O Chef 2
img img O Chef 2 img Capítulo 1 Sinopse
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O Chef 2

Nalva Martins
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Capítulo 1 Sinopse

AGNES FERRAÇO

Nove meses depois...

Sentada debaixo de uma árvore e lendo um bom livro sobre bebês, escuto as risadas da minha filha brincando com o pai no jardim do prédio onde moramos. Depois da prisão do Adam, tudo parece mais tranquilo para nós agora. O bistrô finalmente está se encaminhando e o reconhecimento do lugar se espalhou por todo o estado e fora dele também. Quase não vemos a Simone, ela está realmente empenhada em ajudar o Petrus e esse insiste em ver o Adonis, mas acredito que o meu marido ainda não está pronto para perdoá-lo. É uma pena! Ouvi maravilhas sobre a amizade desses dois. Puxo levemente a respiração, quando sinto uma pontada incômoda na lateral da minha barriga protuberante. Kell está ansiosa por esse momento. Não há um dia que ela não conte uma linda história para a sua irmãzinha Carolina, e ainda faz planos de coisas que um dia farão juntas. Eu acho engraçado essa sua dedicação a esse serzinho que se quer conheceu ainda. Ponho o livro em meu colo e observo a dupla correr em minha direção. Adonis se joga na grama ao meu lado e a Kell se senta sobre os seus joelhos, de frente para mim. Ela está ofegante devido à corrida e assim que se acomoda, comenta:

- Não vejo hora dessa garotinha travessa sair daí de dentro. - Rio do seu comentário. Enquanto fala, ela aponta a barriga grande e arredondada. Adonis leva a mão ao meu ventre e o beija em seguida.

- Falta pouco, princesa. - Ele diz para nossa filha.

- Pouco quanto? Mamãe já completou os nove meses e nada dessa preguiçosa sair - resmunga, me fazendo rir da sua impaciência.

- Hum! Pode ser hoje, ou amanhã, não sei. Quando ela quiser, eu acho. - Ele explica e dá de ombros. A minha filha linda se inclina sobre a minha barriga, dá alguns beijinhos nela e sussurra para a sua irmãzinha:

- Carolina, eu acho bom você sair logo daí. Sabia que eu e o papai montamos um quarto legal e cheio de brinquedos para você, e que eu estou ansiosa para te conhecer? - Escuto o som dá risada baixa do Adonis e seguro o riso, enquanto acaricio os cabelos da minha filhota. Ela é mesmo muito persistente. Puxo uma respiração cansada e me ajeito na almofada que Adonis fez questão de trazer para me acomodar melhor.

- Hora de ir para casa, mocinha! - falo e ela faz uma careta de desagrado.

Detesto ser estraga prazeres, mas a Kell já tem doze anos e ela precisa ter um senso de responsabilidade e isso começa com a escola. Logo Adonis começa a juntar as nossas coisas, depois me ajuda a levantar e caminhamos pelo jardim despreocupadamente até entrarmos no prédio. A gravidez da Carolina, assim como a da Kell, está sendo bem tranquila e não atrapalhou em nada o meu trabalho na Model, tão pouco em casa e durante esses meses, pude agir como uma boa esposa e mãe. Assim que entramos no prédio, sinto uma pontada ainda mais forte que a de minutos atrás e automaticamente acaricio o meu ventre. Adonis como sempre está atento aos meus movimentos e me olha preocupado.

- Está tudo bem aí? - pergunta com um tom carinhoso e como sempre cuidadoso. Eu apenas respiro fundo fazendo um sim, pra ele com a cabeça. Logo que entramos no elevador, Adonis aperta o botão no painel e a Kell começa a cantar uma música animada e infantil. Enquanto o elevador nos leva para a cobertura, meu marido segura a minha mão, mas o seu olhar está o tempo todo atento a mim. As portas finalmente se abrem e Kell dispara correndo para dentro do apartamento. Eu e Adonis seguimos logo atrás dela, mas quando saímos do elevador, uma dor mais forte se alastra em meu ventre e paro de andar.

- Ai! - Solto um gemido dolorido.

- Agnes, o que foi? - Meu marido pergunta, largando a cesta no chão e se aproxima para me ajudar.

- Acredito que está na hora, amor. - Tento falar da forma mais tranquila possível. - Nossa neném vai nascer, Adonis - falo, puxando mais uma respiração, quando mais uma contração se aproxima. Ele me lança um olhar incrédulo.

- Tipo, agora?! - indaga nervoso e balanço a cabeça em concordância. Rapidamente ele me ajuda a entrar em casa e me faz sentar confortavelmente no sofá. - Fique aqui, vou ligar para Simone e pedir que fique com a Kelly e nós vamos direto para o hospital. - Mais uma vez concordo com a cabeça, porque estou concentrada em fazer os exercícios de respiração e contando os minutos entre uma contração e outra. Adonis se afasta no mesmo instante em que o meu celular começa a dar sinal. É uma mensagem da Flávia.

Mensagem da Flávia para Agnes:

Tiro saindo pela culatra.

Carolina está bem?

#Mensagem da Agnes para Flávia:

Tiro onde?

A Carolina está me matando.

#Mensagem da Flávia para Agnes:

AAAAAAAAAHHHH!!!

Ps. Isso é um grito.

Estou indo para a maternidade.

#Mensagem da Agnes para Flávia:

Ai, meu Deus! Eu também!

#Mensagem da Flávia para Agnes:

Porque isso dói tanto

Nos vemos na maternidade.

Uma dor ainda mais forte se alastra pela minha coluna e essa se espalha pelo meu baixo ventre. Fecho os meus olhos e seguro um gemido alto.

#Mensagem da Agnes para Flávia:

Ooooohhhh!!!! Sem condições de digitar!

Minutos depois, Adonis desce as escadas segurando uma bolsa cor de rosa e outra branca a tiracolo. Mesmo sentindo mais uma contração, consigo abrir um meio sorriso para ele. Decidimos deixar tudo pronto e separado a mais de quinze dias, só esperando esse momento chegar e o contrário de mim que estou super nervosa, Adonis parece bastante complacente agora. Ele olha o relógio, provavelmente preocupado com a demora da Simone e quando o elevador faz sinal e a loira passa pela porta, ele respira aliviado.

- Como você está? - Ela pergunta com um sorriso feliz no rosto. Respiro fundo mais uma vez e forço um sorriso para ela.

- Está doendo muito. Juro que eu não lembrava mais o quanto é doloroso ter um filho - resmungo me levantando com dificuldade do sofá com a ajuda do meu marido e antes de sair, Simone me abraça rapidamente.

- Vão para a maternidade. Eu cuido da Kelly.

____

Minutos depois estou deitada em uma cama estreita de hospital e recebendo os carinhos do meu marido, enquanto me contorço de dor. Garanto que isso não é uma combinação ótima, mas o seu carinho é muito bem-vindo. Ele deixa um beijo cálido no meu rosto e seus dedos mexem o tempo todo com suavidade em meus cabelos.

- Respira meu amor, logo a nossa pequena Carolina estará em nossos braços - sussurra. Suas palavras levemente baixas, deviam me acalmar, mas não é exatamente isso que está acontecendo aqui. Mais uma dor forte surge e eu aperto com força a sua mão, mais um gemido alto. Ele suspira alto. Adonis parece sofrer ainda mais com o meu sofrimento. A porta do quarto se abre e uma médica passa por ela com aquele ar confiante.

- Como estamos indo, mamãe? - Ela pergunta de uma forma meiga e profissional em simultâneo.

- Acho que ela não quer esperar mais nem um minuto aí dentro, doutora. - Adonis tenta ser engraçado. A médica ergue o lençol e me lança um olhar espantado.

- Está certo, papai, A sua filha está com muita pressa. - Ela fala e em seguida mais médicos e enfermeiras entram no quarto. A doutora se posiciona entre as minhas pernas, se acomodando em uma cadeira e uma brincadeira nada agradável começa.

- Força, amor! - Adonis pede. Aperto a sua mão e faço força no mesmo instante, soltando um rugido alto e quase estrangulado.

- Isso Agnes, empurre mais uma vez. - A médica pede e na terceira tentativa de fazer força, eu escuto o choro agudo de Carolina ecoar por todo o quarto. Mesmo me sentindo cansada demais, consigo ver a minha neném nos braços da pediatra e choro ao vê-la pela primeira vez. Sorridente, Adonis me beija uma, duas, três vezes.

- Eu te amo! Te amo! Te amo! Você conseguiu, meu amor! - sibila enquanto me beija. Quando ele para os beijos e finalmente me olha, vejo seu lindo rosto contorcido pelas lágrimas derramadas. Ele não vai até a nossa filha como pensei que faria. Adonis continua ao meu lado, enxugando o suor em meu rosto com a ajuda de um lenço e alinha os fios dos meus cabelos molhados e colados em minha testa. Os seus carinhos finalmente me fazem relaxar.

- Parabéns, mamãe e papai! A sua filhinha é uma bebê muito saudável. Quer amamentá-la agora? - A pediatra indaga me estendendo um lindo pacotinho envolto em um lençol branco, com alguns detalhes de minúsculas flores cor de rosa. Sorrio erguendo os meus braços para segurar a minha filha pela primeira vez nos meus braços. Afasto um pouco a bata e ela logo abocanha o meu seio. Adonis sorri emocionado enquanto sua filha mama, ele dá singelos beijinhos na cabecinha cabeluda.

- Amo vocês, minhas três meninas! - sussurra.

____

Flávia Simões

- Assim amor, assim... Ai que delícia! Que gostoso! - gemo, enquanto escuto os seus grunhidos atrás de mim. Oliver se mexe com uma maestria deliciosa segurando firme o meu quadril. Estamos ofegantes, completamente suados e entregues ao ápice do nosso prazer. Em algum momento ele solta os meus quadris e segura firme os meus cabelos, puxando levemente a minha cabeça para trás e o meu bumbum parece ficar ainda mais empinado para ele.

- Está gostando, querida? - A pergunta vem acompanhada de duas estocadas fortes e o orgasmo abraça o meu corpo com violência.

- Aaah! Aaaah! Aaaah, Deus! - Solto gemidos ensandecidos e Oliver goza logo em seguida. Depois se deixa cair na cama ao meu lado e nós nos beijamos calidamente.

- Eu te amo, amor! - Ele diz todo meigo e ofegante ainda em minha boca. Eu queria poder dizer o mesmo, mas ao invés disso, faço uma careta para ele e solto um som desesperado.

- Oh, meu Deus! Alguma coisa se quebrou dentro de mim! - falo com desespero e puxando o ar com força, o soltando várias vezes seguidas. Oliver arregala os olhos em espanto e se senta abruptamente no colchão.

- Eu machuquei você? Desculpa amor, desculpa! - Levo a mão a imensa melancia que há dentro da minha barriga e... Ah, sim! Esqueci de falar. Estou grávida e grávida de nove meses e nove dias. A melancia a que me referi se chama Natália Borbolini Simões. - Você fez xixi na cama? - Oliver pergunta com curiosidade, olhando para o meio das minhas pernas e uma dor horrível começa a me rasgar por dentro. Contudo, engulo o gemido dolorido e aponto o indicador em riste para o meu marido.

- Não sou mulher de fazer xixi na cama, Oliver Borbolini! - O repreendo. Ele me encara confuso e depois olha para o meu meio outra vez.

- Mas você está molhando a cama toda, Flávia - insiste. Só então olho para o meio das minhas pernas e rolo os olhos para ele.

- A bolsa estourou - aviso o óbvio e ele franze o cenho parecendo confuso.

- A bolsa? Isso é lá hora de pensar em sua bolsa, Flávia Simões? - resmunga.

- Não a minha bolsa, Oliver, a bolsa da Natália - expliquei e ele gargalhou.

- A Natália ainda não usa uma bol... Ah! A bolsa estourou? - Ele quase grita o final da frase. Faço um sim, com a cabeça. - Ai meu Deus! Ai meu Deus! - Ele salta para fora da cama desesperado. - Fica calma, amor - pede erguendo suas mãos. - Fica calma... Respira... Lembra dos exercícios? Respira e solta, respira e solta, respira e...

- AAAAAAAAH! - grito quando mais uma contração parece me partir ao meio e Oliver para duro no meio do quarto. - OLIVER, SE MEXE! - grito outra vez.

- O que eu faço?! O que eu faço?! - Queria ter uma frigideira aqui e agora, só para meter na cabeça dele e ver se ele pensa melhor. Respiro fundo... Bem fundo mesmo e tento orientar o meu homem.

- Primeiro de tudo, precisamos de um banho - digo e ele abre um sorriso safado.

- Flávia sua safadinha, isso é lá hora de pensar nessas coisas? - retruca mostrando até o queixar no sorriso largo e safado. Eu praticamente fulmino o meu marido com os olhos e ele fica sério imediatamente. Então ergo dedo outra vez. Eu queria poder gritar com ele, mas neste exato momento mais uma contração me vem e eu só consigo berrar bem alto. Oliver estremece inteiro - Banho. Vou dar um banho em você! - Ele diz desesperado e me carrega imediatamente para dentro do banheiro.

____

No carro a situação não é muito boa. As dores aumentam a cada minuto que se passa e o Oliver está cada vez mais apavorado. Seus dedos tamborilam o tempo todo no volante, quando o sinal fecha e a cada grito que eu dou, ele o aperta como se fosse parti-lo ao meio apenas com esse aperto. Respiro fundo e ele libera a pressão sobre o volante. Pego o meu celular imediatamente na bolsa e acesso o meu whatssapp, me ocupando em enviar algumas mensagens para Agnes. Em alguns momentos digito e em outros pressiono as teclas com tanta força que parece que os meus dedos vão atravessar o aparelho. Às vezes revezo entre digitar e gritar. Até que ela me manda uma mensagem final.

Mensagem da Agnes para Flávia:

Sem condições de digitar...

E com certeza os bonequinhos são os palavrões que eu gostaria de soltar agora. Que pena, isso estava me distraindo um pouco! Ergo a minha cabeça e olho para frente e só então percebo que o carro está em alta velocidade. Olho para o meu marido que está completamente pálido.

- Oliver? - chamo a sua atenção mais calma possível.

- Hum?

- Dirige devagar, querido, não quero morrer, quero trazer uma vida ao mundo - peço. Ele me olha rapidamente e vai desacelerando, e eu? Respirando fundo e contando um... e dois... e três... - OOOOH MEU DEUS, ESSA MENINA ESTÁ ME ABRINDO AO MEIO! - grito fazendo força dentro do carro.

- Estamos quase lá, querida. - Oliver avisa. Aperto a lateral do banco e o braço do meu marido, sentindo o meu rosto queimar.

- O que pensa que está fazendo, Oliver Borbolini? Quer que a nossa filha nasça dentro desse carro? - rosno aos berros.

- O quê? - Me pergunta completamente confuso.

- Acelera logo isso, ou abrirei as minhas pernas aqui mesmo e deixarei a Natália sair sozinha! - rosno soltando mais um grito animalesco. Respira e solta a respiração. Respira e solta a respiração. Respira... Ah! Essa porra não está me ajudando em nada! Segundos depois o carro para em frente ao hospital e o Oliver sai correndo de dentro do veículo, gritando por ajuda. Um maqueiro chega com uma cadeira de rodas e eu não penso duas vezes em me sentar nela, quando vejo o sangue escorrer pelas minhas pernas. - Natália, mamãe porá você de castigo assim que sair daí de dentro. É uma promessa, ouviu? - digo exasperada entre um gemido e outro, devido a mais uma contração. O maqueiro rir, mas eu o encaro possessa, fazendo ele engolir o riso imediatamente.

A pior parte de estar grávida, é desengravidar. Essa palavra existe? Eu não sei, mas se não existia, passou a existir agora. Imagine eu, uma dama, deitada em uma cama estreita de hospital, com uma perna no norte e a outra no sul e lá... bem lá... tem um médico enfiando a sua cara barbada. Isso é o cúmulo! Se eu soubesse que seria assim, teria esperado mais dez anos. A bichinha já iria estar enrugada e eu mais sem vergonha. Mas não, o Oliver tinha que adiantar esse processo em quatro anos. Agora imagina essa cena, onde eu... euzinha estou segurando a mão do meu marido todinho branco feito um papel e fazendo caretas, como se ELE estivesse sentindo a minha dor. Eu queria ter uma arma daquelas que solta uma descarga elétrica, só pra fazer ele sofrer um pouquinho junto comigo. RA, rindo por dentro e gritando por fora!

- AAAAAAAH, NATÁLIA SAIA LOGO DAÍ, OU POREI VOCÊ DE CASTIGO POR UM MÊS! - grito apertando a mão do Oliver e fazendo mais força.

- Força, Flávia, você está quase lá. - O médico barbado pede. Isso é um incentivo? Queria que ele estivesse no meu lugar, para ele ver que esse incentivo é uma grande merda!

- AAAAAAAAAAH! - Mais um grito animalesco e um chorinho logo em seguida.

- Você conseguiu, meu amor! - Oliver diz emocionado. Quase sem forças e ainda ofegante, seguro firme o seu colarinho do meu marido e o puxo para mim.

- Se fizer outro bebê em mim, eu te mato, Oliver Borbolini! - rosno entre dentes e apago em seguida.

            
            

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