulo colocava sobre seus braços.

– Você compartilhou isto com Hawthorne, mas não quer compartilhar comigo? Por

quê? – sua voz era rude e abrasiva. – Por que não comigo?

Sua resposta saiu trêmula, denunciando o quanto estava angustiada:

– Meu marido nunca me viu desta maneira.

Aquele dedo diabólico congelou, penetrando-a apenas um centímetro.

– O quê?

– Tais coisas devem ser feitas à noite. É preciso...

– Hawthorne fazia amor com você no escuro?

– Ele era um cavalheiro, ele era um...

– Era um louco. Santo Deus – Marcus riu e retirou o dedo. Então, levantou-se. –

Ter você apenas para si, poder fodê-la o quanto quisesse, e não apreciar sua beleza?

Que grande desperdício. Aquele homem era um idiota.

Elizabeth baixou a cabeça.

– Nosso casamento não era diferente de nenhum outro.

– Era bem diferente do que seria se você se casasse comigo. Com que

frequência?

– Com que frequência? – ela repetiu em voz baixa.

– Com que frequência ele a tomava? Todas as noites? Dia sim, dia não?

– O que isso te importa?

Suas narinas se alargaram numa respiração profunda e seu corpo se tencionou ao

lado dela. Correndo a mão pelos cabelos, ele ficou em silêncio por um momento.

– Deixe-me, Marcus, e esqueça isso – sua vergonha era completa, não havia mais

nada que ele pudesse fazer a ela.

Dedos fortes ergueram o queixo dela para que ela o olhasse em seus olhos.

– Vou tocá-la em todos os lugares. Com minhas mãos, com minha boca. À luz do

dia e na calada da noite. Vou tomar você da maneira que eu quiser, aonde eu

escolher. Conhecerei você de um jeito que ninguém a conheceu em sua vida.

– Por quê? – ela se debateu novamente, completamente à mercê dele e

insuportavelmente excitada. Aberta para Marcus, sentia o vazio dentro de si e odiava

o quanto queria que ele a preenchesse.

– Porque eu posso. Porque depois de hoje você irá me desejar e o prazer que eu

posso lhe dar. Porque irá confiar em mim, maldita seja – ele rosnou em sua garganta.

– Todos esses anos, casada com ele e depois em luto por ele, enquanto poderia ter

sido minha.

Caindo de joelhos, ele segurou os quadris dela e baixou a cabeça. Elizabeth

prendeu a respiração quando ele tomou um seio na boca, sugando através dos

tecidos da camisa e do chemise. Assustada a princípio, logo ela estava gemendo e

arqueando as costas num encorajamento silencioso. Pontadas de prazer irradiavam

de seu corpo, movendo em sincronia com a sucção dele, fazendo seu ventre se

contrair em espasmos.

Os dedos quentes de Marcus acariciaram-na descendo pela cintura até os cachos

escuros abaixo. Uma dolorosa tensão entorpeceu seus sentidos e Elizabeth ofegou

em surpresa.

– Vou tocá-la aqui – ele advertiu. – Com meus dedos, minha língua, meu pau.

Ela mordeu os lábios e arregalou os olhos.

– Você irá gostar – ele prometeu, usando o polegar para soltar os lábios dela dos

dentes.

– Você quer me tratar como uma vadia. Essa é a sua vingança.

O sorriso dele não continha nenhum humor.

– Quero lhe dar prazer, quero ouvi-la implorando por mim. Por que você deveria

se privar disso?

Marcus se levantou e abriu o fecho de sua calça. Colocou a mão dentro e retirou

seu pau, e um nível até então desconhecido de desejo fez Elizabeth se contorcer na

cadeira. Seu pênis era longo e grosso, a cabeça grande e escura com o sangue que o

preenchia. Marcus passou a mão por seu comprimento e uma umidade cremosa

vazou pela ponta.

– Está vendo o que você faz comigo, Elizabeth? Está vendo quanto poder você

tem? Você está amarrada e indefesa, mas sou eu quem está à sua mercê.

Engolindo em seco, os olhos dela estavam colados naquilo que ele exibia.

– Confie em mim, Elizabeth. Você deve confiar em mim de todas as maneiras.

Ela levantou o olhar e sentiu uma pontada no peito diante da visão de seu rosto.

Ele era tão lindo, mas ao mesmo tempo era rude e áspero da maneira que apenas um

homem pode ser.

– Está fazendo isso por causa de sua missão?

– Estou fazendo isso por nós. Você e eu – ele se aproximou, então chegou ainda

mais perto. – Abra a boca.

– O quê? – o ar sumiu de seus pulmões.

– Ponha em sua boca.

– Não... – ela recuou.

– Onde está aquela mulher ousada que disse que não foge diante do desejo de um

homem? – Marcus ampliou sua postura até que suas coxas poderosas se apoiaram

em cada lado da cadeira e a brilhante cabeça de seu pau pairou diretamente à frente

e um pouco abaixo da boca de Elizabeth.

– Isto é confiança – ele sussurrou. – Pense em como você pode me machucar, o

quanto eu estou vulnerável. Você pode me morder, meu amor, e até me castrar. Ou

pode me chupar e me deixar de joelhos de tanto prazer. Eu lhe peço isso, sabendo do

risco, porque confio em você. Da mesma maneira que espero que você confie em

mim.

Elizabeth o encarou, fascinada pela repentina mudança de equilíbrio entre os dois.

Ela encontrou seus olhos novamente e enxergou todo o desejo ali. Naquele

momento, não havia amargura. Ele se parecia como já fora um dia, quando estavam

prometidos um ao outro e livres de quaisquer ferimentos do passado. Ele era tão

incrivelmente lindo, parecia até mesmo rejuvenescido sem o peso de sua hostilidade.

Foi essa franqueza que decidiu sua mente. Respirando fundo, Elizabeth rendeu-se

ao desejo urgente de seu coração e abriu a boca.

                         

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